Chore, Melhor Ainda Se implorar - Novel - Capítulo 156
✧ Capítulo 156 ✧
✧ História paralela 4 ✧
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Leyla, virando a cabeça surpresa, recebendo o preço de cem paus pelos profundos olhos azuis de um homem que parecia imperturbável. Ele parecia desprovido de emoções como um iceberg como antigamente. Ela se perguntou se ele ainda tinha algum sentimento.
— O-o quê? E-Em um lugar como este?! — Ela rugiu, quebrando a tranquilidade da floresta. Suas mãos, que rapidamente cobriram as orelhas de Felix, também tremiam levemente. — C-como você pode dizer isso? Félix está aqui!
Leyla estava tentando encontrar uma resposta quando Matthias abruptamente estendeu a mão e afrouxou o nó da fita que ela havia colocado sob o queixo. Leyla não percebeu até que abriu as pálpebras instintivamente fechadas.
De maneira casual, Matthias entregou a ela o chapéu que havia removido. Ele mais uma vez pegou a xícara de chá que havia colocado calmamente antes.
Leyla, compreendendo tardiamente a situação, olhou para ele com um leve atordoamento. Parecia absurdo perguntar, como se de repente ele tivesse se tornado uma pessoa terrível. A aparência relaxada de Matthias, tomando chá e apreciando a vista da floresta, parecia ainda mais absurda.
Matthias olhou para o céu entre os galhos grossos dos carvalhos e comentou: — Não mais do que um chapéu. Eu sou um cavalheiro, Leyla. Conheço as regras. — Assegurou-lhe.
Quando ela pensou em suas palavras, a testa de Leyla enrugou. — Fazer piadas como essa é divertido?
— Bem, é engraçado —, ele riu. Matthias voltou seu olhar tenso para Leyla. — Você está adorável. Quando você está corando, você parece ainda mais atraente. — Não havia sorriso em seu rosto quando ele proferiu comentários tão horríveis.
Leyla comentou sarcasticamente: — É extremamente cavalheiresco de sua parte dizer isso no meio do dia.
Matthias respondeu, inclinando-se corajosamente contra uma pilha de almofadas: — Um cavalheiro. — Ele continuou — Um cavalheiro digno de uma rainha serena.
Através das folhas, a sombra do sol flutuava lentamente sobre seu rosto radiante. Devido à sua postura desleixada, talvez, o clima do dia pareceu relaxar um pouco.
Leyla não desprezava ter que enfrentar a pessoa que ela conhecia tão bem nessa situação. Ela experimentou, no entanto, uma estranha sensação de injustiça.
— Eu não estou errada, — Leyla contestou com confiança enquanto acariciava suas bochechas escaldantes. — Espera-se que os cientistas tomem decisões com base em sua experiência.
— Experiência? — questionou Matthias.
— Sim. E pelo que vi até agora, tudo que você fala acaba sempre tendo o mesmo significado daquilo que entendi mal. Assim como na ciência, estou fazendo julgamentos com base em minha própria experiência.
Matthias observou sua esposa tagarelando, seus olhos se estreitando com intriga. — Qual é o veredicto científico, então? — ele perguntou
Leyla disse, seus grandes olhos brilhando sobre os óculos: — Você é o malvado, e você é o único que é mau. O duque, seu corvo!
Leyla gritou com raiva enquanto continuava a corar intensamente. Logo depois, a risada de Matthias foi soprada pelo vento pela densa floresta e pela propriedade.
Ele não pretendia rir, mas Leyla decidiu parar de se opor a isso. Somente quando ela estava olhando para ele é que Matthias von Herhardt sorria assim, e estava tudo bem que ambos estivessem rindo em particular e sozinhos.
Eles se envolveram em conversas mundanas e comeram comida deliciosa juntos. Também passeavam tranquilamente, lado a lado, sem se importar com o olhar de ninguém.
Enquanto saboreava esses momentos triviais, um por um, Leyla percebeu novamente: seus desejos estavam escondidos atrás das feridas infligidas por ele.
Este não foi um piquenique particularmente especial ou grandioso.
Ela se odiou pela fraqueza e antecipou isso por incontáveis dias, sabendo que não deveria. Mas seu próprio coração estúpido era provavelmente o que ela mais detestava. Apesar de Leyla estar bem ciente de que isso ia contra os padrões do tio Bill, ela achava doloroso amar um homem que merecia ser odiado.
Leyla desviou o olhar para o céu distante enquanto observava a estrada onde as sombras das árvores se alongavam. Não demorou muito para estar quase hora de voltar.
— Está quase na hora de voltar —, comentou.
Leyla suspirou infeliz enquanto olhava para o relógio. Felix, que estava nos braços de sua mãe, dormia profundamente, possivelmente exausto após um dia cheio de diversão. As roupas do garoto estavam cobertas de manchas vermelhas de comer framboesas coletadas, o que trouxe de volta lembranças agradáveis do piquenique.
Matthias olhou para o céu distante antes de se virar para encará-la. Os olhos de Leyla se suavizaram instantaneamente, como se ela estivesse enterrada em concentração.
— Acho que um dia é muito breve. Isso é triste —, afirmou Leyla.
— Podemos voltar. — Matthias falou sério, abaixando as mangas arregaçadas para ajustar os punhos.
— Mesmo? — Leyla questionou com uma expressão séria e ansiosa, incapaz de esconder sua excitação. Matthias agora estava consciente. Leyla estava implorando por confirmação com suas palavras.
— Realmente, — Matthias assegurou
Ele jurou que, quando chegasse a hora, o sorriso de Leyla seria tão radiante quanto o sol. Semelhante a como está agora. Semelhante a isso. Nada em seus olhos que fosse diferente dele, neste exato momento poderia ter sido mais adorável em seus olhos.
Os criados voltaram enquanto Matthias ajustava a gravata e vestia o paletó. Eles precisavam voltar a ser o duque e a duquesa de Herhardt.
Os dois caminharam lado a lado ao saírem da floresta, sendo seguidos por uma babá e criados que carregavam Félix, que dormia. Quando chegaram à estrada onde o carro que os esperava estava estacionado, o passeio de verão, que parecia estar chegando ao fim neste ponto, de repente tomou outro rumo inesperado.
— Volte primeiro. — Matthias disse ao motorista, que destrancou a porta do banco de trás e estava esperando.
— O que? Isso sugere…? — Confusa, Leyla perguntou.
Matthias disse com uma piscadela para a babá que segurava Felix: — Vamos caminhar. — Quando a babá percebeu o que estava sendo dito, correu para colocar Felix no carro.
Matthias ignorou os olhares envergonhados de Leyla quando ela se virou para encará-lo. Nesse ínterim, o automóvel da babá e de Félix acelerou. Leyla teria perguntado imediatamente se as governantas não estavam de olho nela.
Mas ela se absteve de falar e, em vez disso, pegou a mão de Matthias. Naturalmente, ele a levou para as margens douradas do rio Schulter.
Ao cruzarem o caminho da floresta, Leyla gritou: — Matthias, olhe! — ruidosamente.
Ela se sentiu um pouco boba quando Matthias comentou casualmente: — Você disse que estava infeliz.
— Mas isso é —, disse ela, seus olhos disparando sobre o céu brilhante, a floresta adjacente e a corrente tranquila antes de retornar ao rosto de Matthias.
— Felix deve estar exausto. Ele deve tirar uma soneca.
Ele fez uma piada e Leyla riu. — Você não despreza Felix?
— Por que eu não gostaria dele? Afinal, ele é meu filho – retorquiu Matthias, inclinando a cabeça levemente para baixo.
Ele instintivamente se importava com seu filho, mas esse amor não era o mesmo que ele tinha por Leyla. Ele não tinha nenhum desejo de contestar isso. A única pessoa que estaria em sua vida para sempre era Leyla, a única pessoa que ele poderia amar de verdade.
Leyla, que estava olhando para ele por algum tempo, sorriu e acenou com a cabeça.
Matthias foi lentamente ao longo do rio Schulter enquanto segurava a mão dela. Leyla frequentemente parava ao longo do rio para apontar os pássaros. Sua voz tinha uma qualidade nítida e ecoante que lembrava os sons de pássaros cantando enquanto ela contava a ele os nomes e as qualidades dos pássaros e das flores.
— Veja! Observe aquele pássaro, por favor? Matthias!’
Um pássaro com penas vibrantes voava nos céus, como Leyla apontou. O pássaro que ela queria mostrar a Matthias, porém, desapareceu rapidamente além do rio, como se só aparecesse em suas visões.
— Ah, sumiu, — Leyla olhou para a beira do rio onde o pássaro voou com uma expressão triste soando como uma criança que foi arrancada de seu brinquedo favorito.
— Você sabia que Arvis é o lar de uma variedade de flores e pássaros incomuns? Arvis é comparável ao paraíso na terra, segundo o professor Lorenz. — Leyla apertou a mão de Matthias mais uma vez e apontou para o céu. Ele, em resposta, agarrou firmemente a mãozinha dela.
Leyla suspirou: — Aquele pássaro antes era incrivelmente difícil de ver.
— Você gostaria que eu pegasse para você? — Matthias questionou suavemente, mantendo os olhos grudados na direção em que o pássaro havia ido. Ele continuou, sua voz ainda mais controlada, — Para que você possa retê-la.
Leyla deu a ele um sorriso caloroso enquanto balançava a cabeça e olhava para ele com olhos grandes. — Não! — ela exclamou com firmeza.
— Por quê? Os ornitólogos normalmente fazem isso, certo? — perguntou Matias.
Ela hesitou antes de responder. Era correto dizer que pegar e empalhar aves exóticas servia como ferramenta de estudo. Além disso, ela gostava muito do professor Lorenz, que também possuía vários pássaros empalhados.
— Não brinque assim, por favor. — Leyla afirmou em um tom de comando. Ela escolheu interpretar dessa forma, mesmo sabendo que não era uma piada. Mesmo que fosse necessário, ela não tinha vontade de levar para casa um Arvis recheado fresco para seu estudo.
Felizmente, Matthias reconheceu sua escolha e sorriu agradavelmente. Eles chegaram à árvore favorita de Leyla perto do rio enquanto continuavam sua jornada.
— Você gostaria de subir lá? — Leyla questionou enquanto considerava a árvore como uma velha amiga: — A vista do rio Schulter do topo desta árvore é a vista mais bonita do mundo que você jamais veria.
— Isso é realmente necessário? — Matthias riu enquanto perguntava, virando-se para o galho da árvore onde Leyla costumava se sentar nos velhos tempos.
— É claro! A vista do rio Schulter do topo desta árvore é inigualável em beleza. Acredite em mim! — Leyla se aproximou da árvore, em contraste com seu rosto cauteloso, começou a escalá-la com um passo ousado e ágil.
Sentada em um galho grosso que se estendia até a margem do rio, Leyla sorriu para ele. — Vamos lá Matty! Você pode fazer como eu! Eu seguro sua mão! — Ela gritou, soando como se realmente quisesse ensiná-lo a escalar.
Matthias riu quando ela estendeu a mãozinha para ele. Ele então deu um passo à frente e começou a subir na árvore sem a ajuda dela. Quando ele chegou ao topo, ele a puxou profundamente em seus braços. Leyla podia sentir o coração dele batendo no ritmo do dela enquanto descansava as costas contra o peito dele.
— Você realmente pode fazer qualquer coisa, não pode? — Leyla sussurrou maravilhada, aninhada no abraço de Matthias.
— Não tudo. — Matthias respondeu, seus lábios se esboçando em um sorriso enquanto olhava para o rio abaixo. — Para você mil vezes mais — Ele disse em um sussurro.
Leyla não pôde deixar de corar com suas palavras, sentindo o calor se espalhar por seu peito. Ela fechou os olhos, saboreando o momento e a sensação de ser amada por esse homem incrível em sua vida.
Ela olhou para ele, seus olhos brilhando com diversão. — Eu sabia. Você é um profissional em escalar árvores.
Matthias riu, apreciando a sensação do corpo quente de Leyla pressionado contra o dele. — Não é minha primeira vez —, ele admitiu, — mas não, é algo que faça com frequência.
Leyla sorriu, contente por estar envolvida no abraço de Matthias. Tudo sobre este momento com este homem era bom para ela, até mesmo seu sorriso e o calor do corpo maciço e forte que a rodeava. Ela não queria mais esconder ou refutar porque era o pensamento mais honesto.
Eles se empoleiraram nos galhos e olharam para o rio brilhante, calmo e sereno. O momento pertencia a eles enquanto o mundo optou por não interromper. O momento foi encharcado de simplicidade, mas brilhando com divindade. Leyla não pôde deixar de se sentir grata pelo momento que compartilharam, sentados na árvore à beira do rio enquanto o sol se punha. Eram momentos como esses que ela valorizava, sentindo-se perto dele e em paz.
Eles se sentaram em uma árvore com vista para o rio Schulter enquanto o sol começava a se pôr. Um bando de pássaros deslizava preguiçosamente sobre a superfície da água, que brilhava em tons dourados.
— O que você acha? — Leyla virou-se para enfrentar Matthias, seus olhos brilhando com ansiedade. — Não é lindo?
Seu orgulho pelo cenário podia ser visto na forma como Matthias olhou intensamente em seus olhos verdes. Tanto quanto pudesse, ele poderia concordar com tal ponto de vista.
— Sim, é bonito. — Enquanto ele sussurrava, seus lábios tocaram os dela em um beijo apaixonado. Embora assustada, Leyla colocou os dedos em volta do pescoço de Matthias e deu-lhe um beijo em resposta. A mão dela subiu para sentir os contornos de seu rosto, e rapidamente se encontrou cavando em seu cabelo. Ela estava corando com uma rica cor rosa, coberta de alegria, seu rosto em êxtase.
Depois que o longo beijo que fluiu como um riacho silencioso finalmente chegou ao fim, Matthias enxugou delicadamente os lábios de sua esposa com um lenço de seda. Seus lábios se suavizaram em um sorriso satisfeito, como o ar da tarde em uma noite de verão. — Prometi que ensinaria você a nadar nos fins de semana —, disse ele.
— Nadar?
Ele olhou para a água por um momento antes de voltar sua atenção para Leyla. — Porque eu prometi.
— Eu acho que está tudo bem se você esquecer esse… — Leyla fez um esforço relutante para se retirar, mas Matthias foi inflexível.
— Vou te ensinar a nadar. — Seu rosto de repente assumiu um sorriso infantil. — Bem aqui no rio Schulter.
À luz da imensa beleza de seu sorriso, ela simplesmente não conseguia se lembrar das palavras de rejeição.
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Tradução: Eris
Revisão: Nana