Chore, Melhor Ainda Se implorar - Novel - Capítulo 130
✧ Gosto de Céu ✧
✧ Capítulo 130 ✧
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Eventualmente, Matthias voltou mais uma vez para a sala acorrentada. E assim que o fez, notou que Leyla ainda estava perto da janela, parecendo mais cansada do que antes.
A sala ao seu redor também escureceu quando o sol finalmente começou a se pôr. O fogo na sala permaneceu apagado.
Ele trancou a porta atrás de si, caminhando lentamente em direção a ela enquanto acendia as luzes do quarto. Inesperadamente, foi ela quem quebrou o silêncio antes.
— Eu comi. — Ela murmurou para ele de maneira derrotada, bem a tempo de ele finalmente fechar as cortinas. Ele então se virou para encará-la mais uma vez.
— Um soldado —, continuou ela, — cabelo castanho, trouxe-me um sanduíche. Então eu comi isso. — Ela forneceu prestativamente. E ele, balançando a cabeça com desinteresse por ela.
— E daí?
Leyla fez um pequeno ruído afrontado, antes de suspirar.
— Então, dê comida a Ky- ele também. — Leyla bufou, o nome quase escapando de seus lábios. Matthias olhou para ela antes de rir e se encostar nas janelas.
Ela esperava que ele visse sua tentativa de algo ridículo, mas ela ainda não podia deixar de se sentir insultada por seu comportamento indiferente.
— Eu não estou inventando isso. — Ela insistiu com ele: — Se você quiser, pode ir e verificar-
— Eu acredito em você. — Matthias disse a ela, olhos enrugados de alegria antes de suspirar: — Infelizmente, só porque você comeu algo não significa que eu daria comida a ele. — Ele falou com uma leve satisfação.
A boca de Leyla se abriu em descrença antes que ela batesse o punho na mesa.
— Você me prometeu!
— Eu fiz, mas comer não era minha única condição, — ele reiterou, sorrindo presunçosamente para ela, — Você não se lembra?
“- se eu não vejo você comendo ou bebendo nada, então… Kyle Etman também não.”
Finalmente, ele deixou cair seu sorriso presunçoso ao ver Leyla ficar sem palavras e pálida com seu lembrete. A menos que ele a tenha visto comer alguma coisa, Kyle não receberá comida, mesmo que ela coma sem ele.
Seu corpo tremeu mais uma vez, enquanto seus olhos escureciam, arrastando-se apenas no chão bagunçado ao redor deles.
— Como você vive consigo mesmo? — ela não pôde deixar de perguntar incrédula, —Como você pode continuar sendo tão… tão… frio e cruel!? O que isso beneficia você!?
Matthias apenas continuou olhando para ela sem expressão.
— Para onde foi o outrora honrado “duque Herhardt?” — Ela perguntou a ele em uma mistura de desapontamento e descrença.
Finalmente, ela conseguiu se convencer a se aproximar dele. Com passos trêmulos, ela ficou mais ousada, querendo que suas palavras o perfurassem onde ela queria que doesse.
— Olhe para você, abandonando seu orgulho de defender seu império, fugindo porque está cansado deles, — ela zombou, olhando para ele com pura decepção, — E agora aqui está você, abandonando sua esposa recém-casada para bancar o herói em O campo de batalha.
Os lábios de Matthias se curvaram em um sorriso minúsculo.
— Ah, não sei. Mas é isso que você pensa? — ele falou curiosamente para ela. Ele estendeu a mão para tirar o chapéu, colocando-o suavemente sobre a mesa limpa.
Ele não conseguia encontrar-se mesmo para ficar com raiva dela. Longe disso, ele achava difícil não se sentir tão relaxado e divertido com ela por perto.
Leyla olhou para ele como se ele fosse louco, e talvez fosse mesmo.
O tempo que passaram separados a fez esquecer como ele realmente era para ela. Ele era alguém que ela odiava com cada fibra de seu ser, e continuaria a odiar, odiar e odiar até…
— O que você está pensando em fazer comigo? — Em vez disso, ela perguntou a ele: — O que você está planejando fazer? Você vai continuar me provocando assim? Me torturar como vingança por ousar escapar de você?!
Ela deu um passo para trás, as mãos embalando sua barriga suavemente enquanto ela olhava para ele.
— Você está tão ansioso para me amarrar a você, mas você já parou para considerar se você merece ter isso? — Ela perguntou a ele com ódio: — Você se perguntou se é digno ou não de ser pai?
Quando Matthias permaneceu em silêncio, ela zombou dele e abraçou a barriga.
— E é por isso que esta criança nunca será sua. — Ela cuspiu nele: — Você nem merece mencionar meu filho.
Ela se afastou dele assim que sentiu as lágrimas ameaçando escorrer de seus olhos.
— Então eu não me importo, na minha vida e na do meu filho, você nem existe. — Ela declarou a ele: — Portanto, não se preocupe em assumir responsabilidades. Prefiro que me deixe ir e que volte para casa, para sua Duquesa!
“Não chore.” Leyla censurou-se mais uma vez: “Ele não merece suas lágrimas.”
Ela sabia que não deveria esperar nada dele. E ela resolveu nunca fazer isso.
Ela havia decidido há muito tempo que nada disso aconteceria. Essa decisão dela estava sendo tomada há muito tempo, cimentada firmemente assim que ela se reuniu com Matthias.
Mas ela também estava tão… apavorada .
Algo em seu coração estava pulando indecifravelmente, que ela não podia deixar de esperar pelos planos dele. E ela não suportava isso, sempre aumentando suas expectativas sobre ele, só para ele pisar em tudo tão descuidadamente como se ela não importasse quase nada!
— Pense sobre isso de uma maneira lógica, então Leyla, — Matthias comentou para ela, — O que uma mulher de sua estatura pode fazer em tempos de guerra? Como você pode criar essa criança sozinha? — Ele perguntou a ela, o brilho frio e divertido em seus olhos há muito desaparecido, agora substituído por uma seriedade fria.
— Vamos nos sair bem, não graças a você! — ela retrucou para ele: — Uma guerra é comparada a nada perto de viver com você!
Suas mãos dispararam para segurá-la com força pelos ombros, fazendo Leyla ofegar meio surpresa e o resto em completo susto!
— D-deixa-me ir!
— Leyla Lewellin. — Matthias rosnou para ela.
— Mantenha suas mãos sujas longe de mim! — Ela gritou, batendo nas mãos dele antes de se livrar dele.
Matthias olhou para ela, depois para as mãos e depois de volta. Ele então riu dela.
— Minhas mãos, você acha, — ele riu incrédulo, — Você acha que minhas mãos estão sujas?
— Sim! — ela exclamou: — Não tem como não ser!
Ela colocou as mãos ao redor de si mesma, esfregando os braços furiosamente como se fosse para esfregar fisicamente o toque abrasador dele.
— Eu odeio isso! Eu odeio isso! Te odeio!
Os gritos abafados de ódio de Leyla por ele podiam ser ouvidos no corredor vazio. Gritando com todas as suas forças como sempre fazia seu corpo se arrepiar sempre que ele a tocava, e isso a faria sentir tanto nojo de si mesma para todo o sempre.
— Você está finalmente satisfeito com a minha resposta? — Ela perguntou a ele, ofegante, para um silencioso Matthias depois de seu enorme discurso.
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— Kyle! Ei, Kyle Etman!
Seu nome ecoava nas paredes de escombros de sua prisão improvisada. Assim que foi arrastado para longe do major, foi colocado em uma prisão solitária, sob o porão do hotel, que também funcionava como depósito.
Kyle estava atualmente encostado na pedra áspera e fria atrás dele. Seus olhos treinavam apenas nas pontas dos sapatos, mas não viam nada. Sua mente estava a léguas de distância de sua prisão, mas agora ele foi trazido de volta com um chamado de seu nome.
Quando ele olhou para cima, viu o rosto familiar de seu supervisor médico militar atrás das grades.
— T-Tenente! — Kyle gaguejou, lutando para se levantar, estremecendo quando percebeu que suas pernas estavam dormentes em sua imobilidade. Ele cambaleou mais perto das barras, — Ora, o que faz aqui? — ele bufou cansado.
O médico apenas olhou para ele sombriamente e suspirou.
— Estou aqui porque fiquei preocupado com você. — O médico suspirou profundamente, gesticulando para Kyle se sentar, antes de se abaixar também. Na ponta da cela da prisão de Kyle, havia uma refeição intocada.
A refeição era pouco substancial, mas era o que era dado como padrão a qualquer um que fosse prisioneiro.
— Você ainda deveria estar comendo, mesmo na prisão. — Ele disse a Kyle: — Em momentos como este, você precisa manter sua força. Você não quer piorar as coisas para você, Kyle. Pense na sua saúde.
— O duque – não, a mulher que o major levou de volta para seu quarto, — Kyle perguntou em vez disso, — ela está bem? Eles a libertaram?
O médico piscou para ele, inseguro.
— Eu-, Etman, — o médico suspirou, antes de balançar a cabeça em resposta, — Não, pelo que todos sabem, ela ainda está com o Major.
O médico franziu os lábios pensativamente, antes de continuar.
— Ele a trancou em seu quarto, a porta trancada e trancada por fora para impedi-la de sair.
Kyle zombou da informação, meio esperando o resultado, enquanto a outra metade ainda não acreditava na audácia do duque em tratar Leyla como um animal de estimação.
Ela era uma pessoa. E ele continuou tratando-a como menos que uma.
— Ele realmente é um cara louco. — Kyle resmungou.
— Pare com isso, Kyle, — o médico o repreendeu, — estamos em um campo de batalha. Quaisquer que sejam suas diferenças pessoais com o Major, deixe para lá! Ele ainda é seu superior. — Ele o lembrou: — Então coma e abaixe a cabeça em desculpas a ele, e então você será libertado desta pobre cela.
O conselho foi bem-intencionado e feito por preocupação com ele, Kyle sabia. Mas seu coração e sua mente concordavam que ele nunca se desculparia com o major.
— Não. — Kyle declarou: — Não vou abaixar a cabeça para me desculpar com esse tipo de homem. Nunca.
— Eu não entendo você Kyle, você geralmente é muito sensato. — O médico suspirou frustrado, jogando as mãos para o ar antes de olhar para o jovem médico aprisionado.
— Quem é ela até para você Kyle, hein? — ele perguntou a ele: — Por que você está tão inflexível em ir contra o major por ela?
Ele ouviu os rumores através da videira. Kyle Etman havia se levantado e atacado o Major do nada, exigindo a libertação da mulher, e estava pronto para ser morto por isso. Aparentemente, o major apontou uma arma para a cabeça antes que as autoridades chegassem para rebocá-lo.
Mas o duque era conhecido por ser um homem respeitável no império. Ele era o melhor aristocrata, perdendo apenas para os membros da família real. Kyle era filho do médico de sua família. Alguém poderia supor que os dois seriam próximos, mas, infelizmente…
Uma mulher estava entre eles.
Era um escândalo que com certeza chamaria a atenção de qualquer um que soubesse. Mas nenhuma das partes envolvidas se moveu, nem se entregou a qualquer informação sobre toda a situação, como tal, as teorias sobre os três só ficavam mais loucas a cada silêncio que mantinham.
Kyle estava de boca fechada como sempre, muito parecido com o major. Ambos se recusaram a lançar um pouco de luz sobre o que realmente está acontecendo, além do que já foi testemunhado.
— Ainda assim, você deveria pelo menos comer. — o médico suspirou indignado, — Você me entende, Kyle? — ele lembrou, mas recebeu apenas mais silêncio.
Quando a teimosia do médico mais jovem venceu, o médico finalmente se levantou, batendo levemente nas barras como se fosse o ombro de Kyle antes de finalmente deixar o jovem de volta aos seus pensamentos.
Sua sombra crescia a cada distância que crescia entre eles em cima do jantar resfriado na cela. Quando o médico olhou para trás para ver se Kyle havia ouvido suas palavras…
Ele ainda estava no mesmo lugar onde o havia deixado.
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Matthias permaneceu em silêncio enquanto olhava para Leyla. Ele não mostrou nenhuma indicação de quais eram seus pensamentos, apesar de Leyla repetidamente e sinceramente desrespeitá-lo e insultá-lo bem na cara dele.
Assim que ela terminou de falar imundície sobre ele, ele deu um passo em sua direção.
As mãos de Leyla se fecharam em torno de sua saia, apertando-as com força entre as palmas, mas permaneceram resolutamente no lugar. Ela estava cansada de se encolher.
E então sua mente voltou para Claudine.
Ela tentou afastar o sentimento e a memória, mas permaneceu persistente em sua mente.
Ela ainda podia se lembrar, tão claro quanto o dia, da humilhação e vergonha que sentiu por suas revelações. Como ela sabia todo esse tempo, o que estava acontecendo pelas costas!
Isso fez Leyla se sentir mais miserável e suja, especialmente quando ela sabia que não podia negar uma única acusação lançada contra ela.
Ela pensou que tinha esquecido tudo o que aconteceu até agora.
Mas que tola ela tinha sido.
Ela sabia que, quando partiu, o casamento dos dois estava se aproximando rapidamente. Não havia dúvida em sua mente de que eles finalmente estavam casados. Afinal, estava programado para ser entre o final da primavera e o início do verão.
Foi também na mesma época que ela começou a sentir súbitos enjôos matinais, deixando-a toda exausta e com dor logo em seguida.
Ela se lembrava de despejar o conteúdo que restava em seu estômago sobre o vaso sanitário e, quando terminava, sentava-se molemente na pedra, ladrilhos frios no chão do banheiro. Se ela estivesse trabalhando na hora, ela se esconderia no canto do depósito do museu.
Ela estava desesperada para não ser descoberta que estava grávida.
À medida que a barriga crescia, crescia também a tristeza em seu coração. Nada poderia apagar a dor em seu coração. Podia ser temporariamente entorpecido, como quando ela comia o que queria, ou quando passava por um casal recém-casado embalando um bebê no peito…
Mas permaneceu persistentemente constante.
E então veio a guerra, e aquela tristeza por seu filho em crescimento ficou em segundo plano, substituída apenas pelo terrível medo da guerra bem à sua porta. Todos os dias ela esfregava a mão sobre a protuberância crescente…
“Nós ficaríamos bem.”
Palavras que ela sussurraria ou pensaria para seu filho.
A duquesa, ela sabia, sem dúvida havia recebido uma chuva de elogios e votos de boa sorte no dia do casamento. Algum dia em breve, ela também criaria seus próprios filhos.
Visões de como os filhos da duquesa cresceriam fizeram Leyla sentir como se algo estivesse saindo de seu peito. Um sussurro de como seu filho poderia crescer, trazendo uma doce tentação em seus pensamentos…
Mas ela o enxotou com fervor.
“Vou te amar duas vezes mais”, pensou ela. Então eles vão ficar bem.
Ela tinha suportado dias piores antes. Ela pode suportá-los novamente no futuro.
Tudo o que ela sabia era que nunca mais queria estar nas sombras de tal homem, ainda mais nunca deixar a criança crescer dentro dela, sobreviver à dor e à humilhação que sofria em torno de sua presença.
Ela estava determinada a não deixá-lo viver como ela.
Matthias se aproximou dela, parando apenas a um braço de distância dela. Ele ainda parecia tão calmo e composto, e Leyla sentiu-se começando a se encolher, seus ombros curvando-se para parecer menor.
Mas ela manteve os olhos fixos nos dele.
— Leyla, como você espera criar um filho de alguém que você acusa de te enojar? — Ele perguntou a ela claramente.
— Cale-se! — Leyla gritou para ele, com os braços para trás em volta da barriga: — Não vai se importar com você!
Ela se cansou de sua persistência incessante para ser responsável por seu filho. Ele estava dando a ela uma falsa sensação de que estava ficando desesperado, mas ela sabia que ele não sentia nada além de prazer por si mesmo.
Matthias parecia estar pensando profundamente.
— Você deve amar muito, então. — Ele supôs depois de um momento, os olhos olhando para o abdômen dela, antes de levantá-los de volta para encontrar seu olhar. Seus lábios então se abriram em um sorriso, antes de explodir em risadas baixas.
— Um homem cruel e uma mulher que ama seu filho. — Ele continuou rindo enquanto as palavras escapavam de sua boca. Leyla se contorceu um pouco mais longe dele.
E então ele suspirou, o riso diminuindo e seus olhos enervantemente vazios.
— Tão divertido. — Ele murmurou.
— Você ficou louco? — Leyla perguntou com uma zombaria, e ele deu de ombros com indiferença.
— Por que não? — perguntou-lhe com um sorriso sereno. Alegria desenfreada foi mostrada em seu rosto, o que fez Leyla cerrar os dentes com mais força em antecipação a suas próximas ações contra ela.
Isso realmente não importava?
Não havia realmente como escapar desse homem e de seu poder?
— Você acha que é só por isso que vim aqui?
A pergunta repentina dele a jogou de volta. Sobre o que ele estava falando agora?
— Isto, ver você assim… — ele continuou, com um olhar distante em seus olhos, — Realmente me faz cócegas feliz em ver isso! É como se eu tivesse ficado vulnerável perto de você!
Ele elogiou tão melodramaticamente, fazendo Leyla dar mais alguns passos para longe dele.
— O-o que você está-
— Me odeie o quanto quiser! Me insulte, Leyla! — Ele a desafiou, seu sorriso se tornando maníaco, antes de estender as mãos em um movimento para agarrá-la…
Mas não investiu contra ela para fazer isso.
— Mas você é minha, Leyla.
— Não, eu não sou. — Leyla negou.
— Ah, mas você é! — Matthias insistiu: — É o que está acontecendo agora, afinal, — ele sorriu para ela, antes de seus olhos caírem para o estômago dela, — Porque eu vou ter este seu filho.
Uma onda suave veio sobre ele, e ele estava de volta à sua própria bolha de felicidade serena.
Leyla mal podia acreditar no que ouvia. Não havia como ela continuar a ouvir um homem tão louco! E agora ele estava sorrindo como uma criança prestes a receber seu presente!
Seus olhos voltaram a encontrar os dela, e ela recuou.
— Decidi não matar você, Leyla. — Ele disse a ela com um sorriso: — Então eu vou deixar você ir, e você pode correr para onde quiser. Não vou parar ou encontrar você de novo.
Leyla franziu a testa, sentindo um pavor frio se instalar em seus ossos mais uma vez.
— Mas você vai precisar deixar seu filho para trás, antes que eu lhe dê sua liberdade.
Matthias finalmente deu a ela sua estipulação, e Leyla começou a balançar a cabeça freneticamente, não querendo ceder às suas condições!
— NÃO! NÃO! — Ela gritou: — Deixe-me ir! Me deixe ir! Você não vai tirar isso de mim!
A cada grito, Leyla ficava frenética, ela jogava as mãos para cima se debatendo e acertando tudo o que podia em direção a ele. A certa altura, ela se viu pressionada contra ele e dobrou seus esforços.
Ela chutou, gritou e arranhou os ombros, braços e qualquer parte dele pressionada contra ela…
Mas Matthias tinha um controle claro sobre ela, e ela não conseguia se libertar.
— shh, acalme-se Leyla, shh, — ele continuou murmurando baixinho, os braços prendendo-a contra seu peito enquanto ela se debatia e chorava. — Pense em nosso filho, você não quer que nenhum mal aconteça, não é?
Por fim, a luta em seus braços diminuiu e soluços silenciosos puderam ser ouvidos. Satisfeito o suficiente por ela ter ficado enfraquecida após seu acesso de raiva, Matthias finalmente se permitiu se afastar, antes de colocar a mão em concha em suas bochechas molhadas.
Ele se reposicionou em um abraço, Leyla inclinando-se frouxamente em seus braços e balançando-os para frente e para trás em uma dança lenta. Suas mãos desceram, finalmente capazes de descansar a palma contra o inchaço de seu estômago.
Leyla soluçou e começou a ceder contra ele. Ela estava exausta.
Ele olhou para seus olhos avermelhados e rosto corado e sorriu afetuosamente para ela enquanto acariciava suavemente sua barriga. Ele não tinha sorrido tanto desde que ela desapareceu dele na primavera passada.
Eles ainda se encaixam perfeitamente um no outro, exatamente como ele esperava.
Ele gentilmente a guiou para a cama, aconchegando-a. A mão dele ainda acariciando a barriga dela em movimentos suaves.
Ele terá Leyla, de uma forma ou de outra.
Mesmo que ela nunca o perdoasse. Ele a terá.
Assim que sua cabeça encostou no travesseiro macio, Leyla encontrou uma estranha sensação de conforto e alívio, sua respiração finalmente se acalmou. Ela lambeu os lábios secos, enquanto grandes gotas de lágrimas rolavam sem parar por suas bochechas de seus olhos.
Matthias tirou os óculos dela gentilmente, colocando-os de lado na mesa, antes de retornar.
Ele pairou sobre ela, plantando beijos doces e gentis em suas pálpebras molhadas.
Ela fechou os olhos com mais força, sentindo como se suas lágrimas estivessem sendo consumidas por um monstro.
“Eu realmente enlouqueci”, Matthias pensou consigo mesmo enquanto lambia as lágrimas de Leyla de seus lábios e sorria para ela.
Suas lágrimas ainda tinham gosto de paraíso.
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Tradução: Eris
Revisão: Viih
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