Chore, Melhor Ainda Se implorar - Novel - Capítulo 152
✧ Capítulo 152 ✧
✧ Epílogo IV ✧
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Matthias riu quando seu filho tombou, mas ele sabia que não era sério porque o rosto de Leyla não mostrava traços de profunda preocupação. Em vez disso, seu rosto mostrou uma expressão de simpatia exagerada que era adequada para ajudar a acalmar seu filho chorando. Ele parou de rir logo quando teve um vislumbre de seu filho, cujo rosto estava estragado e vermelho de chorar enquanto ele se agarrava à nuca de sua mãe.
Sendo pai pela primeira vez, ele não tinha ideia de como lidar com a criança. Parecia estranho para ele cuidar tanto de uma criança que uma vez ele havia tentado matar, mesmo quando Leyla protegeu seu filho de todo o coração enquanto ele estava ausente para participar da guerra.
No entanto, o sorriso inocente da criança o fez mudar de ideia. Seu sorriso se assemelhava muito à sua mãe, lembrando-o de sua amada esposa. Aquela criança se assemelhava a ele de muitas maneiras, notavelmente na aparência, mas ele perseguia sua mãe em áreas que mais importavam para Matias. Seus sentimentos pelo bebê rapidamente cresceram, e seu amor por seu filho só se aprofundou a cada dia que passava.
Ele decidiu se levantar da grama quando Leyla, junto com Félix agarrado perto de seu lado, sentou-se de volta ao lado dele. Ele estava feliz em se juntar a ela alocado tempo para o vínculo familiar, uma vez que era sua maneira mais favorita de passar o tempo com eles. Embora ele se sentisse estranho quando ela declarou que era hora da família, no fundo de seu coração ele realmente adorava e desfrutava de cada segundo disso.
Ele podia sentir o olhar de Leyla olhando para ele, admirando-o com exatamente o mesmo sorriso que Félix estava ostentando agora, todos os pensamentos do recente tombo desapareceram de sua cabeça. Esse mesmo sorriso era a razão pela qual ele amava ainda mais seu filho, o mesmo sorriso cheio de calor que seu amado passarinho.
— Vou fazer algo delicioso para você esta noite. — Leyla disse com uma voz animada enquanto Matthias assentia e pegava Félix em seus próprios braços. Ela ainda adorava cozinhar mesmo depois de se tornar duquesa, para o desgosto dos cozinheiros que ele havia contratado, particularmente quando ela queria fazer algo salgado para seu marido ou filho. O mordomo mencionou isso inúmeras vezes, mas o duque nunca pareceu se importar, provavelmente porque ele não queria limitar sua esposa simplesmente porque ela agora era uma duquesa.
Durante os primeiros dias de seu casamento, enquanto permanecia em Arvis, ele já estava inflexível em não arrastá-la para baixo com o título de duquesa. Ele não queria vê-la gemendo sob a pressão como uma estante sobrecarregada ou lutando como alguém que usava um conjunto errado de roupas, apenas para desempenhar tal papel.
Ela era uma alma livre que precisava de um vasto campo para bater suas asas, alguém que ainda o amava muito, apesar de toda a tortura que ela passou, e sua amada que ainda retornou e o perdoou por seus erros, mesmo quando ele a forçou a deixá-lo. Uma mulher tão adorável, é fácil entender por que ele se tornou resoluto em ser seu céu deslumbrante, banhando esta bela flor com todo o amor e sol que ela desejava dele.
Porque ela era alguém que ele amava com tudo o que tinha.
— Ah, acabei de lembrar, não vamos ao Palácio Imperial na próxima semana? — Leyla de repente perguntou, trazendo Matthias de volta ao presente. Ele calculou que ela estava falando sobre a próxima celebração de aniversário da imperatriz.
— Não se preocupe, Leyla. — Ele sorriu e escovou os dedos através de seus cabelos bagunçados, a brisa da primavera parecia ser dura para suas belas madeixas brilhantes. — Todos lá serão gentis.
Na época da festa de aniversário, a conversa sobre a tomada da indústria do tabaco de Stein pelo Duque Herhardt teria se espalhado por toda parte. Isso agiria como uma lição valiosa e uma advertência clara para aqueles que nutriam pensamentos perversos a respeito de sua esposa. E ele sabia que ela nunca falaria contra o tratamento cruel da classe “nobre” a ela. No final, ela era uma esposa muito dedicada que nem queria sobrecarregar o marido com assuntos tão pequenos.
No entanto, sem o conhecimento de Leyla, Matias estava ciente das circunstâncias em que ela estava. Embora ela pudesse ser capaz de ignorar as opiniões de outras pessoas sobre ela, ele simplesmente não suportava vê-la desrespeitada. Talvez ele não possa mudar as mentes dos classistas tacanhos em um dia, mas ele pode fazer esforços para forçar uma mudança e mostrar que não toleraria nenhum mau tratamento que recairia sobre sua querida esposa. Ela poderia ter nascido como Leyla Lewellin, mas agora ela era Leyla von Herhardt, a Duquesa de Herhardt e sua esposa. Não importa como seu título fosse conquistado, ele exigiu que eles a respeitassem apropriadamente, independentemente disso. Outros podem ver sua esposa e filho como uma fraqueza a ser explorada, mas eles eram sua força, e ele era muito mais forte com eles ao seu lado.
— Sim, eu sei. Não vou me preocupar, pois tenho certeza de que vou me sair bem. — Ela respondeu de forma pouco convincente, escondendo silenciosamente suas dúvidas enquanto balançava a cabeça. Era óbvio que era sua tentativa fútil de evitar perturbar seu humor agradável depois de um dia tão maravilhoso.
No entanto, era hora de eles irem para casa. Depois que o carro parou do lado de fora da Mansão Ratz, Matthias saiu do carro, segurando de perto seu filho adormecido em seu ombro. Leyla seguiu de perto atrás dele, deslizando para fora do carro como uma dançarina e sorrindo torto para a linda cena na frente dela.
Família. Família era uma palavra tão bonita que ela adorava profundamente e, claro, ele naturalmente amava tudo o que ela estimava. Os três entraram juntos na mansão quando ela começou a tagarelar alegremente sobre a refeição da noite, enquanto ele apenas metade ouvia sua tagarelice, seu olhar continuava indo e voltando entre sua esposa e filho.
Hoje foi um dos dias mais lindos da memória recente.
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Será que as palavras reconfortantes de Mathias de alguns dias atrás realmente se tornaram realidade?
O dia do aniversário da Imperatriz finalmente chegou. Leyla estava preocupada com isso durante toda a semana, mas a mulher que lhe mostrara tanta malícia antes parecia estranhamente indiferente em relação a ela, enquanto alguns até mesmo estenderam saudações desajeitadas.
— Você fez alguma coisa? — Ela perguntou ao marido durante a viagem de volta para casa.
— Eu disse para você não se preocupar, não é? — Ele apenas olhou para ela sem responder diretamente à sua pergunta. — Todo mundo vai tratá-la com bondade e respeito, eu não lhe disse?
— Ah? Você realmente fez? — Seus olhos brilhantes olhavam para ele como se o acendessem em chamas enquanto um lado de seus lábios se contorcia em confusão.
Matthias riu que ela fingiu se lembrar disso só agora. — Sim, eu te disse. No final, eu só precisava fazer apenas um pouco de encorajamento e isso parecia funcionar.
— Sério?
— Sim, por quê?
— Bem, isso é muito gentil com você. — Ela se sentou, um desejo óbvio de cruzar os braços juntos escrito em todo o seu ser. Ele sabia que ela sempre fazia isso quando não conseguia o que queria.
— Fico feliz que você goste. — Ele cantarolou, obviamente sendo tão pouco cooperativo com o interrogatório dela que ela teve que desistir no final. Em vez disso, ambos acabaram olhando pela janela.
Eles estavam de passagem pela cidade de Ratz, que sempre passava pelas estações mais rápido do que seu vizinho, Carlsbar. Com a janela ligeiramente aberta, a brisa primaveril trouxe o cheiro de rosas, elevando um pouco o humor de Leyla por sua doçura. Quando ela fechou os olhos, Matthias manteve seu olhar sobre ela, o doce cheiro de rosas permanecendo em seu nariz.
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Eles iam passar o fim de semana juntos sem Felix, que ficaria com a avó. Elas eram senhoras muito simpáticas, mas o Elysee von Herhardt pode ser muito contundente às vezes.
— Matthias, eu nunca pensei que você seria tão mesquinho com sua esposa! — Em uma postura de confronto, Elysee estreitou os olhos para o par. O rosto de Leyla endureceu quando o olhar de Eliseu se voltou para o colar de esmeralda que ela tanto amava a ponto de usá-lo em todos os lugares.— Ela está sempre usando esse colar, temo que a duquesa de Herhardt seja criticada por ter apenas uma peça de joalheria nesse ritmo. — Elysee declarou.
— Eu escolhi esse colar porque ele traz mais a beleza natural da minha esposa e, para mim, ela é a mais bonita com ele. — Matthias afirmou com um tom imperioso de respeito.
A expressão de Elysee se transformou em leve surpresa, mas ela entendeu seu ponto de vista. Não havia nada para ficar com raiva ou chateado, embora fosse um pouco inesperado e decepcionante para ela.
Corações colidindo, pele tocando, rostos radiantes de felicidade, ambos se despediram e deixaram a mansão, dando seus passos em direção ao mundo que os esperava. Segurando as mãos um do outro, entrelaçando os dedos, eles caminharam em direção à rua.
— Obrigada —, murmurou Leyla enquanto agarrava o braço do marido com força, aproximando-se. Eles caminharam pela calçada do lado de fora das salas de exposições do museu.
— Para quê?— Ele perguntou, seu olhar fixo nela, sorrindo.
— Colar do tio Bill. — Sua resposta fez com que seu sorriso desaparecesse. Ele observou, enquanto ela acariciava a joia, o brilho em seus olhos. O colar, adornado com pérolas e esmeraldas, brilhava em torno de seu pescoço, combinando com o brilho deslumbrante em seus olhos e sua pele suave e brilhante.
Ele pensou, enquanto olhava para a mulher ao lado dela. Matias não tinha intenção de destruir a ilusão de que o tio Bill havia comprado o colar. Não que ele quisesse enganar, em vez disso, ele estava tentando proteger sua felicidade futura.
— Obrigada por dizer isso —, os olhos de Leyla brilharam em uma suave luz verde. Matthias agraciou-a com um pequeno sorriso, optando por permanecer em silêncio. Era necessário naquele momento. O silêncio era necessário, segredos que residiam em seu coração, mantinha seus futuros e ele planejava valorizá-los.
Eles passearam de mãos dadas pela rua entre as salas de exposições, desfrutando do afeto um do outro e da atmosfera pacífica. Matias lembrou-se do dia do casamento, quando fez uma promessa a Leyla, de mãos dadas e olhando para as emoções, com um céu tão rosado quanto ela.
“Eu serei o seu céu, então voe livremente e, enquanto você não me deixar,
toda a sua esperança será sua.
Eu te amo.”
Ela não entendeu o que ele queria dizer até depois da recepção. Ela ficou chocada quando descobriu que eles se mudariam para a mansão Ratz, em vez de ficarem em Arvis. Sua surpresa só dobrou com a revelação do fato de que ela havia sido matriculada na faculdade.
— O que diabos você fez? — Leyla exigiu, mais por choque do que qualquer coisa. — Eu não pedi para você fazer isso, por que você faria isso por sua própria vontade?
Ela tinha ficado chocada. E verdade seja dita, qualquer um seria.
Matthias apenas sorriu para ela: — Eu farei qualquer coisa por você, Leyla, você não precisa pedir.
Sua desfaçatez em prover para ela era irritante às vezes, até mesmo francamente egoísta. No momento, seus sentimentos em relação a ele eram principalmente de aborrecimento. E agora que o tempo havia passado, ela tinha percebido o que ele estava pensando quando ele tomou medidas tão drásticas e a única resposta que ela obteria era;
compensação por toda a dor que ele lhe causara no passado.
Toda tentativa de consertar suas asas era porque ele as havia quebrado antes por puro, mas distorcido amor. Mas o que foi decepcionante foi que ele usou seu filho para que isso acontecesse.
Matthias amava tanto seu filho que alguns dias parecia que ele se afogaria na profundidade de seu amor por seu filho. Leyla estava preocupada, assustada e ansiosa para que o pai e o filho estivessem em desacordo um com o outro, que houvesse muros difíceis de cruzar entre eles. Mas seus medos rapidamente deram lugar a um sentimento de alegria esmagadora. Leyla quase pensou que era um sonho, mas ele provou ser um marido e pai louvável.
Ela agora mal podia imaginar olhar para ele com ódio.
Ela olhou para o marido, hipnotizada por ele, que estava olhando para uma pintura exibida para o povo. Seus olhos brilhavam sob a luz do sol, brincando de esconde-esconde, através da janela.
Ele parecia etéreo.
Ele virou a cabeça, olhando para ela, e apertou seu aperto, possessivo, mas gentil, em torno de sua mão.
Eles exploraram mais algumas salas de exposição, agarrando-se uns aos outros como amantes. Todos os outros no mundo ficariam verdes de ciúmes se tivessem um vislumbre deles. Enquanto caminhavam, Leyla conversava sobre seu tempo na faculdade, o vocabulário impressionante de Felix, as cortinas do quarto que ela havia mudado há algum tempo e os planos de férias de verão. Histórias mundanas, mas afetuosas. Os pequenos gestos e sinais de contentamento.
Matthias olhou com adoração para sua esposa. Toda vez que ela fechava os olhos para pensar, a sombra de seus longos cílios tremulava como uma borboleta, e ele se sentia hipnotizado por sua beleza. Ela o encarava novamente e começava a falar, o brilho em seus olhos iluminava a sala. Mas para ele, era o seu mundo que ela iria iluminar com seu belo sorriso.
Era o rosto de uma mulher que ele tentara e não conseguira compreender, e que o deixara louco no final. Era uma mulher que ele havia arruinado uma vez, envolta em seus desejos e fantasias distorcidas.
Agora, ele finalmente tinha essa mulher completamente…
junto com seu amor feliz.
Para ele, o amor era apenas um substantivo, e ela era sua própria definição. Agora, no final de tudo, ele foi capaz de andar por aí segurando as mãos dela. Ele poderia dizer agora que ela era dele, completa e totalmente. Sem fim; para todo o sempre. Eles haviam recomeçado, desta vez como amantes, como um casal e como uma família, cheia apenas de amor e sem ódio ou tristeza.
— Matthias, — um murmúrio, uma canção de ninar, para seus ouvidos. Leyla parou de andar de repente, levantando a cabeça para olhar para ele. Seus olhos, visíveis através dos finos óculos de aro dourado, brilhavam intensamente. — Você não quer nada de mim?— Ela questionou. Ele piscou, tomando seu tempo, enquanto falava.
— Eu deveria?— Matthias perguntou, sem saber ao certo para onde essa conversa estava indo, mas ele ouvia todas as coisas que ela tinha a dizer.
— Sim, claro… você sempre me deixa fazer o que eu quero fazer, e me dá tudo o que eu poderia pedir, sem nunca precisar pedir — , disse Leyla, olhando culpada para o lado. Talvez, ela quisesse compensá-lo por cada ação afetuosa dele.
Ele nunca quis que ela retribuísse o favor, pois tudo o que ele sabia era dar-lhe o mundo.
— Bem, eu não acho que haja nada. Parece que não preciso de nada. — Matthias respondeu, olhando para longe. Enquanto falava, ele percebeu que nenhuma palavra havia soado mais verdadeira. — Sim — , Matthias olhou para Leyla novamente. — Nada — , ele poderia responder sem qualquer hesitação. — Tudo o que eu sempre quis, tudo o que eu desejei, eu os tenho agora.
O único anseio em sua vida era Leyla. Uma doce verdade, um vício, e por isso ele estava pronto para desistir de tudo.
— E se eu dissesse que queria mais coisas? E se eu fosse tão ganancioso a ponto de perguntar – tudo de você? — Leyla disse, apertando os olhos.
Ele virou seu corpo em direção a ela, movendo a mão para mais perto de seu rosto, ele acariciou suas bochechas rosadas, seu gesto tão lânguido e cheio de amor quanto o sol da tarde.
— Você pode levar tudo se quiser — , seu polegar roçou sua pele, olhos segurando emoções cruas, que se sentiam quentes sob seu toque. — O que você quiser, Leyla — , Matthias falou, seu tom amadurecendo novamente.
Ele gostava da ideia de uma Leyla gananciosa, sendo capaz de satisfazer sua ganância inofensiva. Abriu-lhe a necessidade de realizar todos os seus desejos e deu-lhe o mundo. E se ela pudesse ser tão aberta sobre o que queria, isso só tornaria seu trabalho como um marido amoroso ainda mais fácil. Ele não queria nada além de fazê-la feliz.
Ele queria fazê-la sorrir, brilhante como o sol, que pertencia a ele. Apenas ser segurado no olhar claro e gentil dessa garota já o fazia se sentir como um rei que possuía tudo no mundo. Seu mero olhar, como uma droga, gravaria em sua mente para sempre.
Sentindo-se envergonhada, suas bochechas ficaram carmesim, Leyla apressadamente se virou e começou a andar; Matias seguiu logo atrás. Seguindo seus passos, não pulando uma batida.
Às vezes, ela ainda sentia medo. Medo da profundidade e intensidade de seu amor.
Eles poderiam encontrar o amor perfeito que ansiavam depois de estarem separados por tanto tempo?
Ou ele estava apenas tentando recuperar o tempo perdido?
No fundo, ela estava preocupada que ele ainda estivesse apenas fazendo o papel do marido amoroso. Cumprindo-lhe todos os desejos, uma forma de chantageá-la a ficar com ele como penitência pelo passado.
No entanto, no tempo que passaram juntos, suas preocupações haviam desaparecido e ela agora se sentia em repouso. Ela se sentia completamente confortável rindo, chorando ou desabafando sua raiva na presença dele. Talvez, ele gostasse de vê-la sendo ela mesma. Ele sorria observando seu eu genuíno, você não se comporta assim em torno de pessoas que você não está perto.
Ele era como uma sombra que permanecia para a escuridão, que nunca saiu do lado dela. Ele estaria lá, de braços abertos para abraçá-la com conforto. E ela acreditava que nunca mais seria solitária enquanto esse homem estivesse em sua vida.
— Pense nisso novamente, no entanto. — Em seu passeio no parque ensolarado, Leyla parou novamente. Seus olhos olhando para Matias estavam mais determinados. — Mesmo que você tenha tudo, deve haver algo que realmente você queira? — , ela perguntou seriamente, mas Matias ainda não conseguiu encontrar nada.
— Então… que tal uma filha? — Ela desabafou.
Pegou Matthias completamente de surpresa e viu do outro lado da rua, para onde Leyla estava olhando, uma jovem família balançando uma jovem entre eles. Eles pareciam tão felizes e riam cada vez que a menina era arremessada para o ar.
— Uma filha? — Ele perguntou devagar, seus olhos se estreitaram.
Ela sentiu suas bochechas esquentarem em um instante, por mais envergonhada que estivesse, ela não evitou o olhar do marido. — Antes, quando você nomeava meu bebê, você queria uma filha. — Ela disse.
— Oh, isso — , disse Matthias, lembrando-se da boa lembrança, sorrindo para as palavras de sua esposa. — Naquela época, você disse que não poderia viver sem a criança em seu ventre. — Ele expressou, desviando o olhar dela.
— Sim.
— É por isso. — Ele murmurou, olhos olhando para o distante, calmamente.
— O que você quer dizer, Matthias? — Seus olhos se estreitaram, a curiosidade permaneceu à beira do abismo.
— Se um filho nascesse depois da minha morte, você poderia tê-lo perdido para a família Herhardt. Você amava demais aquela criança em seu ventre… Eu nunca iria querer isso longe de você. — Ele raciocinou.
— É por isso que você queria uma filha?
— Sim — , ele manteve sua resposta simples, transitória, como admitiu. — Embora contrários aos meus desejos, tivemos um filho. É uma sorte que eu voltei para o seu lado. E um Félix é felicidade suficiente para mim.
Com sua resposta completamente inesperada, Leyla inclinou a cabeça em constrangimento. — No entanto, e se for uma filha que se assemelha a mim?
Matthias pensou nisso por um momento
Uma filha que se assemelhava a Leyla?
Matthias olhou para sua esposa, sentindo-se incerto.
Ele tentou imaginar. Leyla Lewellin de uma idade muito jovem, que ele não conhecia. E ele também queria amar aquela criança solitária e lamentável. Ele não podia voltar no tempo, então não seria tão ruim ter uma filha como Leyla, amá-la e criá-la como se tivesse encontrado aquela pequena Leyla.
Mas, mesmo que fosse uma criança que se parecesse com Leyla, ela não seria a mesma que Leyla desde sua infância. Para ele havia apenas uma Leyla, sua esposa, que ele queria. E pensou em qualquer outra garota como Leyla… parecia estranho.
Matthias sacudiu o pensamento e voltou para o momento presente, olhando para Leyla, seu passarinho.
— Por que eu preciso de uma filha que se pareça com você? — Ele perguntou, suavemente, olhando para o olhar confuso de sua esposa. — Eu tenho você.
“Eu já tenho você.”
Seus olhos azuis cerúleos olhavam para seus olhos cintilantes e tingidos de esmeralda. Seu único anseio ainda era essa mulher, que não seria mudada nem mesmo no final de sua vida. A única mulher que possuía seu coração, toda a sua existência.
Ele se inclinou e beijou sua bochecha. A resposta dele foi essa.
O tempo parecia parar, Leyla sentiu sua respiração parar, enquanto sentia o calor de seus lábios macios em sua pele. O sentimento persistente de seu toque, que detinha poder sobre sua alma, consumia seu ser. Ela tentou dar um passo para trás, olhando para ele com um rosto corado, mas Matias não parecia querer soltar sua bochecha.
Por mais que sua resposta soasse um pouco egoísta, ela não podia odiá-la, parecia uma doce confissão aos seus ouvidos, adorável, mas consumidora de almas.
Leyla estendeu a mão a Matthias, que havia deixado sua bochecha e se afastado.
— Segure minha mão —, olhando em seus olhos, ela falou novamente: — Apresse-se!
Matthias soltou uma risada suave e, sem hesitação, envolveu sua mão quente em torno dela.
— Nunca solte minha mão —, ela sussurrou, com os olhos brilhando intensamente, enquanto sorria para o marido.
— Nunca, Leyla… Nunca. — Ele murmurou, entrelaçando seus dedos com os dela, enquanto apertava sua mão na mão dela.
De mãos dadas, os dois deram um passeio pelo parque perfumado de rosas. Leyla era mais falante e Mathias parecia mais feliz do que o habitual. Era aquele tipo de tarde comum, mas especial.
A primavera era realmente uma estação tão bonita.
A primavera com um amante que te amaria muito, e por muito, muito tempo.
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Fim
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Tradução: Eris
Revisão: Eris
✧ MAID SCAN ✧