Chore, Melhor Ainda Se implorar - Novel - Capítulo 135
✧ Esses nomes ✧
✧ Capítulo 135 ✧
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O médico militar olhou para o paciente com olhos perplexos.
A mulher não estava se recuperando há vários dias. Foi difícil para ele encontrar uma maneira adequada de examinar a condição dela porque não podia usar o remédio usual.
A gravidez dela estava sendo difícil para ele tratá-la.
— Quando a febre vai baixar? — Major Herhardt perguntou assim que o médico se afastou de Leyla.
O médico militar fez uma careta ao encará-lo, engolindo o nervosismo por desapontar o duque.
Havia mais do que apenas uma febre afetando a mulher do Major. Ele ficou surpreso por ela ter conseguido sobreviver até agora com uma miríade de condições acontecendo apenas com seu corpo.
Qualquer outro adulto médio não correria risco de morte com esta febre. Ainda assim, com a gravidez e o corpo ainda mais enfraquecido por outras doenças, era uma questão completamente diferente.
A morte estava provando ser mais provável, mas ele não sabia como entregá-la ao Major sem temer por sua vida em troca.
No primeiro dia em que foi chamado a esta sala, os olhos do Major Herhardt, que falavam inexpressivamente sobre o agravamento do estado da mulher, tinham um brilho frio e trêmulo.
Ele mal parecia estar entre os vivos e parecia prestes a engolir uma bala na boca para seguir sua mulher.
— Ainda temos que esperar e ver- — o médico começou a gaguejar quando Matthias o cortou rudemente.
— Até quando?— Matthias rosnou ameaçadoramente profundo e baixo para o médico.
Desde que ele a viu desmaiar, ele imediatamente começou a cuidar dela para recuperá-la. Sozinho, ele queria fazer isso. Ele recusou a ajuda de qualquer outra pessoa, criticando-os por se oferecerem para cuidar dela.
— Se a levarmos para um hospital militar nos fundos, podemos tratá-la? —Ele perguntou com urgência, olhando para o cabelo dourado suado e emaranhado dela, e as mechas soltas grudadas nas têmporas enquanto ela suava em baldes.
Mas o médico balançou a cabeça.
— Com a condição física do paciente, a jornada em si será muito difícil de suportar. — Ele rapidamente explicou ao duque: — E se por algum milagre conseguirmos mandá-la para lá, sua gravidez ainda nos impediria de tratá-la com qualquer remédio.
Ele queria explicar mais sobre a condição da mulher, mas a julgar pela expressão sinistra do Major, continuar falando só iria ganhar sua ira. Essa expressão aterrorizante dele, que o fazia parecer um morto andando, só fazia com que ele fosse visto como um animal encurralado.
Mas, apesar de sua postura, sua expressão permaneceu vazia e impassível.
— Sinto muito, major. — O médico terminou com um tom taciturno e resignado.
Matthias aproximou-se da cama de Leyla novamente, instintivamente agarrando a mão dela. Ela permaneceu teimosamente inconsciente.
A febre assustadoramente alta se recusou a diminuir por dias. Leyla ficou inconsciente a maior parte do tempo. Quando estava, mal dava para mantê-la acordada por muito tempo, incapaz de comer além de uma colher de mingau adequadamente.
Ela gemia sem parar reclamando do calor e murmurava incoerentemente antes de desmaiar novamente.
No entanto, Matthias não desistiu.
Para diminuir o calor de alguma forma, ele enxugou a testa dela com uma toalha molhada, limpando ela e o corpo da sujeira e do suor que começaram a se acumular. Então, ele embalava religiosamente a cabeça dela e alimentava o mingau quando ela acordava.
Leyla iria repreendê-lo sem entusiasmo por ele maltratá-la, mas ele deixou passar. Dia após dia, ele pacientemente trocava suas roupas, enxugava seu suor e fazia as mesmas coisas de novo e de novo a cada dia que passava.
— Está tudo bem, Leyla. — Ele murmurou baixinho sobre sua névoa febril delirante. Então, respirando com dificuldade em seus braços, ela gemeu de dor enquanto lutava para manter os olhos abertos e olhar delirantemente ao redor deles.
— Você vai melhorar logo. — Ele prometeu. Os olhos de Leyla se voltaram para a fonte de luz acima.
— Tio Bill. — Ela chamou, os olhos desfocados enquanto olhavam para ele antes que ela lhe desse um doce, doce sorriso.
— Leyla. — Ele respirou reverentemente.
— Mais tarde… à noite, Kyle- — As palavras de Leyla sumiram, enquanto ela voltava a balbuciar incoerentemente.
Algo frio se instalou em seu peito com a menção do nome.
Kyle.
Apesar de estar inconsciente, o nome que esta mulher chamou afetuosamente acalmou o carinho carinhoso que lhe estava sendo dado. As mãos de Matthias que estavam enxugando o suor congelaram em contemplação.
Entre suas divagações febris, Matthias deduziu que ela acreditava estar de volta a Arvis antes de começarem o relacionamento, quando ela começou a tagarelar sobre algumas histórias que ele já havia lido em seu diário, ela cuidando das flores no jardim com Bill Remmer. Divertir-se tanto na floresta e nos campos de flores. Fazendo lição de casa com Kyle Etman em sua pequena cabana.
Sempre apenas três.
Apenas os três sempre apareciam em suas memórias enquanto passavam o tempo juntos, jantavam e riam juntos.
Ele olhou para baixo e observou sua expressão feliz enquanto ela balbuciava sem parar. Nem um único momento enquanto ela compartilhava suas memórias seu sorriso desapareceu. Mesmo quando a dor piorou e ela ficou com o rosto vermelho, ela desapareceu.
Depois de vagar por muito tempo em tais ilusões, Leyla perdeu a consciência novamente e caiu em um sono profundo. Em vez de acordá-la, Matthias mergulhou uma toalha morna em uma bacia. Os ossos da mão que torcia a toalha o mais forte possível estavam ficando brancos enquanto ele derramava cada pensamento terrível que queria fazer.
Quando a noite chegou, Leyla chamou por outros nomes, mas eles permaneceram praticamente os mesmos.
Mamãe.
Pai.
Tio Bill.
Kyle.
E, no entanto, nem um único momento Matthias cruzou seu cérebro febril.
Uma raiva crescente despertou nele com o insulto flagrante que Leyla continuou mostrando a ele mesmo quando estava doente.
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Do lado de fora da enfermaria improvisada, um carro militar passou rolando para uma parada pertencente às forças de Bergian. Uma das que desmontou foi Riette von Lindman.
Ele havia parado em frente a um hotel na praça da cidade, esticando um membro acima da cabeça enquanto relaxava os membros da longa jornada. Ele observou os jovens soldados sentados em grupos e fumando ou conversando à tarde.
Essa aura relaxada no acampamento, um grito diferente da guerra de onde ele vinha, imediatamente iluminou os olhos de Riette.
— Riette Lindman! — Um nobre oficial, que o reconheceu, aproximou-se com um sorriso enquanto se cumprimentavam. Riette retribuiu o aperto de mão com seu sorriso maroto.
— Ah, você ainda está vivo. — Ele brincou.
— Você sabe como eu sou. — Eles refutaram alegremente. Os dois continuaram trocando gentilezas e piadas antes de se sentarem lado a lado em um bar no primeiro andar do hotel.
Depois de alcançar a prioridade máxima de ocupar Sienna, o exército de Berg estava programado para reorganizar suas linhas de batalha aqui e marchar para o oeste para atacar a capital de Lovita. No entanto, os soldados que estavam correndo sem parar e vencendo a guerra receberam licença temporária para aproveitar algum tempo em uma cidade termal no sul como recompensa por todo o seu trabalho árduo e sacrifício.
Antes do início do ano novo, a declaração solene do imperador de que ele iria ganhar e devolver os filhos de Berg, que ele pertencia à cidade de Sienna, aos braços de sua família, mas ninguém acreditou prontamente.
Agora parecia cada vez mais provável que fosse verdade.
— E quanto a Matthias? — Riette estremeceu levemente enquanto bebia um gole de conhaque, olhando ao redor em busca do duque enquanto ele perguntava sobre seu paradeiro. Afinal, ele foi a razão pela qual Riette, que havia sido designado para as unidades de retaguarda que forneciam a maior parte do Exército Berg, veio para cá em primeiro lugar. Para checar seu primo.
— É… — O policial, que estava rindo maliciosamente com ele há pouco tempo, de repente parecia pensativo e hesitante. Riette franziu a testa com preocupação.
— Por que? Aconteceu alguma coisa? Não ouvi dizer que ele estava ferido.
— Não é desse jeito. O major Herhardt está seguro, mas… —, o oficial começou a falar, suspirando: — Tem acontecido algumas coisas estranhas aqui ultimamente.
— Oh? — Riette perguntou, agora intrigado: — O que pode ter acontecido com aquele cara chato?
Dedos tamborilaram contra o vidro.
— Ele arrastou uma mulher Lovitan grávida para o acampamento.
As mãos de Riette pararam antes que ele pudesse engolir outra dose de conhaque.
— O que? — ele resmungou, Riette duvidando que ele o ouviu corretamente.
— É um choque que o duque Matthias von Herhardt, que não é como os outros homens, de repente sinta o desejo de reivindicar uma mulher do nada! Especialmente uma mulher lovitana. —Ele resmungou, esfregando as têmporas em grande confusão, ainda incapaz de entender o comportamento de seu Major. — Não sei explicar.
— Ah, vamos lá, — Riette cutucou, — Não me deixe esperando agora que você me contou as partes interessantes.
— No quarto 308, vá e veja por si mesmo. —O outro soldado grunhiu, tomando outro gole de conhaque para si mesmo: — você saberá quando ver.
Ele bebeu o resto da bebida, balançou a cabeça e suspirou. Riette, que o olhava com o cenho franzido, saiu do bar, junto com o resto da bagagem.
Mesmo enquanto subia as escadas e passava pelo corredor onde ficava o quarto, não acreditou no amigo. Riette pensou que era certo que ele estava bêbado de tanto beber o dia todo. Ou talvez tenha enlouquecido um pouco devido ao choque da guerra. Isso fazia mais sentido do que Matthias von Herhardt cometer tal escândalo em meio a uma guerra de alto risco.
Logo depois, porém, Riette pôde confirmar a ridícula realidade com seus próprios olhos.
Quando ele estava prestes a bater, a porta do quarto se abriu de repente. Ele quase colidiu com o médico militar, que estava prestes a sair da sala.
— Oh, Matthias está aí? — ele perguntou educadamente ao médico, antes que uma explosão repentina dentro da sala lhes desse grande alarme!
— Abra seus olhos! Abra seus olhos! Vamos! — um grito exigente ecoou de dentro, antes que o médico voltasse para dentro às pressas, com Riette o seguindo.
O que ele viu o deixou muito perplexo assim que viu seu primo.
Seu primo perfeito, o sempre reverenciado duque de Arvis, agora parecia maníaco enquanto ele sacudia rudemente os braços de uma mulher inconsciente e definitivamente grávida na cama enquanto ele gritava com ela.
Matthias tinha olhos injetados e as rugas em seu rosto eram mais proeminentes do que ele lembrava. Até a camisa que ele usava estava solta e amassada. Era inacreditável, mesmo quando ele viu seu estado com seus próprios olhos.
— Não faça isso, major! A paciente precisa descansar! — protestou o médico enquanto agarrava os pulsos do major para impedi-lo de sacudir a mulher um pouco mais.
— Você acha que pode fugir se morrer?! — Matthias gritou para o rosto da mulher: — Não me subestime!
Sem qualquer piedade ou consideração, Matthias empurrou o médico militar segurando seu braço. Ele voltou a agarrar a mulher inconsciente deitada na cama novamente.
Riette não tinha ideia do que estava acontecendo, mas seu corpo se moveu de qualquer maneira, imediatamente agarrando os pulsos de Matthias para impedi-lo de agravar ainda mais a condição da mulher.
— O que está acontecendo, Matthias?! — Riette gritou por cima dos gritos de seu primo: — Qual é o significado de tudo isso-
Em seu estado de choque, Riette soltou abruptamente Matthias assim que viu quem estava deitado na cama.
Ele deu alguns passos para longe de seu primo.
Era Leyla Lewellin, a mulher que Riette reconheceu muito bem.
Aproveitando o choque de Riette, Matthias voltou correndo para Leyla.
— Se você fugir para a morte, eu morrerei também! Eu vou atrás de você! — Matthias exclamou enquanto sacudia seu corpo inconsciente rudemente, — Você me ouviu, Leyla?! Você é minha! Mesmo se você morrer, você não vai escapar de mim!
Matthias, que segurava e gritava com uma mulher inconsciente, parecia uma besta transformada, forçada ao último de sua sanidade. Como uma presa lamentável jogada na frente da arma, oprimida por um medo incontrolável e deixada apenas com seus instintos mais básicos.
Riette cambaleou para trás em grande descrença enquanto observava a loucura se desenrolando à sua frente.
Isso… Isso não fazia sentido.
Tanto quanto ele sabia, Matthias era um homem que viveu perfeitamente toda a sua vida. Ele sempre foi calculista e composto, sempre um predador intimidador e um caçador perfeito durante toda a sua vida.
Não havia razão para acreditar que ele pudesse ser outra coisa senão isso.
— Abra os olhos agora. Abra os olhos, Leyla! — Matthias exigiu de Leyla, que permaneceu teimosamente mole e inconsciente: — Veja quem está na sua frente antes de matar Kyle Etman! — Ele fervia desesperadamente, seu corpo tremendo com uma raiva mal disfarçada.
Alguns dias atrás, talvez Leyla pudesse ter voltado à inconsciência com suas ações atuais, mas sua condição piorou muito a cada dia que passava. E agora, mesmo com sua respiração irregular e gemidos de dor…
Seus olhos só podiam permanecer fechados para ele.
Matthias viu isso como um desrespeito a ele, uma recusa obstinada da parte dela em negar sua atenção a ele.
E isso fez Matthias querer enlouquecer.
— Tio… — Leyla murmurou dolorosamente e ansiosamente em seu delírio, quando ela suspirou, Matthias sentiu um cheiro familiar de ferro. Ele só conseguiu cair de volta na cama, incapaz de dizer mais alguma coisa para fazê-la vê-lo.
Ela chamou por Bill Remmer mais algumas vezes, um sorriso sempre seguindo o exemplo antes de seus olhos verdes nublados piscarem sem foco na sala. Era quase como se ele estivesse lá com eles, prestes a buscar e roubar Leyla dele.
Matthias olhou em volta com olhos vazios e mortos, antes de pousar na janela da sala. Devia estar um dia claro lá fora, mas ele não viu nenhuma luz. Era tudo escuridão.
Escuridão perfeita sem um único pedaço de luz.
O jardineiro estava realmente tentando levar Leyla embora?
Que pensamento ridículo, ele racionalizou, mas o medo persistente se recusou a deixá-lo.
Assim como Bill orquestrou a fuga de Arvis com Leyla…
Ele volta mais uma vez para levar Leyla de volta do homem que lutou com unhas e dentes para reuni-los.
— Leyla. — Matthias chamou suavemente, sua melodia mudou mais uma vez em face da morte iminente para ela. Ele envolveu as bochechas aquecidas de Leyla com as mãos que começaram a tremer.
— Leyla, por favor. — Ele implorou em sua mente enquanto pressionava suas testas juntas, antes de pressionar seus lábios e provar o sangue que havia se depositado em seus lábios.
Ela estava sussurrando mais uma vez, fraca e suave contra seus lábios.
— Tio… — Os lábios de Leyla ficaram macios como se ela tivesse encontrado Bill Remmer novamente.
— Kyle… — ela gritou com um sorriso delirante.
Naturalmente, o nome seguiu. Leyla riu alegremente contra ele, embora ele soubesse em seu coração que ela estava prestes a morrer.
Ela estava sonhando com coisas bonitas com um homem que não era ele.
Matthias se lembrou da garota sorrindo brilhantemente para Kyle Etman na frente dele.
Ela era filha de Arvis, que cresceu tão inteligente quanto bonita, seus olhos sempre brilhando e amando tudo o que via. A mulher que escapou dele implacavelmente, a mulher que ele esperava que fosse dele, mas nunca foi.
Ele a estava matando?
— Matthias. — Riette, que se aproximou dele, agarrou-o levemente pelo ombro. Foi só então que Matthias percebeu a existência de seu primo.
Mas isso não despertou nenhum sentimento de alarme nele. Apenas um vazio permaneceu. Mesmo com Riette à sua frente, os olhos de Matthias estavam vazios.
O toque de Matthias voltou para Leyla, sendo rejeitado pelo toque de Riette em seu ombro.
Suas mãos percorreram todo o cabelo suado, o rosto vermelho emaranhado. As mãos dele demoraram no pescoço dela, antes de passar para os braços, e torso antes de ele finalmente se inclinar para trás.
Suas mãos caíram para os lados frouxamente.
Com uma voz concisa, ele finalmente falou.
— Traga-me Etman. Agora.
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— Kyle Etman!
Kyle rapidamente olhou para cima em busca da voz que o chamava com urgência. Os policiais militares, um dos que o colocaram nesta prisão, entraram correndo, com as chaves tilintando, parados em frente à cela.
— Você foi solicitado, Soldado Etman. — a polícia o informou enquanto destrancava sua cela improvisada.
Decidindo ser um pouco sarcástico depois de ser preso, Kyle não pôde deixar de retrucá-los.
— Oh? Ainda não tenho mais dias para servir de punição?
— Pare de falar espertinho e saia! — o polícial gritou duramente para ele, levantando-o, — Você recebeu um trabalho importante no lugar de sua punição, então seja grato! Empenhado em dobro! — Eles o incitaram, agarrando-o rudemente pelo bíceps e puxando-o para fora da prisão.
— O que você quer dizer? — Kyle perguntou com grande confusão: — Que missão?
— São ordens do Major Herhardt. — o polícial grunhiu para ele.
Ah, então ele estava sendo solto sob a clemência do duque, hein? Kyle quis rir zombeteiramente com o pensamento. Certamente este era apenas outro senso de justiça doentio que o duque tinha!
Quando Kyle estava prestes a responder à polícia, ele foi interrompido por uma explicação.
A clemência do duque por se colocar neste armazém. Assim que ele quis rir, a Polícia Militar continuou.
— A mulher que o Major trouxe está muito doente —, explicou o policial severamente, — E por alguma razão, ele está convencido de que você pode ajudar. Então levante-se, Soldado Etman! O tempo é uma perda de tempo!
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Tradução: Eris
Revisão: Viih
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