Chore, Melhor Ainda Se implorar - Novel - Capítulo 163
✧ CAPÍTULO 163 ✧
✧ História paralela 11 ✧
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Com reflexos rápidos relâmpagos, Matthias viu a criança correndo para longe e imediatamente correu em sua direção. Embora possa ter parecido uma busca simples e rotineira, Matthias não conseguia se livrar da sensação de que havia algo mais profundo em jogo.
“Ela estava fugindo de uma memória traumática?”
O pensamento da criança quase sendo baleada em seu primeiro encontro causou um arrepio em sua espinha. Mas quando ele se aproximou dela, ele percebeu que sua fuga desesperada estava se tornando cada vez mais errática e inexplicável. Apesar de seu medo e confusão, Matthias não pôde deixar de sentir uma emoção de excitação quando ele se aproximou da garota misteriosa.
O terror da menina ficou evidente quando Matthias se aproximou dela. Ela continuou a olhar para ele enquanto estava encurralada, e Matthias não pôde deixar de notar o quanto seus olhos se assemelhavam à floresta de verão de Arvis naquela mesma época. Eles pareciam se destacar ainda mais, apesar de sua constituição pequena e magra.
Ela ainda era uma jovem, mas ele viu que ela parecia ter amadurecido desde o primeiro encontro de verão.
“Eles a chamavam de Leyla?”
“Leyla… Leyla Lewellin?”
Dirigindo intencionalmente lentamente em sua direção, Matthias a seguiu, mas sua lacuna gradualmente se fechou. O terror em seus olhos aumentou quando ela se virou.
“Rosa…?”
Leyla olhou para trás quando Matttias de repente viu a flor que ela estava segurando; ela tropeçou em uma pedra, caiu no chão e soltou um breve grito que quebrou a paz da estrada da floresta.
Quando Matthias parou em seu cavalo na frente da criança caída, as pétalas de uma rosa quebrada tremulavam ao vento. Ele olhou para a cena por um momento antes que a criança se levantasse e recuasse, com o pequeno rosto vermelho e molhado de lágrimas.
— Oh, o-olá, Duque —, disse ela, como se desistisse de qualquer resistência adicional. De pé diante dele com a cabeça baixa, ela lembrou Matthias de um cervo que muitas vezes encontrava na floresta com seus braços e pernas imaturos e delgados. Enquanto ele olhava para seus ombros inclinados, o olhar de Matthias se deslocou para a rosa no chão. Mas antes que ele pudesse alcançá-la, a criança já havia fugido e se escondido atrás de uma árvore, com a figura tremendo.
Embora familiar, havia algo diferente nela agora e Matthias não conseguia se livrar da sensação de que esse encontro não era tão simples quanto parecia.
“Que tipo de criança era ela?”
Matthias estava ficando entediado com essa situação, não era nada mais do que um pequeno aborrecimento. Mas ele não pôde deixar de achar divertido gastar seu tempo em uma busca tão inútil. Ele abaixou os olhos esbugalhados e examinou o buquê de rosas, as pétalas espalhadas esvoaçando ao vento.
— Ei, garota, pegue-o —, disse ele, apontando para o buquê no final de sua arma de caça. — É seu.
Os olhos verdes da criança, olhando fixamente para ele, cheios de lágrimas. Matthias olhou para ela por um longo tempo. A tarde estava se tornando cada vez mais tediosa.
Foi quando ele decidiu encerrar esse jogo. Ele desceu do cavalo e pegou o buquê abandonado de rosas e se aproximou da criança, que estava escondida atrás da árvore. Ele entregou as flores a ela educadamente, mas com uma pitada de altivez, que combinava perfeitamente com a aparência do Duque de Herhardt. A criança, que pegou as flores sem perceber, parecia confusa, mas Matthias não prestou atenção. Ele deixou a criança perturbada para trás e se afastou.
Quando Matthias retornou à mansão, ele atirou em vários outros pássaros, fazendo uma caça decente à tarde. Mas seu encontro com Bill Remmer no jardim de rosas estava prestes a tomar um rumo inesperado.
— Bem, Duque —, o jardineiro o cumprimentou como de costume, mas desta vez ele tinha algo a dizer. Matthias virou-se para enfrentá-lo.
— Não é nada mais do que… Posso pegar essa rosa? — Bill Remer apontou para um canteiro de rosas preciosas que as duas duquesas particularmente apreciavam, mas seu tom era incaracteristicamente tímido.
— Sim, tanto quanto você quiser —, Matthias respondeu casualmente. — Como o Sr. Remer deseja. — Ele se afastou, deixando uma resposta moderadamente indiferente e generosa. Mas, ao dar alguns passos, notou o jardineiro se aproximando do canteiro de flores do qual acabara de dar permissão para tirar.
— Ah, Sr. Remer —, gritou Matias, fazendo com que o homem parasse em uma posição embaraçosa com um começo. — Nada —, Matthias, que havia se perdido em pensamentos por um momento, balançou a cabeça, apagando sua pergunta anterior. Ele não pôde deixar de se perguntar por quanto tempo a órfã encarregada do jardim, Leyla, permaneceria neste Arvis.
Matthias de repente ficou cheio de curiosidade sobre a criança que havia encontrado no jardim, mas ele não queria se envolver. Não havia razão para ele saber a identidade de uma criança que era apenas um dos numerosos funcionários de Arvis, que agora se tornará chato para ele. Ele deixou o jardim e rapidamente se esqueceu do garoto.
No ano seguinte, o duque Herhardt retornou a Arvis como de costume, mas ele nunca mais foi em uma caçada para afugentar a órfã que vivia na floresta. E no ano seguinte, Matthias foi comissionado como oficial através da Academia Militar Real, seguindo a tradição da família.
Enquanto servia na frente ultramarina, ele nunca retornou ao seu feudo, e a criança, que não significava nada para ele, desapareceu de sua vida como se ela tivesse desaparecido no ar. Não havia lugar para tais memórias sem sentido na vida do perfeito Duque de Herhardt.
Realmente foi.
Até o verão, após voltar da frente, enquanto ele estava na Estrada Platanus, onde a vegetação exuberante se estendia diante dele.
Uma bela onda de verde.
Seus olhos estavam mais impressionantes do que nunca, lembrando-o da floresta de verão de Arvis.
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Leyla cuidadosamente cavou um buraco e colocou a rosa nele. Era a mesma rosa que ela havia encontrado no verão passado, emparelhada com um belo pássaro aquático que ela havia decorado com fios coloridos.
Ela colocou o buquê de rosas ao lado do pássaro sangrento e frio antes de cobri-lo com terra. Ela hesitou por um momento, mas finalmente decidiu enterrá-lo.
Ela nunca teria imaginado que o duque pegaria um buquê de flores, muito menos seria tão educado quanto ele. Ele era como o Duque Herhardt que todos conheciam, digno e reservado. O pensamento dele fazendo algo tão fora do caráter era estranho e surreal. Foi a primeira vez que ela sentiu que realmente conheceu o Duque de Herhardt, o homem que foi elogiado pelo povo de Arvis.
Leyla prendeu a respiração com medo de que ele pudesse intimidá-la de alguma outra forma, mas nada mais aconteceu. Entregou-lhe as rosas, virou-se e saiu.
Não foi até que ele se foi que ela percebeu estar aliviada. Ela se sentiu envergonhada ao pensar que as rosas poderiam ter sido um presente de Claudine, alguém que as havia jogado fora. Mas quando ela caminhou de volta para sua cabana com o buquê que ela não conseguia jogar fora, a jornada parecia muito mais longa do que o habitual. Era algo que ela não deveria ter mantido.
Leyla fez um compromisso tão forte quando partiu com luvas e pás para enterrar os pássaros que o duque havia assassinado. Ela então voltou para o espaço e pegou a flor que havia colocado na extremidade da mesa.
O pássaro morto enterrou a rosa naquela lembrança. Leyla então retornou à cabine enquanto corria. “Espero que o Duque odeie caçar”. Ela repetiu as orações infrutíferas uma e outra vez em seu caminho de volta.
— Você viajou pela floresta novamente hoje, hein! — Assim que Leyla estava prestes a entrar pela porta da frente, uma voz estrondosa a assustou, fazendo com que ela virasse a cabeça. Tio Bill estava agachado na varanda e estava observando Leyla. — Você ainda é uma criança, você sabe, uma criança. — Sua voz era baixa, mas o tom era realmente extremamente cordial.
Leyla rapidamente se moveu em direção a ele depois de colocar suas luvas e pá. Leyla, que frequentemente tentava ocupar a cadeira ao lado do tio Bill, foi dissuadida por um buquê de flores que havia sido colocado lá.
— Tio? — Leyla perguntou, quando notou o buquê nas mãos do tio Bill.
Ele hesitou por um momento antes de responder: — Bem… é assim. É para você, guarde-o.
Os olhos de Leyla se arregalaram de surpresa: — Pra mim? Realmente? É um presente para mim?
— Presente? Eu só escolhi o que cresceu em todo o mundo —, disse o tio Bill casualmente, mas Leyla já estava emocionada e não conseguia conter sua empolgação.
Ela abraçou o buquê, que era quase tão grande quanto seu corpo, e andou ao redor da varanda, admirando as flores à luz do sol e depois à sombra. Ela não conseguia parar de sorrir.
Tio Bill não pôde deixar de rir, esquecendo o constrangimento que sentia anteriormente. Ele pensou ser apenas um pequeno gesto, mas ver a felicidade da criança fez tudo valer a pena.
— Mas, tio, esta é uma rosa preciosa que a duquesa gosta. Está tudo bem para mim tomá-lo? — Leyla perguntou, segurando a rosa com força e seu rosto cheio de preocupação. Tio Bill, surpreso, deixou escapar — Nossa. Uma criança como você se preocupa com tudo!
— Ainda assim… — Disse Leyla.
— Não se preocupe, eu não vou ter problemas por escolher algumas rosas.
— Sério? — Leyla perguntou, seus olhos brilhando de esperança.
— Você acha que eu mentiria para você? — Tio Bill respondeu com uma risada.
Leyla balançou a cabeça e abraçou o buquê ainda mais forte. — Obrigada, tio. É tão bonita. — Ela sorriu amplamente, segurando as lágrimas. Ela pensou que poderia finalmente esquecer a memória da rosa enterrada com o pássaro. Ter um presente real para Leyla Lewellin, algo tão grande e bonito.
Leyla abaixou a cabeça sobre o buquê de rosas e respirou o doce perfume por um longo tempo. Enquanto isso, as lágrimas em seus olhos e narinas gradualmente se acalmaram. Ela ainda não sabia o que significava ser uma mulher, mas não havia medo vago agora. Ela sentiu que tudo ia ficar bem, de uma maneira cor-de-rosa e doce, como a bênção do tio Bill.
Os dois ficaram na varanda naquele dia mais do que o habitual.
Tio Bill continuou a dar carinhosos tapinhas na cabeça de Leyla, que Leyla não pensou. Ela começou a rir, saboreando o tratamento duro que a deixou à vontade.
Ela não entendia que as rosas que seu tio lhe dera não tinham espinhos até aquela noite. Ela descobriu que o caule era liso e desprovido de pequenos espinhos enquanto desembrulhava o jornal e a corda que haviam sido usados para embrulhar o buquê antes de colocá-lo em um vaso. As rosas eram idênticas por toda parte.
O prolongamento do verão terminou.
Depois que o duque deixou Arvis, a floresta foi mais uma vez pacífica. Leyla também se desenvolveu rapidamente no deserto, como se finalmente tivesse deixado ir alguma coisa. Ela se transformou de uma menina em uma dama neste exato momento, como a Chef Mona havia dito, a magia dos anos.
Esses dias calmos continuaram até o verão, quando o duque voltou.
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Leyla olhou para a estante coberta de flores e, de repente, teve lembranças vívidas daqueles tempos.
A rosa que o tio Bill lhe dera murchou e se perdeu com o tempo, mas a memória estava fresca como sempre.
Dias lindos infundidos com amor genuíno. Leyla estava ciente de que a rosa que Matthias lhe dera acabaria por murchar e desaparecer, mas a memória viveria em seu coração e mente sempre. A linda rosa da noite que fora delicadamente colocada em sua orelha, não o buquê quebrado que tinha que ser enterrado com o pássaro.
Leyla sorriu suavemente quando desceu da moldura da janela e fechou os olhos um pouco quentes. Então ela ouviu uma batida na porta. Uma empregada que trabalhava para Norma e Elysee estava de pé, além da porta aberta.
A empregada deu a mensagem com uma voz calma e com boa educação. — Minha senhora, as duquesas estão procurando por você. Vem comigo.
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Tradução: Eris
Revisão: Nana