Chore, Melhor Ainda Se implorar - Novel - Capítulo 162
✧ Capítulo 162 ✧
✧ História paralela 10 ✧
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Matthias tropeçou em uma descoberta, quando avistou uma pequena figura correndo atrás de uma parede. A órfã, criada pelo jardineiro, tinha sido encontrado como um animal de estimação perdido. Com saias esvoaçantes e um esfregão de cabelos loiros, não havia como confundir a criança. Era por todos os meios ela!
Mas, em vez de se sentir eufórico com a descoberta, Matthias só conseguia pensar em uma coisa: a tendência da criança de fugir e chorar.
Era uma característica frustrante, mas que não podia ser tomada na totalidade, mas ser tolerada em pequenas doses. Quando a criança olhou para ele com grandes olhos verde-esmeralda, Matthias não pôde deixar de sentir uma pontada de aborrecimento misturada com pena.
Com o sol escaldante batendo sobre eles, Claudine sugeriu que era hora de voltar. — Está muito quente para uma caminhada noturna —, disse ela, com a voz entrelaçada de exaustão. Apesar do chapéu de abas largas e do guarda-sol, o rosto de Claudine estava corado de calor. Até Matthias, que nunca se incomodou com os efeitos do sol, estava sentindo o mesmo.
Mas ele estava disposto a satisfazer os caprichos de Claudine, que havia pedido a caminhada. Ele não podia negar a emoção de possivelmente, encontrar a criança indescritível, que era conhecida por se esconder nos lugares mais sombrios. No entanto, o pensamento de se arrastar através do calor sufocante não valia a pena a recompensa potencial.
Enquanto voltavam para a mansão, Matthias vislumbrou a criança, fugindo como de costume, vestida com roupas de inverno, apesar do clima escaldante.
Foi devido a seu primeiro encontro?
Lembrou-se do dia em que a menina apareceu na floresta de Arvis, como uma presa interessante. Mas, assim como um pássaro que rapidamente voou para fora da vista, o interesse de Matias por ela permaneceu nesse nível.
“Ela era apenas mais um pássaro selvagem em sua floresta, nada mais.” Com esse pensamento, Matthias desviou sua atenção da criança e seguiu Claudine até o abraço frio da mansão. O ar agradável envolvia-os, e o calor rapidamente se desvanecia, batido pela luxuosa mansão.
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Bill Remmer ficou surpreso quando soube da notícia pela falante Chef Mona. Ele não conseguia encontrar as palavras para expressar seu choque, simplesmente murmurando — Oh, isso é assim — repetidamente enquanto coçava a parte de trás do pescoço. O pensamento de criar uma filha por conta própria, como viúvo, era uma tarefa assustadora, diferente de qualquer outra que ele havia enfrentado antes.
— Ah, então essa criança já é…….
O chef Mona, observando-o com uma pitada de diversão, repreendeu-o. — O que você quer dizer já? É mais tarde do que a minha filha —, disse ela com um clique de língua. — Eu entendo que não é fácil para uma pedra de madeira como você criar uma filha que apareceu de repente.
Mas Bill foi rápido em corrigi-la: — Que filha? Eu só queria…
— Não diga essas bobagens —, a chef Mona o interrompeu com firmeza, apontando para o Jardim de Rosas do Duque. — Pegue as rosas lá.
O rosto de Bill se contorceu de confusão. — O que você está planejando fazer com essas ro…?
Mas antes que ele pudesse terminar sua frase, a Chef Mona interrompeu, com os olhos brilhando de excitação. — Oh, meu querido Bill! Você realmente é um especialista em cultivo de flores, mas parece que lhe falta a arte de dar presentes.
— Presente? — Bill repetiu, sua testa franzida em constrangimento. Ele nunca tinha pensado em dar flores como um presente antes.
A chef Mona continuou: — Quando uma jovem atinge um marco em sua vida, é tradição para ela receber um buquê de flores. E Leyla, sua filha, está prestes a alcançar um desses marcos.
O rosto de Bill se contorceu bruscamente com a culpa: — Você está certa, mesmo que ela não seja minha filha de verdade… Eu ainda tenho que lhe dar um presente, mas ainda não encontrei o momento certo. Ah, meu. Eu deveria tê-lo enviado o mais rápido possível, mas acabou assim.
A chef Mona deu de ombros: — Por que você não dá a ela agora?
— Mas ela vai para algum lugar, não é?
— O que posso fazer? — O Sr. Remmer não pode pensar nela como uma filha, e se Leyla não tem para onde ir, ele não tem escolha a não ser enviá-la para um orfanato ou algo assim. — Poxa! Devo encontrar um presente para você se você não puder fazê-lo com as mãos?
— A propósito, a ideia de que você enviaria uma garota para um lugar onde ela estaria desprotegida me entristece muito. É assim que o mundo tem que ser. — À medida que as pálpebras de Bill Remmer se contraiam, o tom da chef ficou ainda mais irritante. — Ela será uma beleza impressionante se ela se revelar uma jovem íntegra, mas se ela se encontrar com um patife…
— Oh Deus! — Os nervos de Bill estavam desgastados até o ponto de ruptura. Ele não aguentou mais e gritou: — Vou fazer isso! Vou criá-la e escolher o presente por conta própria, apenas pare de falar!
As palavras da chef Mona foram como uma pílula amarga para Bill Remmer engolir, sua intenção de ajudá-lo a esclarecer, mas a realidade da situação pesou muito sobre ele. Ele não podia suportar o pensamento de Leyla ser enviada para um lugar sem ninguém para protegê-la, a dureza do mundo demais para suportar.
Bill Remmer estava diante das rosas floridas coradas com grande variedade de cores, sua mente rodopiava com confusão e incerteza. Ele sempre cuidou das flores com cuidado e dedicação, mas o pensamento de arrancá-las para um propósito tão estranho a ele quanto dar presentes era assustador.
“Ah, estou com medo. As pessoas pensariam que você é seu verdadeiro pai.” O riso odioso da chef Mona ecoou em seus ouvidos quando ela sacudiu o avental e deixou o jardim. Bill foi deixado sozinho no silêncio, andando entre os canteiros de flores, coçando o pescoço em agitação. Não foi até que um jovem trabalhador se aproximou dele que ele percebeu o quão tolo ele deve ter parecido.
Quando o jovem trabalhador se aproximou dele com a preocupação gravada em seu rosto, Bill Remmer não pôde deixar de sentir uma sensação de desconforto. A inocência do garoto era um forte contraste com os pensamentos que corriam pela mente de Bill. Ele pensou em Leyla, e como um dia, esse menino simples pode muito bem ser o único a dar-lhe flores, a cortejá-la. A ideia fez o sangue de Bill ferver.
— Sr. Remmer…? — A voz do trabalhador rompeu seus pensamentos, mas o olhar feroz de Bill foi suficiente para fazer o menino recuar de medo.
Respirando fundo, Bill tentou se acalmar. Ele apertou a mão com desdém, ignorando o trabalhador e mais uma vez começou a andar pelo jardim de rosas. Ele pegou uma flor, mas cada vez, ele recuava, sua mente consumida pelo pensamento de Leyla e do futuro.
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Enquanto isso, Leyla estava executando uma tarefa para Lady Claudine Brandt, colhendo rosas frescas do jardim para levar para sua sala de estar. Embora a tarefa fosse bastante fácil, partiu o coração de Leyla ver as flores restantes, aquelas que o tio Bill havia cuidado com tanto cuidado e amor, descartadas e deixadas para murchar.
— Complicado e problemático — era como o tio Bill descrevia o jardim de rosas, mas Leyla sabia que ele tinha uma profunda reverência pelas flores. Os trabalhadores do jardim também compartilharam esse sentimento, dizendo que o tio Bill acreditava que as rosas eram como as pessoas que prosperavam quando eram amadas sinceramente.
Como esperado, Lady Claudine havia deixado para trás muitas rosas após sua visita. Leyla não pôde deixar de olhar para eles com saudade, e impulsivamente perguntou à empregada que tinha vindo entregar a taxa de trabalho: — Essas flores, posso levá-las?”
— Rosas? Eu só ia jogá-los fora, então leve-os como quiser —, respondeu à empregada indiferente antes de seguir os passos de sua dama.
Deixada sozinha, Leyla se aproximou hesitantemente da mesa, arrumando cuidadosamente o buquê em seus braços. Segurar o feixe de rosas perfumadas parecia estranho e desconhecido, mas também reconfortante de uma maneira que ela não conseguia explicar.
O quintal da cabana estava cheio de roseiras porque era a casa de um jardineiro. Leyla foi bem-vinda a quantos ela desejasse. Ela ocasionalmente cortava a rosa em pedaços para usar como decoração de mesa e escrivaninha. Ela usou pétalas secas para criar um saco de fragrância. Tio Bill não impediu Leyla de espalhá-lo por toda a casa, apesar de admitir que era incômodo.
Ela se lembrou de um arranjo de flores que seus amigos costumavam se gabar, e era por isso que uma rosa simples parecia tão fresca para ela.
Leyla deixou a casa do duque enquanto ponderava muitas coisas. A rosa parecia mais linda à luz do sol. Leyla tomou a decisão de tratar o buquê que estava segurando como um presente. De qualquer forma, acreditar que era um presente do tio Bill não parecia ser particularmente impreciso.
Leyla deu um passo mais leve enquanto se movia ao longo da trilha da floresta. Ao longo das escadas saltitantes, o cabelo que havia sido solto para fazer um fio para amarrar o buquê estava.
Ela não sabia o quão afortunada ela era que o trabalho doloroso e o desconforto não estavam mais presentes. No entanto, ela alegou que, daqui para frente, passaria por isso todos os meses. Mesmo que a nova roupa íntima da Chef Mona fosse desconfortável, era consideravelmente mais tolerável do que isso.
Sendo uma mulher, a Chef Mona havia dito as palavras que eram Triângulos das Bermudas como mistério para Leyla, envolta em incerteza e espinhosa com uma sensação de mau presságio. Ela ainda não conseguia entender o significado completo disso, mas a lembrança da palavra por si só causou um arrepio em sua espinha. Para Leyla, a ideia de se tornar uma mulher tinha um sentimento de admiração e reverência.
“Aquela mulher.”
Era assim que seus parentes chamavam sua mãe, com todos os tipos de modificadores depreciativos anexados.
“Sua filha”
Eles a chamavam desse nome com desdém, sua raiva clara em seu tom. Era fácil ver quanto desprezo eles tinham por ela.
“Sua mãe era realmente a mulher terrível que eles a fizeram ser?”
Leyla vinha lidando com essa pergunta cada vez mais, mas encontrar uma resposta se mostrou difícil. Mas uma coisa era certa, Leyla nunca quis ser como a mulher de quem falavam, ou como sua mãe, ou como sua filha.
Foi um pequeno caroço sangrento que chamou sua atenção, desviando seus pensamentos de sua contemplação. Leyla não precisou se aproximar para saber o que era.
Um lindo passarinho, baleado pelo Duque.
Ela recuou horrorizada, mordendo de volta o grito que ameaçava escapar de seus lábios.
Leyla nervosamente caminhou pelo caminho sinuoso através da floresta, seu coração batendo forte de medo. Não era o dia da festa da caça, e ainda assim ela sabia que o duque tinha o hábito de sair sozinho para praticar sua pontaria nos pequenos pássaros da floresta.
Tio Bill elogiou as habilidades de tiro melhoradas do Duque dia a dia, mas Leyla não conseguia se livrar do sentimento de pavor que a dominava sempre que pensava nele sozinho na floresta com uma arma na mão.
O duque tornou-se uma pessoa completamente diferente quando não estava cercado pelos outros nobres. Sempre que ele ia caçar sozinho, era uma má notícia tanto para os pequenos pássaros da floresta quanto para ela.
Ela debateu se virar e ir para o outro lado, mas sua curiosidade levou a melhor.
Enquanto caminhava, o som de tiros ecoou pelas árvores, e Leyla sabia que o duque estava por perto. Quando ela se aproximou, ela podia ver o Duque na estrada, a cabeça de seu cavalo girava em sua direção. Ele tinha acabado de abaixar sua arma, e um pequeno pássaro estava ensanguentado a seus pés.
Leyla congelou, abraçando um monte de rosas perto de seu peito quando os olhos do duque se encontraram com os dela. Ela podia ver a mudança em sua expressão, de uma de satisfação para uma de malícia. Ela queria correr, mas suas pernas não se moviam. Leyla queria que outros nobres aparecessem e a salvassem, mas ninguém veio, não importa quanto tempo ela esperasse.
O Duque estava sozinho.
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Tradução: Eris
Revisão: Nana