Chore, Melhor Ainda Se implorar - Novel - Capítulo 161
✧ CAPÍTULO 161 ✧
✧ História paralela 9 ✧
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O duque viu Leyla parada ali parada na estrada e puxou seu cavalo para o lado. Nem ele, nem o companheiro do duque que chegou depois dele foram vistos com suas armas de caça.
Leyla forçou um encolher de ombros e apertou firmemente a moeda em sua mão que ela estava segurando, incapaz de se livrar de seu medo dele. O duque era intimidador como sempre foi, embora parecesse estar fora para um passeio a cavalo em vez de caçar hoje.
— Olá —, cumprimentou o aristocrata loiro, que acompanhava o duque, com um sorriso. — Já faz um tempo.
O Marquês de Lindman tinha um tom alegre e ligeiramente mais agudo, apesar de sua atitude nobre, Leyla o reconheceu uma vez porque sendo amigo e primo do Duque, ele era um visitante frequente de Arvis.
Leyla acenou com a cabeça em reconhecimento e, em seguida, correu para ficar debaixo de uma árvore na beira da estrada. Ela podia ouvir os batimentos cardíacos rápidos em seu peito.
Ver o duque por coincidência neste dia em particular pode não ter sido a melhor ideia, mas ela ficou feliz em ver que ele estava com seu amigo e primo, o marquês Lindman.
O duque passou a atormentá-la, perseguindo-a incansavelmente como se ela fosse sua presa no passado como um leão assombrando hienas. Ocorreu regularmente nas ocasiões em que ele se deparou com ela enquanto estava caçando ou andando a cavalo sozinho. O Duque gostou. Ele parecia obter um prazer distorcido dessa busca.
Não era que o duque fosse inerentemente uma pessoa cruel, mas para o desânimo de Leyla, ela era a única que havia testemunhado esse lado malicioso dele. Portanto, ela se sentiu presa em uma teia, incapaz de escapar e incapaz de confiar em ninguém sobre sua situação. Leyla suportou esses maus-tratos em silêncio, mesmo que fosse profundamente injusto e angustiante, esperando secretamente que o tormento acabasse algum dia. Ela optou por manter a boca fechada, pois temia ser taxada de mentirosa e expulsa de Arvis se falasse isso.
— Quem é? — A pergunta foi levantada por um espectador.
— Ah! Nesta propriedade, me disseram, há uma órfã. Surpreendentemente, um jardineiro escolheu criá-la. — Uma resposta veio.
Vários outros comentários foram ditos depois disso, mas a voz do duque não foi ouvida.
Leyla gentilmente levantou a cabeça enquanto o som dos cascos dos cavalos ficava mais alto; ela estava olhando fixamente para as pontas de seus sapatos enlameados. Seus olhos verdes claros, que refletiam a visão do duque passando e expressavam terror e curiosidade. Apesar do tempo que se passou desde a última vez que o viu, Leyla notou sua beleza inalterada e a nova maturidade que ele parecia ter adquirido.
Logo, ele estaria se formando na faculdade e cumprindo seu dever como oficial do exército para honrar sua família. E com esse pensamento vem a percepção de que ele não voltará para Arvis durante os verões, já que não haverá férias no exército.
Essa percepção fez com que o coração de Leyla disparasse com um leve vislumbre de esperança.
Enquanto ela estava lá, olhando para o grupo do duque se afastando, Leyla orou fervorosamente. Ela esperava que o verão chegasse e ele não voltasse. Era tudo o que ela podia fazer. Rezai no seu coração. O pensamento de ele sair e não voltar era uma mistura de emoções para ela. No fundo, ela sentiu uma tristeza por não vê-lo novamente, mas também um alívio de que o medo que ela tinha por ele não estará mais lá.
Depois que o grupo de jovens a cavalo desapareceu e a poeira espessa causada pelos cascos se assentou, a floresta mais uma vez recuperou sua calma pacífica. Mas para Leyla, a tranquilidade da floresta não foi suficiente para aliviar o tumulto em seu coração, enquanto ela continuava ali, perdida em pensamentos sobre o futuro incerto do duque e seus próprios sentimentos de esperança e saudade.
O sol estava pressionando-a com seu calor feroz enquanto ela caminhava de volta para a cabana. Ela achou estranho que a luz parecesse tão brilhante hoje, mesmo que o crepúsculo estivesse se aproximando.
Não foi até cerca de 15 dias depois que Leyla percebeu o motivo de seu desconforto – seu ciclo menstrual havia começado inesperadamente.
Ao acordar com uma dor incomum e desagradável, ela descobriu que a cabana ainda estava no silêncio transparente do amanhecer e parecia que o tio Bill ainda não havia se levantado.
Quando ela se levantou de sua cama, seus olhos foram atraídos para a mancha vermelha restante no lençol.
No início, ela acreditou que era um sonho, mas após uma inspeção mais aprofundada, ela encontrou as mesmas manchas em seu pijama e calcinha. A cena trouxe uma mistura de emoções para Leyla, sabendo que era sobre isso que seus amigos estavam sussurrando em segredo.
Ela ouviu o som dos passos do tio Bill quando ele acordou. Dividida entre o alívio de que isso é algo normal e natural, e o sentimento de desesperança, pois ela não sabia como lidar com isso.
Leyla rapidamente pendurou a porta e a trancou, escondendo o lençol manchado e as roupas debaixo da cama. Ela rapidamente tentou consertar a situação com um lenço, mas antes que pudesse cuidar totalmente disso, ouviu uma batida acidentada na porta.
— Leyla! Você está acordada? Você está dormindo? — A voz do tio Bill gritou.
— Não! — Leyla respondeu com um grito: — Já estou acordada, tio!
— Ah, vamos lá. Então prepare-se. Kyle vai buscá-la em breve.
“Kyle!”
Leyla pensou em sua mente em Kyle, isso adicionou mais ansiedade às emoções já confusas. Ela estava cheia de confusão enquanto pensava em uma promessa importante que lhe vinha à mente.
Era o dia em que todas as crianças da aldeia planejaram fazer um piquenique juntas e Leyla também havia decidido assistir a uma peça de teatro esta tarde pela primeira vez, algo que ela estava ansiosa. Mas agora, essa excitação foi substituída pela incerteza e pelas manchas vermelhas da menstruação.
Ela rapidamente se lavou enquanto o tio Bill saía para cuidar do gado. A dor na parte inferior do estômago vinha se tornando cada vez mais intensa, mas essa situação vaga reduziu um pouco seu desconforto.
Quando Leyla trocou de roupa e começou a arrumar a mesa do café da manhã, Kyle veio para a cabana. Ele ficou surpreso ao ouvir a resposta de Leyla de que ela não seria capaz de se juntar ao grupo para o piquenique.
— O que há de errado com você Leyla? Você queria tanto ver a peça, não é?
Leyla abriu a cesta de pão desajeitadamente: — Eu não quero mais ir. — O pão que ela cortou estava distorto.
— Eu não acredito em você. Qual é a verdadeira razão? — Kyle parecia preocupado: — Oh! Você está se sentindo mal? Você parece um fantasma.
— Não, não é.
— O que você quer dizer, não. Mesmo que você não esteja bem, você ainda finge estar bem. Deixe-me apressar-me e…
— Não! Pare! — Leyla girou e gritou. Ela considerou usar o pão que estava segurando para atacar Kyle.
— Ah… Leyla?
— Kyle, peço desculpas. — Leyla pressionou o pão contra suas bochechas quentes. — Embora doa um pouco, não é tão ruim. Eu simplesmente preciso descansar em casa.
— Qual é o problema? O que você acha? Se você não quer que eu informe meu pai, eu não vou.
Embora Kyle fosse seu amigo mais próximo e membro da família, ela foi incapaz de contar a ele sua história. Era embaraçoso contar isso para seu amigo, especialmente para um menino. — Por favor, mova-se rapidamente. Você vai chegar tarde. — Leyla estava agora à beira de chorar. — Antes que eu te jogue pão com todas as minhas forças.
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Depois que Kyle saiu, o tio Bill voltou. Ele ficou surpreso ao ver Leyla, que deveria estar indo para um piquenique, mas ele finalmente aceitou a desculpa de que ela estava se sentindo mal. Seu estômago estava realmente doendo, então não era inteiramente uma mentira.
— Tudo bem, então, você deve descansar bem. Você está com muita dor? Eu posso mandar o Dr. Etman vir.
— Não! — Leyla interrompeu firmemente, não querendo ouvir a mesma sugestão de seu tio que ela tinha ouvido de Kyle. — Vou comer bem, ficar em casa e descansar. Isso é tudo que eu preciso.
Bill Remmer, que observava Leyla enquanto ela repetia seu pedido habitual, irrompeu em uma risada calorosa. Ele carinhosamente babou seus cabelos e foi para o trabalho, deixando Leyla descansar e se recuperar em casa.
Uma vez sozinha, Leyla passou a manhã ruminando sobre seus pensamentos e refletindo sobre a dor que parecia mais pronunciada. Ela se sentia tímida demais para confiar em alguém, e não queria lhes dever um favor se pudesse ajudá-lo, mas também sabia que não poderia lidar com isso sozinha.
Com essa percepção, Leyla decidiu deixar a cabana. Embora estivesse bastante quente, ela usava meias grossas e várias camadas de roupas íntimas. Ela não conseguia se livrar de suas preocupações e apreensões, o que fez com que sua jornada para a mansão do Duque levasse o dobro do tempo que normalmente levava, pois ela continuava parando para refletir sobre sua decisão.
Ao chegar à residência do Duque, Leyla foi recebida pela expressão surpresa da Sra. Mona, que acabara de tropeçar nela, na sala de estar. Os outros convidados, que estavam descansando após o almoço do duque, também concentraram sua atenção em Leyla enquanto ela hesitantemente espiava pela porta.
— O que te traz aqui, Leyla? —, perguntou a Sra. Mona, surpresa.
Depois de um momento de hesitação, Leyla reuniu coragem para falar: — Eu tenho algo a lhe dizer.
A Sra. Mona saiu do corredor, olhou para Leyla e fechou a porta do salão. Mesmo assim, ela levou Leyla até o final do corredor e se virou para enfrentá-la, como se tivesse percebido que Leyla estava tendo problemas para se comunicar.
— Agora, você parece estar bem aqui. Leyla, me diga. Qual é o problema?
— É… — Leyla exalou repetidamente, torcendo as mãos, que ela havia agarrado com força. — Acredito que agora sou uma senhora.
— Senhora? Por favor, espere, meu amor. Você está agora… — Enquanto a Sra. Mona pensava no que Leyla lhe dissera, seus olhos se arregalaram. — Oh, meu. — Ela suspirou ao observar Leyla, que estava usando roupas que não eram adequadas para a atual temporada.
Ela murmurou, uma variedade de emoções complexas visíveis em seu rosto: — Oh meu Deus, Leyla.
Leyla estava à beira de chorar de ansiedade. Mas a Sra. Mona deu-lhe um sorriso amoroso e um abraço de urso enquanto a confortava massageando seus ombros e costas trêmulos.
— Leyla, minha querida, você tem que ter cuidado com os homens a partir de agora. Você entendeu!?
A Sra. Mona admoestou severamente Leyla, sentindo-se humilhada e envergonhada. Ela era uma mulher opinativa que havia lidado com questões semelhantes às da mãe de três filhas. Leyla estava confusa e não conseguia entender o que a Sra. Mona estava dizendo, mas ela não queria procurar explicação, então ela apenas acenou com a cabeça em concordância.
— É algo para comemorar, mas também estou preocupada —, disse Mona com um olhar de pena no rosto.
Ela sabia que quando uma bela flor floresce no campo, sua vida provavelmente será difícil. Ela não conseguia dizer essas palavras para Leyla e, em vez disso, soltou um suspiro profundo.
Leyla era uma jovem muito adorável. Ela era magra e bagunçada quando chegou pela primeira vez a Arvis, mas com os cuidados de Bill Remmer, ela floresceu em uma rosa deslumbrante à medida que ficava mais alta e engordava. Mesmo que ela ainda fosse uma menina, a Sra. Mona estava ciente da rapidez com que uma garota pode se transformar em uma senhora.
No entanto, sua vida não seria tão ruim, pensou a Sra. Mona, porque ela tinha o apoio de alguém forte como Bill Remmer. Esses pensamentos permitiram que a Sra. Mona sorrisse novamente.
— É uma escola, uma aldeia e, em qualquer caso, pense em todos os homens ao seu redor como ladrões. Isso também não é totalmente errado —, disse Mona com uma pitada de amargura em seu tom, alertando Leyla para ser cautelosa com os homens e suas intenções.
Quando perguntada novamente, a expressão de Leyla se contorceu em confusão. — Kyle também?
— Kyle? Hmm… De qualquer forma, ele será um homem, então tenha cuidado. Você vai ficar bem. — A Sra. Mona sentiu uma pontada de arrependimento pelo gentil Dr. Etman, mas ela já havia decidido agrupar Kyle com os outros — ladrões.
À medida que a hora de preparar o jantar se aproximava, a Sra. Mona saiu de casa com Leyla, dando-lhe uma pequena cesta. Ela também não se esqueceu de lhe dar instruções adicionais a caminho da residência do Duque.
— A propósito, Leyla —, a Sra. Mona gritou para Leyla quando chegaram ao final da estrada. Ela se aproximou dela e, inesperadamente, estendeu a mão e tocou seu peito. O grito assustado de Leyla e a risada da Sra. Mona ecoaram no ar calmo da tarde.
— É uma surpresa. Sim, você se tornou uma mulher adorável. — Ela disse, seus olhos se encheram de um calor compassivo enquanto olhava para Leyla, que agora estava corando profusamente.
— Você provavelmente precisará de roupas íntimas novas, como um sutiã. Eu disse ao Sr. Remmer. Não, não há grande coisa. Você é bem-vinda para me acompanhar quando eu for ao centro da cidade neste fim de semana.
— Sou grata, senhora. Eu sinceramente aprecio isso —, disse Leyla, expressando sua gratidão conduzindo uma profunda reverência. Enquanto Leyla se curvava, a Sra. Mona não pôde deixar de notar as características gentis e delicadas de seus olhos, ela lhe deu mais alguns tapinhas nas costas antes de voltar rapidamente para a residência do Duque.
Leyla se afastou assim que as costas da Sra. Mona não estava mais à vista, seu estômago ainda doía, mas ela se sentia consideravelmente melhor do que naquela manhã. Ela se esforçou para se convencer de que poderia lidar com isso, mas à medida que avançava, parou abruptamente novamente logo após a mansão na curva seguinte. Lady Claudine Brandt e o Duque Herhardt foram a fonte do riso da mulher e da voz baixa e calma do homem que ela ouviu.
Leyla instintivamente se abaixou atrás da parede, frustrada. Ela queria ir para outro lugar e se esconder, mas os passos do casal estavam se aproximando cada vez mais de onde ela estava escondida.
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Tradução: Eris
Revisão: Nana