Chore, Melhor Ainda Se implorar - Novel - Capítulo 137

✧ Se eu não puder ser o seu céu ✧

✧ Capítulo 137 ✧

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Uma estranha rotina logo se formou entre Matthias e Kyle.

 

Kyle interviria para cuidar dela quando Leyla recobrasse a consciência, e Matthias assumiria o comando assim que ela caísse em um sono profundo. 

 

Não foi intencional, mas veio naturalmente para eles.

 

Um acordo sem palavras entre os dois.

 

Felizmente, alguns dias depois de toda a confusão, a febre de Leyla finalmente foi baixando, pouco a pouco.

 

O médico militar ficou aliviado por não ser pneumonia, que era o pior cenário para a grávida. Ele também tinha certeza de que, se a mulher morresse, ele também seria morto pelo major por seu fracasso.

 

— Tudo o que resta a fazer agora é deixar isso para a paciente. — Ele informou cautelosamente ao major, que estava segurando a mão da mulher assim que ela adormeceu.

 

— Para fazer isso, — o médico começou ansiosamente, — o conforto dela é de extrema importância. Por favor, evite estressá-la de qualquer maneira e não a trate com tanta grosseria. — O médico finalmente desistiu.

 

Enquanto ele estava com medo de qualquer ataque que o major pudesse lhe dar, este também era um conselho necessário. Se o major queria manter a mulher viva, ele também precisava seguir esse conselho.

 

Matthias levantou-se abruptamente, fazendo todos os outros na sala se encolherem. Ele permaneceu quieto, antes de soltar a mão de Leyla. Kyle, que trouxe a refeição bem na hora, finalmente entrou na sala.

 

Eles travaram os olhos um com o outro.

 

Enquanto eles continuavam a olhar um para o outro, os olhos nervosos do médico militar passaram rapidamente entre eles, enquanto ele engolia sua apreensão. Duke Herhardt e o filho de seu médico de família. Mais e mais os rumores sobre o duque ter roubado a mulher do filho do médico estavam se tornando mais verdadeiros a cada tempo. 

 

Felizmente, o silêncio não durou muito.

 

Matthias finalmente recuou e Kyle finalmente assumiu seu espaço recentemente desocupado ao lado da mulher inconsciente. E bem a tempo também, quando Leyla finalmente abriu os olhos.

 

— Kyle. — Um sorriso brilhante e agradável se espalhou pelos lábios de Leyla assim que ela o viu.

 

— E a nota? Você trouxe sua nota geométrica? — Ela perguntou a ele incoerentemente. Kyle deu a ela um sorriso suave e desanimado em troca.

 

Ela ainda estava meio delirante e enlouquecida por causa da febre alta. Ele brincaria com ela até que ela melhorasse.

 

— Claro que eu trouxe. — Ele falou suavemente, enxugando suavemente o suor da testa dela, — Assim, posso conseguir o jantar de você.

 

— Não, ainda não. — ela murmurou, olhando ao redor com uma carranca.

 

— Você não quer jantar, Leyla? — Kyle perguntou suavemente, esperando pacientemente por sua resposta.

 

— Tio Bill ainda não veio.

 

Kyle piscou para conter as lágrimas que arderam em seus olhos ao mencioná-lo. Ele limpou a garganta um pouco para se recompor antes de responder a ela.

 

— T-Tio Bill me disse que chegaria um pouco atrasado, Leyla. — Kyle desculpou-se enquanto sorria mais brilhante depois de esfregar o rosto de olhos vermelhos com pressa.

 

Matthias os observava à distância da cama, escondido de sua linha de visão direta.

 

Ele observou Leyla sorrir como uma garota inocente e acreditar nas palavras de Kyle quase imediatamente, sem hesitar. E Kyle estava lá, alimentando cuidadosamente seu mingau, soprando cada colherada para esfriar para ela. 

 

Que visão aconchegante e pacífica.

 

Uma que ele nunca teve com ela.

 

Depois de observá-los por mais um momento, Matthias rapidamente girou nos calcanhares, virando-se silenciosamente para evitar ver mais. 

 

Enquanto a luz do sol brilhava sobre ele enquanto ele saía para o corredor, um sorriso amargo abriu caminho em seus lábios.

 

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Matthias não voltou para seu quarto até tarde da noite. Kyle tinha acabado de sair do quarto, e agora apenas Leyla permanecia nele, profundamente adormecida.

 

A febre finalmente estava diminuindo, embora gradualmente, mas pelo menos a respiração de Leyla não era mais irregular e ofegante. Ela estava respirando normalmente mais uma vez. Graças a isso, Matthias pode observá-la sem parar no silêncio imperturbável. Seu rosto estava calmo, quase como se ela estivesse em um sonho agradável. Ele não sabia que sonho ela estava tendo.

 

Mas ele tinha certeza de apenas uma coisa sobre isso. 

 

Ele não estava nele.

 

Ele não queria pensar na bagunça ao seu redor, mas eventualmente, ele se viu no banheiro, se limpando. Ele demorou mais do que o normal no banho, portanto, quando saiu, Leyla estava acordada. 

 

A mulher estava deitada imóvel, olhando para o teto como uma criança inocente. Ele hesitou por um tempo, mas Matthias ainda se aproximou de Leyla. 

 

Ao ouvir seus passos se aproximando, ela se virou curiosa para olhar para ele. Eventualmente, não foi uma surpresa para ele que assim que ela o viu, seu olhar inocente e de olhos arregalados logo foi substituído por um medo frenético e desenfreado.

 

— Não, não faça isso! — Ela sussurrou suplicante para ele.

 

Matthias continuou em frente, parando ao lado da cama e levantou as cobertas, observando-a encolher de medo com sua proximidade. Ele percebeu que não se importava nem um pouco com isso, antes de puxá-la para mais perto e começar a tirar suas roupas de qualquer maneira, e começou a enxugar o suor e a sujeira de todo o corpo dela.

 

Ela engasgou e choramingou com seu toque, debatendo-se fracamente em seu aperto, mas ele continuou. Ela sacudiu o braço dele fracamente, e quando percebeu que era inútil, ela cobriu o rosto com as mãos.

 

Ele poderia ter ido e ordenado a uma mulher para fazer isso, seu exército não estava com falta de enfermeiras, afinal. Mas ele não queria deixar ninguém se aproximar de Leyla.

 

Ele odiava ver alguém preocupado com ela, estar com ela, tocá-la e vê-la do jeito que ele fazia agora. Não importava se era homem ou mulher. 

 

Só ele deve estar com ela.

 

Matthias continuou limpando cuidadosamente seu corpo trêmulo e frágil. Assim que suas mãos alcançaram seu estômago, seu corpo congelou por um momento.

 

Enquanto Leyla estava ficando mais fraca devido à doença, a criança continuou crescendo persistentemente. Ele esperava que, de alguma forma, ela abortasse e Leyla recuperasse a saúde, mas a criança teimosamente permaneceu saudável em sua barriga.

 

Na verdade, só poderia ser seu filho, visto que estava persistentemente grudado na mulher, como ele. Curiosamente, enquanto Leyla não teria escrúpulos em deixá-lo para trás, parecia estar bastante apaixonada pelo pequeno parasita pelo qual ela estava pronta para morrer .

 

Naquele momento, um sentimento feio floresceu em seu peito em relação ao filho ainda não nascido.

 

Ele invejava e odiava a criança como um louco. Naquela época, ele só precisava se contentar com Kyle Etman e Bill Remmer. Mas o velho jardineiro já estava morto e Kyle não era uma ameaça para ele.

 

E agora este parasita de uma criança.

 

Ele não tinha dúvidas de que Leyla colocaria até mesmo seus pássaros favoritos, flores e até grama acima dele. A situação dele era verdadeiramente miserável e lamentável, e francamente patética, mas ele não conseguia se livrar de seus sentimentos por ela.

 

“Devo me livrar de tudo?” Ele se perguntou curiosamente. A vontade de fazer isso era forte, de se livrar de tudo em seu caminho para ficar com Leyla, apesar de seu lado racional dizer o contrário.

 

Se ele se livrasse de tudo o que ela amava, ela não teria escolha a não ser ficar com ele. Um pensamento maluco, mas ele poderia fazer isso, ele supôs. Ele a deixaria louca, assim como ela fez quando o deixou.

 

Oh.

 

Ele não tinha visto isso antes.

 

Mas um dia, seu amor acabará por matar Leyla, não é?

 

Mas era assim que ele a amava. Ele não sabia como amar essa mulher de outra maneira. Ele não achava que precisaria encontrar um caminho diferente em toda a sua vida.

 

Matthias arrumou a toalha e a agarrou enquanto reunia seus pensamentos acelerados, acalmando sua respiração. Seus olhos fitavam profundamente o abismo, mesmo quando ele se deitou e cobriu Leyla com um pijama novo.

 

— Vamos dormir. — Matthias sussurrou, passando o cabelo de Leyla sobre sua testa e bochecha.

 

Leyla acenou para ele sem fôlego e logo fechou os olhos. Ela não sentiu como se tivesse adormecido. Ela só queria evitá-lo. Ela não pode se dar ao luxo de perder a postura perto de um homem que tanto odiava e temia.

 

Matthias permaneceu ao lado de Leyla, apesar de saber o quanto ela o odiava.

 

Foi bom vê-la de qualquer maneira. Ele a amava tanto, tanto quanto estava doente e cansado de si mesmo.

 

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Quando ela acordou, Leyla estava nos braços de Matthias novamente, segura e gentilmente envolta neles. O sol da manhã entrando pela janela os iluminava lindamente juntos.

 

À medida que sua mente gradualmente voltou ao presente, uma por uma, suas memórias voltaram à tona durante a febre.

 

Ela se lembrava vagamente de reclamar durante o sono. Ela também expressou seu desejo de sair. Ela também se lembra de ter se sentido frustrada. Ela só queria tomar um pouco de ar fresco. E ainda assim ela se lembrava de Matthias dando a ela um olhar duro e frio, obviamente não permitindo isso.

 

Mas eles eram todos tão confusos que pareciam surreais.

 

Leyla arriscou um olhar para Matthias, antes de virar os olhos para olhar o céu pela janela aberta. Ele ainda estava aconchegado profundamente, de costas para a janela enquanto seus braços a envolviam calorosamente. Seus dedos estavam distraídos acariciando a parte inferior de suas costas, sentindo como se uma pequena brisa suave estivesse correndo por ela.

 

—Leyla. — Ele falou, voltando o olhar dela para suas pálpebras agora abertas. Ele finalmente acordou, mas então baixou o olhar dela e se virou para o céu distante antes de encontrar os olhos dela novamente.

 

— Leyla. — Ele falou em um sussurro, quase como se o nome dela fosse a única música que ele sabia cantar. Parecia muito doce em seus ouvidos, ela não pôde deixar de ouvi-lo.

 

— Seu filho está bem. Estou feliz que está tudo bem. — Ele a silenciou gentilmente, enquanto continuava acariciando-a com amor. Subconscientemente, ela afundou mais em seus braços, sentindo seu coração pular de esperança com suas palavras gentis.

 

“Afinal, foi só porque ele entrou em pânico”, Leyla pensou consigo mesma, “ele é apenas humano, o estresse certamente obscureceu seu julgamento. Afinal, ele não odeia o filho”.

 

— Ainda assim, eu preciso ter isso, ter você de novo. — ele continuou, antes de seus braços apertarem levemente em torno de sua forma frágil, — Mas devo admitir, estou bastante furioso com isso.

 

O coração de Leyla saltou para a garganta com suas palavras, um pavor frio lentamente a preenchendo.

 

— Eu continuo vendo você apreciá-lo com muito carinho, e ainda assim você continua me deixando de lado, declarando seu ódio sem fim por mim, e eu não suporto isso. — Ele sibilou, segurando-a mais perto dele a cada declaração que passava, — Eu preciso ter você, e ainda assim eu odeio tanto porque você ama tanto.

 

Ela olhou para ele, em uma mistura de apreensão e confusão. Ele olhou diretamente nos olhos dela, enquanto a luz do sol lançava sombras sobre seu rosto.

 

Ela ainda estava em uma alucinação febril? Leyla não pôde deixar de se perguntar.

 

Deve ser, ela desejou desesperadamente. Ela não conseguia imaginar nenhum pai falando sobre seu filho como ele. Certamente este era apenas um pesadelo que ela conjurou em sua febre, como os muitos outros que ela imaginou sobre sua tortura.

 

— Eu sei que não devo fazer isso, mas não posso deixar de querer prendê-la novamente, — Matthias sorriu para ela, — Mesmo se eu sequestrar aquela criança que você carrega, eu farei isso, contanto que você fica ao meu lado.

 

Ele segurou suas bochechas com amor, olhando para seus olhos vidrados e arregalados com grande adoração.

 

— Eu posso fazer qualquer coisa, não importa o quão extremo seja, apenas para mantê-la comigo.

 

Ele continuou falando. Sobre como ela o levou a ser assim, e como ele só sabia estar com ela assim. Como lhe doía vê-la sofrer tanto, adoecer e delirar. E enquanto ele falava sobre si mesmo, e seu tratamento para com ela…

 

A criança em seu ventre não parava de se mexer, quase como se adorasse ouvir sua voz, por mais cruéis que fossem suas palavras. Leyla também não pôde deixar de ficar hipnotizada por ele.

 

— Mas eu ainda estou tão feliz, — ele continuou enquanto sorria para ela, — Porque eu ainda tenho você em meus braços assim.

 

Sua mente estava em guerra, mas seu corpo e filho estavam resolvidos com ele.

 

— Eu sou assim, Leyla. Para você, serei esse monstro para sempre. — ele sorriu, e ainda assim, ela não consegue se afastar…

 

— E um dia esse monstro vai te matar. — Ele declarou: — E mesmo que eu seja a morte de você, não posso deixar de te amar de qualquer maneira.

 

Matthias suspirou enquanto continuava murmurando bobagens para ela, então ele beijou o cabelo dourado que ele tinha enrolado em uma das mãos.

 

No começo, ele sabia que nunca faria nada para estragar o cabelo dessa mulher. Ele já sabia no momento em que prometeu encontrá-la e matá-la, e se não pudesse tê-la, ele a mataria e escaparia apenas com este pedaço dela enquanto escapava de seu desejo enlouquecido.

 

“Minha rainha, governante da minha vida, como posso te matar?” Ele se perguntou com saudade enquanto acariciava o rosto de Leyla em uma carícia gentil como se fosse um velho tremendo de medo diante de tanta beleza.

 

Mesmo quando esta mulher continuou machucando-o e despedaçando seu coração, ele estava muito disposto a sorrir e morrer para estar com ela. E ainda… 

 

Seu amor sempre foi um veneno para Leyla.

 

Há apenas uma coisa que Matthias poderia fazer por sua rainha.

 

— Vá então, Leyla, — ele sussurrou, deixando seus cachos dourados finalmente escaparem de suas mãos. A outra mão dele ainda tocava suavemente as bochechas dela, imprimindo sua beleza ofuscante em sua memória, para queimá-la em sua mente por toda a eternidade, tornando-o um louco novamente.

 

Se fosse aí que o relacionamento deles seguiria seu curso, há muito que Matthias poderia dizer agora.

 

— Fique boa logo, — ele sussurrou contra sua pele, — – e me deixe então.

 

Era tudo o que ele podia fazer, não era? Era tudo que ele deveria fazer, e ainda assim, seu coração estava furioso contra isso. Ele soltou uma risada oca, rindo melancolicamente em seu último comando para ela.

 

Deixá-la ir foi uma sentença de morte para ele.

 

Ele amava tudo sobre esta mulher.

 

Seus lábios, seus cabelos, seus olhos, ainda mais quando estão cheios de lágrimas implacáveis. Mesmo quando ela tremia ao vê-lo, mesmo quando outros o desprezavam agora por sua obsessão por ela…

 

Ele vai se deliciar com esse inferno que criou porque o levou até ela.

 

Ele ainda queria mantê-la ao seu lado, levar seu filho e acorrentá-la com ele para sempre, mesmo que ela o detestasse por toda a eternidade.

 

Ele assumirá com prazer o papel de seu monstro, o vilão em sua vida, e com orgulho apenas para prendê-la com ele.

 

Mas ele também sabia.

 

A mulher que ele mais amava, aquela por quem ele era louco de amor… 

 

Ela era Leyla, uma que prosperava mais quando era livre e bonita como um pássaro. Como a garota de Arvis, que durante toda a sua vida, sentou-se sozinha em um dia chuvoso em sua cabana pitoresca e passou toda a leitura dos livros que amava.

 

— Leyla… Se eu não posso ser o seu céu, — ele murmurou ansiosamente, — Então….. eu vou deixar você ir…

 

Porque mesmo que ele a deixasse ir, seu amor por ela nunca diminuiria. Não por muito tempo.

 

Ele o levará consigo para o túmulo, mesmo que isso signifique viver eternamente em dor torturante, sem salvação à vista.

 

— Mas eu vou te amar, e vou suportar essa perda de você…

 

— Leyla, minha querida Leyla, por favor.

 

— Então vai. — A voz de Matthias era tão suave quanto o vento. Leyla apenas olhou para ele com olhos hipnotizantes. Sua agonia e beleza eram tão hipnotizantes para ela.

 

— Voe para o seu céu… bem longe de mim.

 

“Antes que meu amor finalmente te mate.”

 

Ele ainda não suportava dizer as palavras, mas por enquanto, ele vai se contentar com um último beijo de despedida na testa dela.

 

— Adeus, Leyla.

 

A criança em seu estômago estava vibrando leve e ativamente. Ainda estava dançando com entusiasmo as palavras de seu pai. Leyla podia sentir um calor sobre ela com seu beijo em sua testa.

 

Que sonho lindo foi esse. 

 

E, no entanto, que tristeza isso deu a ela em troca.

 

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N/T Eris: Gente????? Como assim???? Sem palavras, apenas chocada com esse capítulo. Matthias a libertou cara, tô tão feliz, mesmo sabendo que ela vai ficar com ele pq ela está apaixonada kk.

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Tradução: Eris

Revisão: Viih

✧ MAID SCAN ✧