Chore, Melhor Ainda Se implorar - Novel - Capítulo 116
✧ Leyla ✧
✧ Capítulo 116 ✧
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Após o aguaceiro que durou toda a noite, finalmente amanheceu. Matthias se viu encostado em sua poltrona em frente à janela oeste e observou a brilhante luz do sol da manhã nascendo do leste.
Um vento frio soprava pela janela aberta, trazendo o perfume fresco das rosas. Parecia que eles floresceram durante o ataque de fortes chuvas ontem.
Ele logo se viu rindo amargamente da ironia.
Embora tivesse chegado a estação das rosas, Leyla não estava mais aqui para testemunhar isso. E durante o tempo em que ele esperava que todas as criaturas vivas voltassem para casa e tornassem seu mundo mais vivo, seu pássaro morreria repentinamente.
Matthias olhou para a gaiola agora vazia onde seu canário vivia.
As únicas coisas que indicavam que ele havia sido habitado eram as várias penas amarelas espalhadas por toda parte e as tigelas de arroz e água não comidos. Essas foram as únicas coisas que seu canário deixou para trás para lembrá-lo de sua existência.
Seu pássaro se foi.
Os olhos de Matthias se voltaram para a mesa à sua frente. Em cima dela havia uma pequena caixa de madeira que abraçava o corpo frio de seu canário. Seu corpo outrora macio e minúsculo endureceu em uma posição de sono eterno. As memórias que ele tinha lentamente encheram sua cabeça, e ele não teve escolha a não ser deixar que isso o levasse de volta àqueles tempos.
Ele se lembra de vê-lo primeiro como um pequeno pássaro, uma criatura assumida que conquistou seu coração com um olhar. Gostava de ver a ave aos poucos sendo domada por ele.
Ele costumava se debater ruidosamente e fugir sempre que ele estava perto dele, mas então seu semblante se abrandou e ele pôde gradualmente domar seu espírito. A alegria que ele sentiu naquela época era tão pura e inexplicável. Encheu seu coração da mesma forma que uma linda canção pode encher uma sala.
O conhecimento de que era um ser sob seu domínio…
Que era totalmente dele…
Também fez seu carinho ter um sabor mais doce.
Dava-lhe tanto prazer a maneira como o pássaro cantava alegremente e brincava em seu quarto, a maneira como seus olhos o procuravam por perto…
E a maneira como ele podia passar os dedos por suas penas macias enquanto ela sentava nas costas de sua mão apenas olhando para ele eram momentos de grande prazer e ele adorava cada segundo.
Mas agora…
Essas memórias não passavam de cinzas de uma chama outrora ardente.
Ele se levantou da cadeira, aproximou-se da mesa e então estendeu a mão e lentamente acariciou seu corpo frio. As penas de suas asas douradas ainda eram tão macias que ele quase podia acreditar que o pássaro abriria os olhos novamente e voaria em sua direção a qualquer momento.
Que estava tudo bem, ele disse a si mesmo…
Ele ainda tinha seu canário.
Eles disseram a ele que não sabiam o motivo da morte de seu pássaro. Simplesmente morreu assim.
Talvez estivesse sofrendo em silêncio com ele, até que a ansiedade o afogou em seus braços viciosos e drenou sua vida.
E assim, ele se foi para sempre de sua vida…
Muito parecido com o jeito que ela o deixou.
Como Leyla…
Por muito tempo, Matthias permaneceu em estado catatônico. Ele apenas se sentou do outro lado da mesa e olhou para o corpo de seu pássaro morto em silêncio. Ele parecia estar esperando que ela batesse as asas e cantasse suas doces canções mais uma vez, como costumava fazer quando a manhã clara chegava após uma noite de chuva forte.
A passagem das horas rapidamente se tornou aparente quando os suaves raios de sol se moveram em sua janela e começaram a brilhar na intrincada caixa na mesa.
Vendo seu calor cair sobre ele, Matthias chamou calmamente o nome do pássaro, — Leyla…
Esse foi o nome mais adequado que ele poderia dar. Assim que viu o passarinho, soube que deveria chamá-lo de Leyla.
Ele não se importava se soava ridículo. Ele gostava de poder ser tão doce quanto quisesse com esse pássaro, e o pássaro o amava tanto quanto ele era afetuoso com ele.
Matthias gostou; gostava da sensação de amar e ser amado de volta.
Mas mesmo depois de sussurrar o doce nome várias vezes ao vento, o pássaro não abriu os olhos. Permaneceu frio e sem vida ao toque.
Um eco de algo profundo dentro dele.
O dia tinha apenas começado, pensou Matthias, dedos acariciando a caixa distraidamente. Ele olhou para fora e notou que ainda era cedo.
Uma sensação sinistra gradualmente envolveu sua mente.
A perda do canto de seu pássaro foi apenas o começo.
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Leyla acordou sentindo pontadas de dor envolvendo seu corpo. Parecia que a leve febre que ela havia progredido durante a noite; agora todo o seu corpo latejava como se ela estivesse machucada.
Ela continuou a não ter apetite e, portanto, não conseguia encontrar forças para comer nada.
Ela se enrolou em si mesma e puxou os cobertores enquanto se cobria com eles até o topo da cabeça. Isso a envolveu enquanto ela desejava abafar o mundo exterior ao seu redor.
Para ser honesto, apesar de sua situação atual, ela não achava o dia tão insuportável quanto a noite. As noites para ela sempre foram tão difíceis de suportar, mesmo agora…
Porque as noites eram dele…
Agora estava para sempre enraizado nela ser a hora dele…
Será para sempre Matthias.
Ela fechou os olhos com força e pressionou o travesseiro contra o peito porque odiava o fato de ainda estar pensando naquelas memórias de pesadelo…
Seus beijos contra os dela, suas mãos vagando por todo e dentro de seu corpo, seu calor pressionando contra ela…
Eles continuaram repetindo e repetindo em um loop infinito, fazendo-a sentir como se ainda estivesse com ele, e algo dentro dela estava doendo…
Não importava o quanto ela tentasse apagá-lo, sua mente sempre encontrava o caminho de volta para ele sem falhar…
Nada a fazia esquecer.
Sentindo que era uma batalha perdida, Leyla desistiu de tentar clarear a cabeça e pulou da cama. Ela se aproximou lentamente da janela e olhou para fora. As estrelas cintilantes no céu de verão encheram seus olhos vidrados…
Eles não eram nada além de um borrão para ela. Tão diferente do céu claro em Arvis.
“Meu desejo se tornou realidade?” Ela perguntou à divindade sem coração lá em cima enquanto olhava para o céu noturno embaçado, imaginando se Matthias estava sofrendo agora como ela desejava que ele sofresse em sua ausência.
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— Meu Senhor.
Uma voz familiar fluiu para o mundo onde os sons tendem a desaparecer e continuam a acenar para ele de volta à consciência…
— Você precisa se levantar agora, meu Senhor. — Então repetiu e mais uma vez, tinha chegado mais perto do que tinha…
Matthias abriu os olhos meio grogue, sem ao menos mexer os membros. À primeira vista, tudo estava em uma névoa. Ele piscou mais algumas vezes, antes que sua visão começasse a clarear, e imediatamente viu a expressão envergonhada no rosto de seu assistente.
Ele estava parado perto de sua cama.
O atendente curvou-se para ele nervosamente e falou com uma voz solene: — Peço desculpas por me intrometer desrespeitosamente aqui sem sua permissão, meu Senhor. — Ele rapidamente se desculpou profundamente.
— Mas temo que o tempo seja essencial, — Ele raciocinou rapidamente, — Você tem que comparecer à reunião de hoje.
Por um momento, Matthias apenas olhou fixamente para ele, observando-o se contorcer desconfortavelmente em sua presença. Então, finalmente, ele foi e suspirou com leve irritação.
— Tudo bem. — Matthias rapidamente criticou seu atendente, — estarei pronto em breve. — Ele respondeu com uma voz calma que era tão diferente do tom que se esperaria de uma pessoa que acabara de acordar.
Ele se levantou e sentou-se contra a almofada de cabeça.
Ele observou as criadas entrarem e abrirem as cortinas de seu quarto para deixar a luz do sol entrar. Enquanto o calor enchia seu quarto, Matthias se viu olhando para o relógio próximo, já passava de uma hora da tarde.
Ainda assim, esse fato não o perturbou e ele se levantou da cama com indiferença. Na verdade, ele estava se acostumando a acordar assim, uma vida cotidiana onde o tempo não importava mais.
Nada mais importava.
Suas pernas pareciam de chumbo e ele apenas ficou imóvel, com olhos turvos que olhavam para o sol. Embora todas as empregadas tivessem ido embora e tudo estivesse em silêncio, ele se sentia estranhamente incomodado.
Havia uma irritação constante, como uma coceira que ele não conseguia coçar em sua mente. A cada momento que passava, mais se tornava insuportável.
E então ele assobiou, apenas algo para quebrar o silêncio ensurdecedor de seu quarto. Ele sorriu enquanto continuava assobiando, amando o som que estava fazendo.
Mas onde estava seu acompanhante? Por que nada estava cantando de volta?
“Ahh… isso mesmo. Não existe mais Leyla”. Sua mente prestativamente suprida, seus olhos atraídos para o canto vazio da sala.
É onde seu pássaro deveria estar. Era lá que sua jaula estava. Mas agora, havia apenas um espaço vazio. Nada que indicasse que abrigava um pássaro.
“Isso mesmo… morreu.” ele pensou com indiferença.
A morte era apenas mais uma parte da vida, não era? Assim como o clima sempre faz parte do dia a dia de uma pessoa.
Não era importante.
Ele finalmente se sentiu pronto para sair naquele dia e seus nervos também estavam mais calmos. Ele se vestiu e, assim que apertou bem a gravata, o atendente o lembrou mais uma vez de que ele precisava comparecer a uma reunião.
“Reunião?” ele pensou distraidamente, imaginando que questões mundanas precisavam de sua atenção expressa?
Ele não consegue se lembrar de nenhum detalhe sobre a reunião de hoje, ele poderia arriscar um palpite, mas não havia como saber com certeza. Com quem ele estava se encontrando? Executivos? Colegas ou subordinados?
Matthias saiu do vestiário sem se preocupar em verificar sua aparência.
Ultimamente, ele notou que suas roupas pareciam um pouco maiores, mas dificilmente achava que precisava ser resolvido imediatamente. Tudo estava tão… sem importância ultimamente. Mesmo decidir se ele está usando a roupa adequada parecia uma perda de tempo absoluta.
Nada para se preocupar, pois não era algo para entretê-lo.
Vestir-se era apenas mais uma atividade estúpida.
Ele desceu para o hall do saguão, e lá Matthias viu sua mãe, cumprimentando-o com um sorriso desajeitado. Ela provavelmente estava esperando que ele saísse porque não havia razão para ela ficar por ali sem nenhum motivo específico.
Ela se aproximou dele antes de finalmente falar: — Você está saindo, Matthias? — ela perguntou com um tom estranho em sua voz.
— Sim, estou, mãe. — ele respondeu claramente.
— É para o trabalho? — Ela perguntou, e Matthias assentiu rigidamente.
— Sim. É o dia da reunião do conselho. — Ele respondeu sem esforço com seu sorriso elegante de sempre.
Suas breves respostas deixaram Elysee envergonhada por fazer tanto alarido sobre sua condição. Seu filho estava funcionando perfeitamente como antes, apesar de sua aparência doentia.
O que mais ela poderia dizer?
Parecia que Matthias não a considerava mais importante também, pois ele rapidamente se virou e se afastou dela com apenas um rápido aceno de despedida.
Assim que Matthias saiu, ele pôde sentir completamente o calor do verão tentando se infiltrar em seus membros gelados. Como era estranho esse sentimento caloroso.
Isso o lembrou sem esforço dela novamente. Ele se perguntou quanto tempo fazia desde a última vez que a segurou em seus braços?
Quanto tempo tinha passado? Ele não sabia dizer, então não fazia sentido pensar mais nisso.
“O casamento será no mês que vem?”
Mas mesmo isso não importava tanto quanto deveria, uma preocupação de uma vida inteira atrás. Ele sentiu como se tivesse acabado de voltar de um mundo diferente.
Um mundo onde só ele e Leyla poderiam existir.
Ele deve ter ficado parado ali por um longo tempo e apenas olhando para o céu, pois seu criado se aproximou dele com um olhar preocupado: — Meu Senhor…
Matthias lentamente levantou a mão, não querendo ouvir mais interrupções de seus pensamentos, antes de entrar no carro sozinho.
Os dados da reunião de hoje preparados por Mark Evers foram cuidadosamente colocados em um lado do banco traseiro e, assim que o carro ligou, ele começou a escanear seu conteúdo e refrescou sua memória com seus detalhes.
No fundo de sua mente, ele estava achando difícil se concentrar, mas continuou a ler e tentou entender com calma. Afinal, era a coisa certa a fazer. Nunca houve um momento em sua vida em que Matthias não cumprisse suas responsabilidades e compromissos.
Hoje foi um daqueles dias.
E assim, o tempo parecia fluir sem problemas. Seu temperamento não mudou muito, nem mesmo quando seu carro chegou e entrou no centro da cidade e estacionou em frente ao prédio da empresa.
O motorista, que desceu apressado, abriu a porta do banco traseiro respeitosamente.
Matthias saiu do carro com o coração leve.
Ele cumprimentou os diretores em espera com naturalidade e sentou-se em frente à mesa da sala de conferências sem sequer olhar. Como esperado, a reunião foi acalorada desde o início. Ele suspeitava que a sala de conferência logo seria uma zona de guerra antes que a fronteira fosse engolfada pelo fogo.
Hoje, ele tinha que escolher uma rota clara, e Matthias estava bem ciente de quão crucial seria sua decisão. É também a maior responsabilidade do Duque de Herhardt; para determinar a direção e para onde prosseguir.
Ele se concentrou nos dados à sua frente e tentou esquecer a leve dor de cabeça que estava começando. No entanto, números complexos e frases apenas vagavam sem rumo em sua mente e ele não conseguia entender nenhum deles.
De algum ponto em diante, ficou claro para ele o que ele estava olhando.
Foi neste momento que começou a ouvir ruídos que não faziam sentido para ele, mas logo conseguiu decifrar um tom familiar; o som de uma bicicleta caindo e suas rodas girando no ar, bem como o farfalhar de folhas agitando-se no ar, combinado com o ritmo suave de seu coração…
Isso o estava intoxicando rapidamente.
Ele rapidamente pegou o copo de água à sua frente com os dedos ossudos, as juntas sob a pele pálida se projetando doentiamente. No entanto, quanto mais ele tentava sair de seu domínio em forma de teia e se concentrar no presente, mais clara a alucinação se tornava e o levava a uma memória semelhante a um pântano.
Em sua mente, ele se aproximou da imagem de Leyla, que estava caindo, e sentiu seu coração bater forte contra o peito.
Apesar da distância, ele ainda se sentia perto o suficiente para sentir o cheiro dela. Seu corpo parecia ter sido encharcado de rosas, e seus lábios de repente ficaram secos enquanto sua garganta estava seca e com sede. No entanto, todos aqueles sons que pareciam canções de ninar logo desapareceram.
No exato momento em que Leyla olhou em sua direção, tudo desapareceu e só ela restou.
A imagem de uma garotinha que se levantou depois de se esparramar sem cerimônia em uma estrada poeirenta começou a dominar Matthias. Mesmo que ele estivesse na posição onde ele estava olhando para ela, ele se sentiu um tanto humilhado ao vê-la.
Ele nunca havia sentido algo assim antes…
Talvez, mesmo que ele não soubesse disso naquela época…
Seu coração já sabia desde o início.
Ele lutou para negar, classificando as sensações como normais, visto que ele sempre ficava assim na frente de Leyla.
É o mesmo agora.
Ela o tornou infinitamente fraco e miserável diante de sua presença, apesar de seu poder e dinheiro. Talvez seja por isso que ele continuou a pressioná-la. Ele queria se sentir melhor consigo mesmo perto dela.
— Desculpe-me… Duque.
Matthias levantou a cabeça ao som de alguém chamando por ele.
Ele não conseguia se concentrar em nada além do tremendo vazio que sentia dentro de si. Ele só queria dizer bobagens, terminar seu trabalho, voltar para casa e engolir pílulas para dormir de novo.
Ele não queria se importar com mais nada. Não havia um cuidado que ele pudesse reunir dentro dele, mesmo que o mundo acabasse aqui e agora.
Ele poderia muito bem simplesmente desaparecer e não se importar nem um pouco.
Foi um pensamento maluco, mas essa é a verdade dele agora.
É a única verdade que importava para ele.
Seus olhos percorreram lentamente toda a sala de conferências. Ele não podia deixar de se sentir deslocado dentro de suas paredes de prestígio.
Eventualmente, Matthias conseguiu organizar seus pensamentos, antes de tentar falar uma frase coerente imediatamente antes que mais de sua força e sanidade o abandonassem completamente.
— Peço desculpas. — Ele corrigiu, esticando o pescoço para a esquerda e para a direita para aliviar a crescente tensão em seu corpo. — Não acho que estou com a mentalidade certa para tomar qualquer decisão final agora.
— Não, o que você quer dizer… — os protestos cessaram imediatamente enquanto eles observavam Matthias esfregando seu pescoço.
Um grande silêncio encheu a sala, antes que alguém falasse em nome de todos os presentes.
— Acho que os Herhardts terão que respeitar a decisão do conselho depois de uma discussão mais aprofundada. — O diretor executivo anunciou, chamando a atenção de Matthias. — Tenho certeza de que o Sr. Hessen pode lidar com a coordenação final.
Foi uma decisão lógica. Afinal, Hessen, que liderou a gestão prática desde a época dos antecessores de Herhardt, também foi o mentor de Matthias e lhe ensinou tudo sobre o funcionamento da empresa.
Se possível, um silêncio mais tenso envolveu a sala depois disso.
Só se podia imaginar o que estava acontecendo.
Era verdade o que os rumores diziam sobre o duque? A saúde dele piorou? Quão mal isso o afetou?
O que acontecerá com os Herhardts agora?
Todos assistiram com a respiração suspensa, imaginando o que estava acontecendo com a mente do jovem duque.
Lentamente, Matthias se levantou de seu assento. Ele deve ter concordado com a decisão do diretor executivo.
— Mais uma vez, peço desculpas. — Independentemente de quão desanimado Matthias parecia terminar seu trabalho, sua voz permaneceu impassível, solene e elegante. Ainda assim, como seus olhos se moveram no ar deu a todos uma sensação de desconforto.
Sua presença gritava que ele era alguém envolto em fogo frio. Não, ele parecia ter se tornado a própria chama.
Ainda assim, o restante dos executivos não pôde deixar de se sentir desapontado quando Matthias saiu da sala. Os murmúrios finalmente começaram enquanto eles continuavam a especular sobre o que estava acontecendo com o jovem duque.
Enquanto se afastava do local, sentiu vontade de tirar o paletó, mas sua mão mal conseguia desabotoar os botões de cima. Ele puxou rudemente a gravata e amassou-a nas mãos antes de enfiá-la no bolso do paletó.
— Eu não preciso mais de sua ajuda ou de qualquer outra pessoa pelo resto do dia, — Matthias ordenou a Mark Evers, que estava atrás dele. Sua voz falhou no final quando ele deu o comando.
Seu assistente hesitou por um momento, imaginando se deveria insistir para ficar com seu mestre, mas Matthias continuou descendo os degraus de mármore pelo magnífico saguão sem nem mesmo esperar por uma resposta.
Não demorou muito para o jovem duque se encontrar cambaleando para um mundo ridiculamente brilhante depois.
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Tradução: Eris
Revisão: Viih
✧ MAID SCAN ✧