Chore, Melhor Ainda Se implorar - Novel - Capítulo 142
✧ Promessa ✧
✧ Capítulo 142 ✧
*.·:·.✧.·:·.*
Eles não tiveram muito tempo para apenas ficar parados olhando um para o outro. Em algum momento, Matthias começou a segurar Leyla assim que ela começou a cair.
Sem esperar pelos esperados protestos dela, ele carregou sua forma flácida em seus braços e correu para o porão da casa. Ele teve tempo suficiente para abrir a porta do porão e pular a escada antes que o chão acima deles tremesse e a poeira começasse a cair do teto!
A bomba estava muito mais perto do que antes.
Sem se preocupar em encontrar luz no porão escuro, ele imediatamente colocou Leyla no chão, que se afastou da porta e encostou as costas na parede do porão.
Ela estava atordoada, respirando pesadamente enquanto seu corpo tremia com a chuva contínua do lado de fora.
Imediatamente ele a segurou em seus braços e a afastou das prateleiras onde muitos alimentos armazenados eram colocados para o caso de caírem sobre ela. Ele acariciou a parte de trás de sua cabeça suavemente, fazendo-a descansar contra a curva de seu pescoço.
— Está tudo bem. — Ele murmurou suavemente contra suas têmporas, quebrando os sons monótonos de bombas abafadas sobre suas cabeças. Depois de um tempo, ele sentiu que ela começava a se afastar, apenas o suficiente para olhar para ele.
Ele segurou suas bochechas e acariciou sua pele molhada e corada com as pontas de seu polegar caloso.
— Você vai ficar bem em breve. — Ele sussurrou, resoluto e mais suave.
Mesmo no escuro, ela podia sentir seu olhar intenso sobre ela, ela podia ver o quão profundamente seus olhos refletiam sua alma, como um oceano convidando-a para suas profundezas.
Uma profundidade que muitas vezes a deixava assustada, odiada…
E a excitação menos reconhecida ao vê-lo, especialmente quando ele a abraçou com segurança.
Matthias tinha certeza de que poderia haver uma lâmpada em algum lugar para lançar alguma luz, mas ele não tinha como encontrá-la. E assim, na densa escuridão que os rodeava, eles aguentaram a longa noite, contando com a temperatura corporal um do outro para se manterem aquecidos e com a respiração sincronizada para conforto.
Quanto mais eles ficavam no porão, mais os olhos de Leyla gradualmente se acostumavam com a escuridão.
Sem pensar nisso, Leyla estendeu a mão para uma mudança e segurou o rosto de Matthias. Ela ainda não conseguia ver claramente, mas finalmente conseguiu distinguir algumas de suas feições. Ele parecia positivamente despreparado e abatido na frente dela.
Com a outra mão apoiada no peito dele, ela podia sentir o calor anormal e o suor rolando por seu corpo, a respiração irregular e o batimento cardíaco sob as palmas das mãos errático e forte.
Ele veio.
Ele veio correndo só para ela.
Houve uma sensação de alegria ao perceber que ele enfrentou campos de bombas lançadas, apenas para ela. Isso a fazia se sentir mais segura.
A fazia respirar muito mais facilmente do que antes, quando ninguém vinha buscá-la.
O alívio, a tristeza e as emoções indescritíveis começaram a sair dela em lágrimas silenciosas.
Era ridícula a facilidade com que ela conseguia diferenciar Matthias, mesmo em meio a suas visões embaçadas. Ridículo como ela esperou inconscientemente no meio de um ataque aéreo que ele viesse resgatá-la e embalá-la em seus braços.
Ela disse a si mesma várias vezes que ele nunca a aceitaria de volta. E como uma tola, ela esperou que ele viesse buscá-la de qualquer maneira.
Ela agarrou o braço de Matthias com força, um apelo sem palavras para mantê-lo conectado a ela quando sentiu que ele começava a se afastar dela.
— Espere, Leyla. — Matthias resmungou após uma pausa momentânea, — É perigoso agora. — Ele disse a ela seriamente antes de olhar para longe, através da única pequena janela no porão para avistar explosões e escombros no terreno acima.
— Vou levá-la para Etman assim que o bombardeio parar. — Ele prometeu a ela, segurando-a mais perto dele em conjunto.
Ela sentiu seu coração partido com as palavras dele, enquanto seus lábios tremiam com a implicação. Ele a estava rejeitando quando ela não queria nada mais do que ficar com ele.
Ela imediatamente começou a protestar contra seus desejos com um aceno de cabeça, mas Matthias não estava mais prestando atenção nela.
Ele não estava mais olhando para ela.
Ela queria perguntar o que ele estava vendo e se ele estava bem ou não, mas as palavras ficaram presas em sua garganta. Em vez disso, ela se contentou em olhar para o perfil lateral dele enquanto ele examinava os arredores…
Nem mesmo lhe dando um único olhar.
As memórias fluíam junto com as batidas do coração de Matthias, que a ensurdeciam com o som do mundo desmoronando ao redor deles.
Um homem que a assediava e a machucava brutalmente. A pessoa que ela declarou mais odiar no mundo. O homem cruel arruinou sua vida sem nenhum remorso.
É por isso que ela não deveria perdoá-lo. Por que ela terá que viver sem vê-lo nunca mais.
Era uma coisa natural a se fazer depois do abuso que ele a fez sofrer.
O que ela deveria estar fazendo.
Mas…
Ele também era um homem que não poderia ser verdadeiramente cruel até o fim, apesar de suas ações duras com ela.
Como ela poderia ter pensado em resistir a ele?
Mesmo com suas vidas ameaçadas de acabar agora, ela não podia deixar de olhar e saborear esta imagem de seus olhos doces e toque caloroso. Sua mente lutou contra aqueles momentos insensíveis e afetuosos que tiveram no passado, emaranhados em lençóis e membros enrolados um no outro.
Ela queria fechar os olhos para isso, mas não funcionou.
Sempre foi assim.
Ela sempre esteve apaixonada.
Mesmo que ela pensasse que não poderia ser, seu coração continuava desejando que ele a amasse. Mesmo que tivesse ficado torcido e distorcido, desajeitado, ou mesmo que ela tentasse negá-lo com cada fibra de seu ser, ela ainda o amava com tudo o que tinha.
Ela sempre pertenceu a ele. Tanto a mente quanto o coração dela já eram dele. Todos os seus momentos juntos poderiam ter sido um conto de fadas se ela tivesse sido honesta no começo.
E agora é ela quem está implorando para ele olhar para ela.
“Olhe para mim.” Sua mente gritou com ele, mas nenhuma palavra saiu de sua boca. Em vez disso, ela estendeu a mão e segurou sua bochecha para direcionar seu olhar de volta para ela.
Quando ele finalmente olhou para ela, deu-lhe um olhar confuso. Ela olhou para ele apenas de maneira aturdida, tentando transmitir sua confissão.
Mas depois de alguns segundos, ele se afastou dela mais uma vez.
Mesmo que ele a envolvesse com força em seus braços, ele se recusou a vê-la. Assim que ele se afastou dela, Leyla finalmente percebeu.
Ela sempre foi a única olhando para ele de longe. Sempre desejou fazer parte do seu mundo. E que o tempo que ela passou chorando por causa dele não era só de dor e vergonha…
Sacudindo as memórias agridoces de sua mente, ela estendeu a mão mais uma vez, incitando-o novamente a olhar apenas para ela, gentilmente, mas firmemente, virando Matthias pela bochecha mais uma vez.
Um espelho de suas ações para ela de antes.
“Olhe para mim.”
— Leyla. — Matthias intencionalmente olhou para ela.
— Bebê… — Ela murmurou, finalmente encontrando sua voz mais uma vez.
O som de explosões de projéteis ainda ecoava no chão.
— Nomeie meu bebê. — Ela implorou por ele, acariciando suas bochechas como fazia uma vez quando se deitou nua ao lado dele em Arvis. Suas mãos começaram a tremer enquanto ele continuava olhando para ela em silêncio, então ela continuou…
— Eu vou esperar por você, — ela disse a ele em um sussurro, a respiração quente alcançando seus lábios, — Eu vou esperar por você com meu bebê, então dê um nome a ele. Por favor. — Ela implorou a ele.
Piscando lindamente para ele do jeito que ela sabia que ele nunca poderia resistir.
Ela nunca teria sido capaz de começar de novo.
Ela só queria estar com Matthias.
Pode ser uma escolha estúpida. Isso pode não ser um amor normal ou saudável.
Mas ela não se importava mais.
Isso era bom demais, estar em seus braços assim, ser o tipo errado de amor. Ela não acredita que esse amor seja errado.
Ela amava este homem. Ela sempre desejará que este homem esteja ao seu lado.
— Está tudo bem agora. Nós ficaremos bem. — Ela disse a ele com um sorriso aguado, as lágrimas ainda escorrendo dela de uma forma suplicante, mesmo enquanto ela molhava os lábios.
— O bebê já ama você. — Ela murmurou para ele amorosamente: — Já que eu te amo, o bebê certamente também amará!
— Leyla-
— Eu te amo. — Ela finalmente disse, sorrindo tão amplamente e brilhantemente para ele. Tão deslocados da guerra e do ataque aéreo acontecendo do lado de fora, mesmo enquanto a poeira continuava a cair sobre eles, cegando-a momentaneamente enquanto ela lutava para manter seu olhar fixo no dele.
Ela se negou a isso por tanto tempo. Ela não consegue parar agora.
Ela não quer parar. Sempre.
— Eu te amo. Você foi tão terrível para mim, e eu te odeio por isso, mas eu te amo mesmo assim! — Ela confessou desesperadamente a ele, agarrando-se ao pescoço dele: — Eu te amo! — Ela gritou em um sussurro, implorando para que ele acreditasse nela agora.
Porque ela faz. Ela sempre vai.
Não importa o inferno que ele a fez passar, ela sempre o escolheria.
Algo tremeu profundamente dentro do núcleo de Matthias quanto mais ele olhava para sua forma suplicante. Ela o amava?
Ela realmente o ama?
— Eu juro que se essa for mais uma de suas mentiras de novo, Leyla, então… Eu vou te matar. — Ele rosnou para ela, mas ela apenas sorriu brilhantemente para ele: — Eu vou matar você e depois a mim mesmo porque nunca mais vou me separar de você.
— Não, não estou mentindo. — Ela sorriu amplamente para ele, com um rápido aceno de cabeça para dissuadir qualquer descrença que ele tivesse dela.
— Eu também nunca menti antes, — ela riu para ele, — Desde o momento em que tentei te enganar, eu já quis dizer tudo o que te disse.
Matthias continuou a encará-la incrédulo, mas ela continuou. Desta vez, ela diria a ele como se sentia todo esse tempo.
— Eu odiava o quanto gostava de tudo o que fazíamos. Mas eu adorei tudo isso. Eu sempre adorei. Sempre te amei.
Um dia, ela daria seu coração inteiramente a este homem quando a guerra acabasse.
Ela o odiava.
Ela tinha medo dele.
Ela o desprezava.
Ela foi ferida por causa dele.
Ela estava triste por causa dele.
Ela queria apagá-lo.
Ela queria escapar dele.
Às vezes ela queria morrer por causa dele.
Mas no final…….
— Então Leyla, você não pode escapar de mim para sempre. — Ele sorriu de volta para ela, mostrando-lhe seus perfeitos dentes brancos perolados, e ela não pôde deixar de rir dele agora que ele acreditava nela. Sua carranca virou de cabeça para baixo em uma alegria ampla, pura e genuína.
Agora que ele prometeu que nunca mais a deixaria ir.
Ela podia ver agora. Sua mente e coração não precisavam ser consertados, porque tudo estava bem agora.
Era isso.
Este foi o amor que ela sempre quis.
O amor deste homem.
Talvez ela já soubesse. À tarde, quando o mar de Sienna brilhava lindamente, no momento em que ela o viu vindo até ela depois de passar pelo mundo infernal.
— Não me deixe ir de novo. — Ela disse a ele e juntou suas testas, então seus narizes…
Antes de finalmente juntar os lábios.
Ela estava de volta em casa agora. Com ele, envolvida em seus sentidos, ela estava segura para sempre.
Ambos se afastaram, deixando as pontas dos narizes juntas enquanto trocavam doces sorrisos.
O mundo em ruínas acima deles não importava mais.
— Estarei esperando você voltar, e então vou te perdoar por tudo se você voltar vivo. — Ela disse a ele severamente com um beicinho: — Não vou mais te odiar se você fizer isso. E então, podemos começar tudo de novo. — Ela terminou com um sorriso animado.
A perspectiva de um futuro juntos…
Ela não vê a hora de chegar. Tardiamente ela percebeu que havia um coração batendo rápido no porão. Se era dele, dela ou de ambos, não importava.
Seus corações agora batiam juntos, e isso era tudo que importava para ela.
— Naquele momento, sem ódio ou tristeza, basta recomeçarmos apenas com o nosso amor. — Ela sussurrou contra seus lábios, e ele a agarrou mais forte em concordância, — Você pode fazer isso. Eu posso fazer isso, então estou confiante. O bebê concorda. — Ela riu e começou a chorar mais uma vez.
Mas em vez de lágrimas de saudade, eram agora lágrimas de felicidade.
Porque quem mais ela amaria senão ele? Com quem mais ela teria uma família se não com ele?
Nunca houve mais ninguém além dele.
Outra explosão aconteceu perto, mas Leyla não sentiu mais medo. Ela estava com ele, não havia mais motivo para ter medo.
Suas testas descansaram uma contra a outra mais uma vez enquanto ele dava um suspiro de alívio. A tensão em seu corpo escoou para fora de seu corpo quanto mais Leyla se aninhou contra ele confortavelmente.
Isso era tudo que ele sempre quis. Para ela amá-lo de volta verdadeiramente.
Incapaz de se conter, ele a trouxe para beijá-la apaixonadamente nos lábios.
Agora aceitando seus sentimentos, Leyla participou ansiosamente e gemeu contra seus lábios. Aquilo era o paraíso, ela pensou com um suspiro.
Suas mãos envolveram os corpos um do outro, vagando e agarrando-se em todos os lugares que podiam, agarrando-se um ao outro como se seus mundos fossem acabar se não consolidassem este momento agora.
— Prometa-me. — Ela suspirou, assim que eles se separaram para respirar, e olhou para ele ferozmente exigindo: — Prometa-me que você vai voltar para nós o mais rápido que puder.
— Qualquer coisa para você. — Matthias murmurou para ela e deu um beijo na parte de trás de suas pálpebras enquanto seus olhos se fechavam. Um sorriso brilhante e bonito se espalhou por seus lábios mordidos por beijos.
— Eu voltarei para você.
— Prometa-me, e eu vou confiar em você. Eu acredito em você para sempre, não importa o que digam. Você é um homem de palavra, não é? — Ela exigiu dele, e ele riu com diversão para ela.
— Eu prometo, Leyla. — Ele respirou com um largo sorriso próprio e trouxe os lábios dela de volta aos dele, enquanto a abraçava impossivelmente mais perto dele. Ela chorou, gemeu e suspirou contra ele a noite toda, mas agora ele estava completo.
Pois a desconfiança, o ódio e o desgosto em seus olhos agora estavam cheios de desejo aberto, amor e aceitação, só para ele ver. Para ele levar. E era tudo o que ele sempre quis no começo.
— Eu voltarei para você. — Ele suspirou. — Eu prometo.
*.·:·.✧.·:·.*
O bombardeio parou no raiar do dia. E assim que a barra estava limpa, Matthias não perdeu tempo em conduzir Leyla através dos escombros, abraçando-a perto dele pela cintura.
Eles já haviam passado do tempo devido e ele tinha certeza de que não importa quanto tempo Kyle e Riette esperassem por mais tempo para sua chegada, mais do que agora causaria suspeitas.
O amanhecer revelava apenas escombros e fumaça em seu rastro quanto mais o sol nascia, mas Matthias não podia permitir que eles parassem.
Leyla ainda deve deixar esta cidade agora, antes que mais ataques cheguem.
Era o único pensamento que o empurrava além de seus limites, mesmo quando Leyla estava visivelmente ficando mais cansada da viagem.
Kyle decidiu esperar em frente ao portão norte da muralha que cercava a cidade. Originalmente, era um lugar deserto, mas agora que todas as tropas estão se reunindo devido ao ataque surpresa do inimigo, a vizinhança se transformou em nada além de uma cidade fantasma.
A luz azul clara do amanhecer brilhou no mundo, onde os destroços de edifícios de parede e estilhaços de bombas foram lentamente revelados a todos que sobreviveram à noite. O som das ondas inundou seus ouvidos, antes que a respiração áspera de Matthias fosse tudo o que ele pudesse notar!
— Matthias! Vamos! Temos que nos apressar! — Riette gritou a um sussurro assim que os avistou.
Matthias só precisa olhar uma vez para ver que eles chegaram na hora certa antes que alguém viesse questionar por que eles ainda não foram. Sem parar para qualquer amabilidade, Matthias correu imediatamente para a frente da ambulância, no momento em que Riette abriu a porta para receber a forma grávida de Leyla.
Mas Matthias não a deixou ir, apenas gentilmente a colocou imediatamente em uma posição confortável, e envolveu um confortável lençol em torno de seus ombros enquanto a sentava ao lado de Kyle.
— Leia. — Ele falou imediatamente assim que terminou de protegê-la. Ele apertou a mão dela e levou-a aos lábios enquanto olhava em seus olhos arregalados e felizes enquanto ela sorria para ele.
Ele finalmente respondeu a ela.
Ela apertou a mão dele com força, um último lembrete de sua promessa a ela.
A ambos.
— E se for menino? — ela perguntou a ele com um sorriso.
Ele apenas ergueu uma sobrancelha para ela, como se não achasse que pudesse ser outra coisa senão uma garota.
— Félix. — Ele respondeu claramente depois de alguns momentos de silêncio. Os olhos de Riette se arregalaram de surpresa com a mudança de ares entre os dois. Ainda mais quando percebeu de onde vinha o nome.
O duque Felix von Herhardt era o avô de Matthias. O nome glorioso de um homem Herhardt, que foi nomeado o próximo sucessor, e assim levou à criação da prosperidade da família, que por sua vez os estava servindo bem para a era em rápida mudança.
“Leyla sabe o que significa passar o nome adiante?” Riette olhou para Leyla, com aquele pensamento.
Mas ela apenas sorriu de satisfação para ele, como uma boa criança que estava recebendo sua merecida recompensa. Agora havia lágrimas escorrendo pelo rosto dela, e ele notou como ele estava relutante em deixá-la ir, mas ela finalmente largou a mão de Matthias da dela.
É assim que o homem que propôs dar tudo à mulher e a mulher que aceitou a proposta se separariam. Agora, era a vez da mulher partir e do homem ficar para trás.
“Caramba.”
Riette engoliu em seco, cuspindo uma maldição baixinho sem perceber. No entanto, eles estavam sem tempo para que mais sentimentos ocorressem entre o casal.
Assim que Matthias se afastou da ambulância, Riette voltou correndo para o banco do passageiro, prendendo Leyla com segurança. Com os dois homens ao lado dela, ela agora seria fácil de perder.
Sem esperar por mais instruções, a ambulância começou a se afastar. Matthias observou-os partir, sem olhar para a cidade em ruínas atrás dele.
Ele estava prestes a voltar para o quartel, quando de repente, a ambulância parou, nem um segundo depois, a porta do passageiro se abriu e Leyla saiu cambaleando e começou a correr de volta para ele!
Ele correu para ela imediatamente e a abraçou antes que ela tropeçasse no chão!
— Leyla. — Ele respirou surpreso, confuso sobre o que ela ainda tinha que fazer. Ela estava apenas respirando pesadamente, olhando para ele com os olhos arregalados e chorando. Mãos trêmulas começaram a desamarrar sua trança e agarraram sua fita.
Sem dizer nada, Matthias estendeu o pulso em compreensão, observando enquanto ela tomava seu tempo para envolvê-lo com segurança em torno de seu pulso.
Ele a observou fazer o mesmo com os pássaros em Arvis. E agora ela estava fazendo o mesmo com ele.
Isso foi tudo.
Leyla não conseguiu dizer nada. Ela acreditava, se abrisse a boca, só diria mais, coisas sem importância.
Matthias, que olhava alternadamente para o rosto de Leyla com uma fita branca amarrada em seu pulso, sorriu e acenou para ela em compreensão. Era o mesmo sorriso com um pouco de brincadeira e orgulho, onde ele tinha muitos momentos de prender a respiração e olhar para ele sem perceber.
O alarme para anunciar a reunião do exército começou a soar novamente, tirando-os de seus devaneios e impondo a urgência que eles esqueciam que tinham.
Os lábios de Leyla começaram a tremer, sem vontade de deixá-lo. Ainda assim, ele acariciou suas bochechas rosadas, que não choraram, e acenou com a cabeça mais uma vez.
— Vá, Leyla.
Sorrindo enquanto varria seus cabelos emaranhados ao vento, Matthias abaixou a cabeça profundamente e beijou a bochecha de Leyla, que estava manchada com marcas de lágrimas.
— Eu te amo. — Ele sussurrou em seu ouvido, mesmo quando a sirene de seu exército ameaçava ensurdecê-los com seu volume.
Essa foi a última.
Leyla teve que parar de se virar para Kyle e Riette, que chamaram seu nome com urgência, dizendo que não havia mais tempo a perder. Matthias também se virou para a praça onde a sirene tocou.
O soluço de Leyla, que começou no momento em que ela se afastou dele, logo saiu dela implacavelmente. Enquanto chorava como uma criança, Leyla caminhava sem parar ou olhar para trás.
Ela não queria que os passos de Matthias fossem pesados. Ela pensou que ele voltaria levianamente se partisse levianamente. Como os pássaros de Arvis que ela amava, que voltavam sem falta se ela esperasse.
A cidade em ruínas mostrava sua aparência terrível ao sol claro da manhã.
Antes de virar a esquina da parede, Matthias virou a cabeça e olhou para Leyla. A loira solta esvoaçava como uma asa atrás de suas costas.
Matthias capturou as belas ondas douradas nas ruínas cinzentas. E então, novamente, ele começou a caminhar em direção ao mundo que seria um campo de batalha.
O Exército Confederado, no qual lutaram as tropas de Ettar, desembarcou naquela manhã através do bloqueio da União do Norte. Foi o dia em que começou a maior batalha desde a guerra, quando o céu de outono de Sienna estava deslumbrantemente claro.
*.·:·.✧.·:·.*
Tradução: Eris
Revisão: Viih
✧ MAID SCAN ✧