Chore, Melhor Ainda Se implorar - Novel - Capítulo 141
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✧ Capítulo 141 ✧
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Um bloqueio foi emitido assim que as nuvens de guerra começaram a rolar. A ordem foi imediatamente transmitida a todos os civis. O movimento de entrada e saída da cidade foi imediatamente suspenso, portanto ninguém poderia entrar ou sair da cidade.
Kyle andava em frente ao quartel-general com uma expressão preocupada no rosto enquanto vagava pelo quartel.
Chegou tão rápido e os deixou todos abalados e despreparados, como tal, o plano de enviar Leyla de volta para Berg foi interrompido.
De repente, tudo deu errado em tão pouco tempo.
Ettar, que se tornou um traidor e colocou toda a Confederação de Berg em apuros, acabou decidindo participar da guerra e se aliar a Lovita. E Sienna acabou ficando no meio da zona de guerra, visto que as regiões vizinhas de ambos os confederados logo começaram a escolher seus lados.
A maioria dos superiores temia que uma recaptura iminente de Sienna logo ocorresse.
A expressão de Kyle depois de verificar o relógio em seu pulso tornou-se mais ansiosa. Ele não podia mais esperar que Leyla se recuperasse o suficiente, ou mesmo esperar que os documentos legais chegassem para permitir que eles viajassem de volta para Berg. Não havia notícias do comando, mas o alerta de que o inimigo estava logo ali na esquina tornava as coisas tão tensas no quartel que se percebia pela urgência nas ações de cada soldado ao redor do acampamento.
Foi-se o ar descontraído ao redor do acampamento antes, agora substituído por respirações presas e posturas tensas, pois tudo poderia dar errado em um estalar de dedos.
Sienna havia se tornado mais uma vez um perigoso campo de batalha que poderia ser engolfado por tiros a qualquer momento. Assim, a necessidade de tirar Leyla desta cidade agora estava se tornando mais imperativa, mas como eles iriam romper o bloqueio?
Quando os sanguessugas no comando conseguiram se acalmar o suficiente, os oficiais finalmente deixaram a privacidade da tenda de comando após a reunião de alta tensão.
Kyle encontrou Mathias em um piscar de olhos.
Como esperado, ele não agiu diferente do normal. Os dois se olhavam de vez em quando antes de se separarem. Desta vez, Kyle precisava dele.
— O que está acontecendo nas fronteiras? — Kyle perguntou urgentemente por ele, passos apressados combinando com o Major. Ele precisava ter esperança de que eles ainda tivessem algum tempo para partir.
Mas o olhar de Matthias apenas endureceu. Ele não precisava dizer mais uma palavra. Kyle sabia que eles não teriam permissão para sair agora.
— Então Leyla… — Kyle parou com um resmungo de preocupação, mas Matthias finalmente falou, interrompendo suas preocupações.
— Leyla deixará Sienna em breve, — Matthias falou com confiança para ele. Kyle franziu a testa em confusão.
— Mas os civis também não estão proibidos de passar pelo bloqueio? — Sua pergunta foi ignorada, continuou Matthias.
— Kyle Etman, você sabe dirigir?
— O que? — Kyle franziu a testa, antes de responder hesitantemente: — Sim, eu sei. Mas por que você está… — Kyle parou enquanto seguia o olhar severo de Matthias à distância.
Do outro lado de seu olhar, havia uma fila de ambulâncias entrando e saindo do acampamento. Isso já vinha acontecendo há algum tempo, desde a decretação do bloqueio.
Até onde eles sabiam, pacientes críticos estão sendo transportados para fora de seus acampamentos e para o hospital militar próximo, mas longe o suficiente para estarem a salvo de qualquer ataque inimigo.
— Você está pensando seriamente- — Kyle olhou para o duque incrédulo, que apenas lhe deu um olhar aguçado. O silêncio reinou entre eles enquanto os dois homens mantinham uma conversa sem palavras.
O que quer que o duque estivesse planejando, estava claro que ele já havia se decidido.
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Leyla fechou a mala depois de checá-la uma última vez.
Ela então calçou sapatos de sola grossa e abotoou um casaco grosso de inverno bem apertado em volta de seu corpo frágil. Tudo o que restava para ela fazer era ir ao local de encontro na hora que Kyle especificou para ela.
Ela havia terminado cedo, faltando algumas horas antes de precisar sair, mas seus nervos estavam começando a ficar em frangalhos. As coisas estavam progredindo muito mais rápido do que ela pensava, e agora ela se viu tendo que escapar de Sienna em apenas algumas horas.
Ela nunca esperava ficar tão nervosa por deixar Sienna.
Kyle a informou que foi encarregado de dirigir uma ambulância para transportar um paciente gravemente doente para fora de Sienna e para as unidades de retaguarda onde ficava o hospital militar.
Ele deu a ela instruções específicas de que ela precisaria se esconder na ambulância para que eles pudessem sair da cidade bloqueada. Acompanhando-os estava o Marquês Lindman, que também havia sido convocado para retornar à unidade de retaguarda.
Ele não fez nenhuma menção a Matthias, mas Leyla apenas sabia que ele era o mentor desse arriscado plano de fuga para ela. Quem mais inventaria tal esquema apenas para que ela estivesse segura, afinal?
Ela não pode estar errada sobre isso.
Mas parecia que a hora de deixá-lo finalmente havia chegado também.
Leyla pensou em tudo várias vezes enquanto se preparava para partir. Era tudo o que ela se via capaz de fazer.
Ela está prestes a deixar esta cidade, o homem, e os dias de opressão por ele logo seriam apenas lembranças para ela.
Para esquecer tudo e começar um novo começo com seu filho. Não haverá sombra de duque em nenhum lugar dessa vida futura.
Isso mesmo.
Esta foi a melhor coisa que aconteceu com ele e ela.
Incapaz de continuar pensando em silêncio, Leyla correu para abrir um pouco as cortinas. A luz pálida e brilhante da lua imediatamente inundou a sala em que ela estava.
Marquês Lindman disse que viria buscá-la aqui enquanto Kyle se ocuparia dirigindo a ambulância para a qual foi designado, em direção ao local especificado. Ela irá com ele para onde Kyle estaria esperando por eles.
Um plano simples, dificilmente algo daria errado se nada interferisse.
E muito menos Matthias não virá nem mesmo para se despedir dela.
Seu peito aperta com o pensamento. Ele a estava deixando partir. Ela sabia que ele era um homem de palavra, mas ainda assim…
Espontaneamente, sua mão veio esfregar sua barriga inchada de desejo. Seu filho teria que deixar para trás um bom pai.
Ela não pode deixar de lamentar o vínculo que eles nunca teriam.
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Este deve ser um segredo que apenas três ou quatro pessoas saberiam. Pelo bem de Matthias, Riette manteve seus pensamentos para si mesmo, mas todos já sabiam.
Violar a ordem militar dada pelo comandante durante a guerra é um crime grave que não pode ser coberto ou perdoado por quaisquer atos brilhantes ou milagres que Matthias planejava fazer durante a guerra. Ele queria saber por que seu primo se esforçaria tanto para fazer algo tão criminoso que poderia levá-lo a ser julgado em um tribunal militar.
E o que ele estava pensando no momento em que concordou em ajudá-lo a fazer isso!
Riette jogou água em seu rosto e o enxugou depois de um suspiro profundo. Em frente a ele, Matthias estava sentado.
Ambos os primos estavam agora sentados e olhando para a escuridão além da janela com olhares contemplativos. Foi-se o olhar intenso que ele tinha ao delinear seu plano para esgueirar Leyla através do bloqueio momentos antes.
— Você pode sair. — Ele dispensou como se tivesse percebido a ansiedade de Riette. Seus olhos se encontraram, mas Riette não fez nenhum movimento para sair ainda.
— Não há mais nada que eu possa fazer além disso? — Riette teve que perguntar.
Ele sabia o que tinha que fazer. Ele deveria apenas se dirigir à ambulância e retornar às unidades de retaguarda, para onde havia sido originalmente designado.
Agora, se ele buscasse e trouxesse Leyla a caminho da ambulância, não seria exatamente desobediência às ordens. Afinal, ele ainda está pegando carona em Sienna em uma ambulância. Apenas uma ambulância com um clandestino.
Os oficiais que deixavam os quartéis durante uma guerra não eram necessariamente deslocados. Um oficial com pressa de sair na ameaça de guerra durante um bloqueio ainda mais. Portanto, sua partida não levantaria nenhuma sobrancelha ou chamaria atenção desnecessária para eles.
Não, a menos que eles percebam que Leyla estaria vindo com eles.
—Bem, então vou considerar isso como uma dívida paga. — Riette suspirou: — Mas não com você, duque.
— Dívida?! — Os olhos de Matthias se estreitaram com as palavras de seu primo possessivamente, e Riette teria zombado se ele não estivesse tão aliviado por encontrar um pingo de expressão no homem estóico.
— Foi há um tempo atrás quando eu brinquei com a Srta. Lewellin e causei um acidente a ela. — Riette explicou: — Então, farei uma coisa arriscada por ela. Como penitência pela minha provocação de antes.
Um momento de silêncio reinou entre eles antes de Matthias falar.
— Eu acho que você vai propor a Claudine em breve, agora que nosso noivado está oficialmente rompido, certo?
Riette piscou surpresa.
— C-como você pode dizer?
Matthias apenas sorriu com seu olhar de surpresa. Para ser honesto, Riette esperava que Matthias fosse um pouco mesquinho e insensível sobre isso, mas ele parecia tão à vontade. Como se não houvesse nada com que se preocupar.
— Há quanto tempo você sabe? — Riette não pôde deixar de perguntar com um suspiro resignado. Matias deu de ombros.
— Não posso dizer exatamente quando eu soube, — respondeu Matthias. Mas ele sabia há muito tempo que os dois tinham sentimentos um pelo outro. As peças simplesmente se encaixaram um dia e descartaram a informação. Quando Claudine juntou as coisas entre ele e Leyla, bem, ele não pôde deixar de rir da ironia de tudo.
— Você sabia disso então? Antes de você ficar noivo de Claudine?
— Sim.
— E ainda assim você foi com ela de qualquer maneira? — Riette não pôde deixar de perguntar com amargura.
— Eu não concordei com isso para o sindicato, — disse Matthias em um tom natural. E Riette suspirou mais uma vez, perdendo qualquer má vontade que tinha sobre a revelação.
— Sim, sim, você foi muito infeliz e ainda bem-sucedido naquela época —, Riette comentou secamente para ele.
Para Matthias, o casamento era apenas mais um meio de expandir seus negócios. Claudine não foi diferente de entrar em uma escola digna da honra da família e ter sucesso nos negócios da família.
Eles teriam sido perfeitos um para o outro, pensou Riette tristemente, se ao menos se dessem bem e vissem de onde o outro vinha, em vez de ficarem cegos por sua luxúria e ganância.
Riette pode ter crescido com ele, mas ainda há muito que ele sabe sobre seu primo, mas ele só tem certeza sobre ele com uma coisa, e apenas uma coisa, não importa quanto tempo passe.
Matthias von Herhardt amava Leyla Lewellin.
E ele a deixou ir por causa disso.
— Eu mudei de ideia. Nunca terei pena de você. — Riette declarou a ele com um sorriso rígido, e o duque apenas deu de ombros com indiferença.
— Faça como quiser.
Matthias mais uma vez marcou o fim da conversa sem sentido, verificando a hora. Uma leve compaixão passou pelos olhos de Riette, que o olhava como se estivesse um pouco cansado disso.
— Eu preferiria-
Antes mesmo que ele pudesse terminar, um som pesado interrompeu o silêncio durante toda a madrugada em todo o quartel. Matthias imediatamente se levantou, então correu para a janela e abriu as cortinas em alarme.
Outro estrondo pesado e, desta vez, o prédio chacoalhou ao redor deles. Estava se aproximando, fosse o que fosse que trouxesse o som.
— ATAQUE AÉREO! INIMIGO AIR RAID ESTÁ NO LUGAR!
Gritos distantes acompanharam logo em seguida outro estrondo, mais distante e então outro em uma direção diferente veio…
— Soem os alarmes!
— ABRIGUE-SE!
Com um som de alarme, um grito soou para anunciar a evacuação. O outrora tranquilo hotel virou uma bagunça em um instante! Ainda faltava uma hora para a ambulância dirigida por Kyle Etman deixar Sienna.
Eles precisavam adiantar o cronograma imediatamente.
— Caramba! Matthias! — Riette gritou enquanto seguravam a mobília quando outro estrondo sacudiu o prédio.
— Vá para Etman! — Matthias gritou com urgência enquanto se mantinha imóvel para evitar ser derrubado pelas explosões que se aproximavam!
— Diga a ele para chegar ao ponto de encontro imediatamente e ela estará lá o mais rápido possível!
Outro estrondo, e dessa vez os gritos estavam mais próximos!
— Assim que ela entrar, ele deve sair daqui imediatamente!
— E você?! Acho que não chegarei a ela a tempo se for para transmitir esta mensagem para ele agora!
Sem uma resposta, Matthias se virou imediatamente ao sair da sala, mesmo quando o prédio tremeu ao redor deles.
O tempo era essencial, ele não devia esperar mais.
— Ei, MATTHIAS!
Os gritos de Riette logo foram enterrados em bebedeiras e sons de alarme.
Matthias correu sem olhar para trás. Ainda na escuridão profunda, nas ruas e no fogo do inferno enquanto os projéteis choviam sobre a cidade capturada.
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O rugido, com o qual ela nunca se acostumou, ainda era muito alto, mesmo quando ela tapou os ouvidos com as duas mãos com medo!
Assim que a primeira bomba caiu, Leyla jogou fora a bolsa que estava segurando antes de rastejar para debaixo de uma mesinha no quarto e se enrolar.
“Porão! Eu tenho que ir para o porão!”
Sua visão pisca para frente e para trás do quarto limpo em que ela estava, para o porão superlotado em que ela se escondeu antes.
O porão ficava em uma praça da cidade!
Onde estava o tio Bill?
Ela precisava se mexer!
Ela estava nas ruas? Seus sapatos ficaram para trás e seus pés deixaram suas meias ensanguentadas, não é?
Porão. Ela precisava chegar ao porão.
Outro boom e Leyla gritou por seu tio Bill!
Ela estava tendo flashbacks, ela precisava se mover, ela sabia que ainda estava segura, mas não por muito tempo se ela não se movesse…
Mas seu corpo estava congelado em um palpite enquanto ela permanecia rastejando sob a mesa, lamentando que seu tio morto viesse buscá-la.
A próxima explosão chegou muito perto e, de repente, um vidro estourou ao seu redor e Leyla gritou!
Os escombros das ruas desapareceram e, à sua frente, estava o corpo enfaixado e espancado do tio Bill. A voz do médico encheu sua cabeça dizendo que ele estava morrendo e seus gritos distantes para que eles ajudassem ecoaram ao seu redor em uma loucura ensurdecedora!
O fogo estava do outro lado da rua! A bela casa em frente à casa em que ela se refugiou estava se transformando em cinzas. Leyla só conseguia balançar para frente e para trás enquanto tentava acalmar o neném em sua barriga.
— Shh, vamos ficar bem, vamos ficar bem, vamos ficar bem…
Ela continuou dizendo como um mantra enquanto seus olhos olhavam arregalados em um torpor hipnotizado para o fogo e destroços na frente dela.
Sua cabeça balançava para cima e para baixo enquanto ela não conseguia desviar o olhar. Ela só podia abraçar os joelhos mais perto, tanto quanto podia.
Seu coração batia de forma irregular, e a fumaça e a fuligem começaram a sair pelas janelas quebradas.
Logo ela sufocaria, e seu bebê sufocaria em seu ventre.
Mais bombas choveram do céu, e ela continuou se encolhendo mesmo quando seus olhos permaneceram sem piscar.
Dedos ossudos abraçaram e agarraram seus braços enquanto ela os envolvia. Unhas cravadas em sua pele logo cavaram fundo demais quando ela começou a tirar sangue.
Calma. Ela precisava ficar calma.
Ela tem que ficar calma!
Embora todo o seu corpo começasse a tremer, Leyla tentou não perder a razão de alguma forma.
Tic. Toc. Tic. Toc.
O relógio ainda funcionando agora ecoava alto em seus tímpanos. Seu peito apertou quando o ar ao seu redor começou a rarear. Ela não consegue respirar!
Ela precisava respirar!
Há quanto tempo durava a chuva de bombas?
Acabou?
Apenas começou?
Alguém estava vindo para salvá-la?
Onde estava Kyle?
Marquês Lindman?
Ela tinha que sair?
Ela não pode ir sozinha! Ela não quer ficar sozinha!
E se eles a deixassem sozinha?
O prédio balançou novamente, combinando com os pensamentos tumultuosos que ela tinha em mente antes de voltar para ele.
Mathias von Herhardt.
Ele viria.
Ele sempre vinha atrás dela.
Ele a salvaria.
Ele estava sempre lá para ela, quer ela quisesse ou não.
Ele era como os pássaros. Sempre em todos os lugares, a qualquer hora.
Certamente, ele viria. Afinal, ele veio aqui por ela uma vez.
Se alguém estaria com ela, sempre seria ele.
Ele cruzaria um campo de batalha inteiro por ela.
“— Oi, Leyla.”
A voz que surgiu do zumbido pesado em seus ouvidos. O momento que deu desespero e medo, porém mais insuportável, foi um sentimento sombrio que não poderia e não deveria existir por trás dele.
Seus sentimentos em relação a ele eram como os dois lados da moeda.
Desde o momento em que o viu pela primeira vez até agora, sempre foi assim.
Um menino bonito e assustador apontou o flash de uma arma para ela e pisou em suas moedas de ouro. A pessoa que tornava seu coração um pouco mais pobre a cada momento, quando ela olhava para trás mesmo não querendo vê-lo novamente.
Segurando as lágrimas, Leyla se arrastou para fora da mesa e abraçou a sacola. Ela sabia onde era o local. No entanto, a questão era se eles poderiam chegar lá com segurança para evitar esse bombardeio.
“Não chore.”
Leyla se confortou e se forçou a sair da concha que ela se tornou.
Ela saiu cambaleando, segurando-se nas paredes e nos móveis que podia agarrar enquanto o chão continuava a tremer esporadicamente abaixo dela. No entanto, sua visão estava ficando turva.
A noite em que ela chorou depois de morder um pedaço de doce que ele lhe deu começou a subir além de suas lágrimas.
Foi a primeira vez que ela provou uma guloseima tão deliciosa.
Por que ela teve que deixá-lo em primeiro lugar?
Ela tinha um lugar onde podia chorar o quanto quisesse naquela época. Claro que ele a fazia fazer coisas terríveis contra sua vontade, mas pelo menos seus braços eram aconchegantes quando a envolviam.
Ela nunca deveria tê-lo deixado.
A mão que a abraçava e a confortava um tanto desajeitadamente era quente. Foi ridículo.
Tal vergonha adicionada às suas lágrimas.
Por muito tempo ele a segurou em seus braços e ficou quieto. Ela podia se lembrar claramente da textura do suéter em sua bochecha e do gosto do doce que derretia em sua língua.
Quando Leyla, que mal parava de chorar, levantou a cabeça, ela estendeu a mão e enxugou o rosto molhado. Devagar e gentilmente até ela parar de chorar.
Leyla olhou para ele sem expressão. A criança dentro dela, que chorava tristemente enquanto mordia o último doce que ela havia guardado, parecia que havia parado de chorar há muito tempo. O sabor do doce que não era mais de peixe era doce. O duque sorriu levemente no momento em que ela percebeu.
Foi muito estranho.
Ninguém no mundo gosta de órfãos chorando. Então Leyla Lewellin tem rido e rido.
Agora ela pode sorrir mais brilhantemente do que qualquer outra pessoa.
Como se negasse um sentimento desconhecido, ela rapidamente desviou o olhar dele. E ele desceu sem se intimidar como antes.
O tempo todo, sempre que ela saía do anexo, era como se estivesse fugindo.
Naquela época, Leyla achava estranho. Porque ela estava fugindo do duque. À medida que as sombras das árvores densas cresciam mais fundo ela entrou no caminho da floresta que até cobria o luar, ela se virou sem perceber.
Voltando para se abrigar em seus braços.
Era uma noite em que o caminho de volta para a cabana parecia muito longo. E naquela estrada escura, Leyla olhou para frente e para trás várias vezes. Toda vez, ela sentia que sua sombra crescia pouco a pouco.
Ela está tão envergonhada com isso.
Ela odiava isso.
Depois de cortar uma sombra tão longa.
Ainda assim, as sombras continuaram a crescer e continuaram a oprimi-la e ao caminho que ela percorreu.
Talvez ela ainda estivesse andando na estrada com uma longa sombra?
Talvez tudo isso tenha sido apenas um sonho terrível?
Ela acordaria em seus braços em breve.
Sim, ela acordaria em segurança em breve.
Leyla estendeu a mão para a porta do quarto com ela bem fechada enquanto ela tentava escapar…
No entanto, mesmo antes de ela abrir a porta, uma voz mais clara e alta rompeu o zumbido confuso em seus ouvidos!
— LEYLA!
Apesar dos barulhos terríveis ao seu redor, Leyla reconheceria aquela voz em qualquer lugar!
Matthias, foi ele!
Ele veio atrás dela! Ele estava aqui com ela em carne e osso, e ela não podia deixar de se encher de uma esperança inesperada!
— Aqui! Estou aqui! — Leyla gritou com todas as suas forças. — Estou aqui!
A porta se abriu nem um momento depois! Mais uma vez sua visão ficou turva, mas com alívio em vez de terror, enquanto ela chorava ao ver o recém-chegado à sua frente!
Ela o reconheceria em qualquer lugar, mesmo que sua visão estivesse obscurecida.
Matthias tinha vindo atrás dela!
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Tradução: Eris
Revisão: Viih
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