O Maravilhoso Casamento do Arquiduque foi uma Fraude - Novel - Capítulo 03
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Capítulo 3
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Tradução: Naty
Revisão: Killu
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Título do capítulo: Por que eu?
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Parecia um pouco injusto. O livro era bastante popular, então provavelmente milhares de pessoas o leram. Então por que tinha que ser eu?
Até cheguei a menos da metade da história. Fiquei muito desapontada com o final da minha personagem favorita, a vilã nº. 4, que foi encontrada morta na prisão, que só dormi depois de chegar a essa parte.
— Por que caralhos?
Perguntei isso a mim mesma, mas não obtive resposta, e logo o cheiro de velas relaxantes se espalhou e minha consciência vagou para algum lugar distante. Quando abri os olhos novamente, já estava na casa de leilões.
‘Ufa, quero dizer, acho que ainda é melhor ser vilã n°4…né?’
Vilã n°4, Shay.
Ela era a única que se agarrava ao protagonista masculino mais desesperadamente do que qualquer outra pessoa.
Ela odiava a protagonista feminina original, que sempre foi apoiada pelo protagonista masculino. No final, ela se tornou a vilã que ficou parada enquanto observava a protagonista feminina original cair de um penhasco.
E assim, depois de presenciar toda a situação, o protagonista masculino acabou prendendo a vilã n°4.
Então, sem sequer receber um julgamento, ela encontrou uma morte terrível.
Era verdade que a vilã n°4 fez coisas más, mas, na verdade, ela foi falsamente acusada do crime de empurrar a protagonista feminina.
Infelizmente, ela estupidamente se envolveu na armadilha da vilã n° 1.
O papel da vilã nº. 4 tinha que ser o mais lamentável porque ela era odiada pelas outras três vilãs. Portanto, é natural que ela tivesse esse final.
‘E a razão pela qual a vilã n° 4 foi odiada tanto é…’
Era porque ela era bonita. Ela não era apenas bonita, mas inegavelmente linda.
É uma razão anacrônica e antiquada. Normalmente, se alguém é bonito, você gostaria de estar perto deles… Então, por que todos os personagens queriam matá-la?
Todas as vilãs tinham seus próprios encantos, mas a vilã nº 4 era uma personagem particular com um charme fatal.
Fiquei absolutamente maravilhada com as descrições que enfatizavam sua beleza extremamente fatal, as lendo de novo e de novo.
Como pode existir uma mulher assim? Ela pode seduzir qualquer homem apenas piscando os cílios, como?
Assim que pensei nisso… me lembrei da autora do livro.
A autora usou exageros sobrenaturais várias vezes para contestar que aquela vilã n°4 era extremamente bonita. Na verdade, estava muito empolgada, embora achasse ridículo e esperei pela aparição da vilã nº 4. E agora eu posso ver porque a vilã n° 4 foi tratada como uma mulher diabólica.
— Isso é loucura!
Antes de ter uma conversa adequada com o homem que me comprou, o arquiduque Schweiden, fui forçada a tomar banho primeiro. Fiquei na frente do espelho com água escorrendo pelo meu cabelo e gritei:
— Unnie, casa comigo!
~ Naty: “unnie” quer dizer algo como “irmã mais velha”. Não vou entrar na seara de quem pode ou não falar e em qual caso. Tô no ônibus lotado…
Baque.
Eu bati minha testa no espelho, a fazendo doer. Não pude esconder meu grande sorriso enquanto olhava para o rosto diante de mim.
Bonita. Em termos leigos, bonita pra caralho.
Isso é bom o suficiente para descrevê-la… Uhm, bem, é aceitável.
O cabelo ruivo, agora livre de sujeira, parece tão fresco como se fosse feito de pétalas de rosa. Olhos longos de raposa, cílios exuberantes e pele branca como jade. Uma ligeira elevação dos cantos de sua boca faria qualquer um querer olhar. Além disso, seu corpo é perfeito. Eu mal consegui entender minha trêmula racionalidade enquanto examinava meu corpo.
A vilã n° 4 não era uma mulher delicada, que parecia que ia quebrar com um único toque. Em vez disso, ela era uma beleza saudável, como uma leoa.
É o tipo unnie sexy!
Estou magra talvez porque não tenho comido muito até agora, mas mesmo que ganhe um pouco de peso, ainda terei uma vibração muito sensual. Tenho certeza que sim.
‘Oh meu Deus. Essa sou eu. Essa sou eu…!’
Os humanos são normalmente vaidosos, então esqueci a situação por um momento e quase gritei ‘viva’ por possuir este corpo.
Seus olhos prateados com um tom azulado brilhavam encantadoramente. A clavícula, uma das mais belas que já vi, tinha um formato plano e reto como que esculpido. Além de sua grande beleza, ela ainda tinha uma linhagem secreta pertencente ao ‘Mago da Pintura’, então por que vilã n° 4 não é a heroína?
Suspirei por um momento por conta deste mundo que empurrou uma mulher fraca e inocente para ser a protagonista feminina.
Se a dona deste corpo fosse a protagonista feminina, tenho certeza que a trama seria bem mais interessante e divertida, sem situações frustrantes!
— Minha senhora, o arquiduque quer ter uma refeição com você lá embaixo.
Nesse momento, ouvi uma voz que puxou minha alma, que havia escapado para longe, de volta ao meu corpo.
Era Theobalt, o mordomo.
— Entendo.
O mordomo foi quem colocou as roupas casuais no armário antes.
Depois de me acalmar até certo ponto, simplesmente saí e optei por não falar informalmente. Afinal, o mordomo era um vovô.
Por causa do k-sangue embutido em minhas memórias, achei inaceitável usar um discurso informal com ele, ao contrário dos nobres do livro. Além disso, não sei se a verdadeira identidade da vilã n° 4 era a de uma nobre.
~ Naty: K-sangue significa sangue coreano. Alguns de vocês já devem saber, mas os coreanos são muito rigorosos com o uso da fala formal ao falar com os mais velhos ou mesmo apenas com alguém mais velho.
Se essas pessoas fossem caras ruins, a história seria outra, mas até agora não fizeram nada suspeito. No mínimo, acreditava que eles não fariam nada comigo.
Enquanto me lavava, permaneci alerta e tentei sentir qualquer movimento lá fora, mas não ouvi passos de ninguém.
‘Essa beleza pode enlouquecer homens e mulheres, independente da idade, mas vendo que eles não…’
As pessoas nesta mansão pareciam ser seres humanos, não cachorros. Puxei meu cabelo para trás e me afastei do espelho.
~ Naty: seres humanos no sentido de agirem normalmente, não igual um cachorro que fica louco, corre atrás e faz o maior alarde.
— Acho que você se acalmou um pouco agora.
Depois de um tempo, desci para a sala de jantar e o vi lendo um jornal.
Pensando bem, este mundo parece uma mistura de idade média, quando os cavaleiros cavalgavam enquanto empunhavam suas espadas, e um período industrializado, quando já existiam trens. Olhei para a manchete do jornal que ele colocou.
— Você está namorando uma linda mulher, arquiduque Schweiden?
Tenho certeza de que o arquiduque Schweiden mencionado era ele, mas se bem me lembro, o romance tem apenas uma protagonista feminina.
— É um Wembu.
— Wembu?
— Uma coleção de rumores inúteis ou informações não confirmadas.
Ah, fofocas.
Ele cortou o assunto com uma expressão descontente, então decidi deixar para lá.
Assim que me sentei, Maynard entrou e trouxe os talheres. Então ele deu uma olhada no meu rosto e desapareceu, corando até o pescoço.
Ah, muito bom. Inocente. Muito inocente.
— Escuta. É uma sopa de amêijoa aguada por isso vai ser fácil de engolir.
— É bom.
~ Naty: amêijoa é um tipo de moluscos.
Não, a comida era ótima. A sopa tem um sabor profundo e cremoso que umedece a língua. Provando isso, acho que chamam de ensopado de mariscos?
Porque esta foi a minha primeira refeição desde que possuía este corpo, mal me contive para engolir tudo de uma vez.
Se acabar com dor de estômago, vou sofrer. Pelo menos, essa racionalidade ainda estava comigo.
— Será melhor me apresentar primeiro. Meu nome é Lacius De Schweiden.
No meio da refeição, o homem silencioso de repente abriu a boca. Claro, eu já sabia o nome dele. Ao ler o livro, sempre achei que o nome combinava bem com seu personagem.
—Shay.
Respondi um pouco timidamente.
Ele não apontou minha maneira de falar. Em vez disso, gentilmente limpou a boca com um guardanapo e perguntou:
— Como foi pega?
Quase mergulhei o nariz no prato só para ganhar algum tempo antes de responder.
‘Uh, então… qual era o contexto para a vilã n°4 mesmo?’.
A vilã n° 4 nasceu em um pequeno país mágico, chamado de “Reino de Edmund”, com uma linhagem incrivelmente rara conhecida como “magos de pintura”. Eles possuem uma habilidade mágica que permite que um desenho se torne realidade, e esse poder só poderia ser transferido dos pais para os filhos.
Então, é o milagre de 2D se tornar 4D. Se você desenhasse centenas de bilhões de gautes, isso poderia se transformar em dinheiro real.
Claro, alguém descobriria rapidamente que o dinheiro é falsificado por causa do número de emissão impresso em cada moeda de ouro, então ninguém realmente realizaria um ato tão estúpido, mas do ponto de vista teórico, esse era um cenário plausível.
Além disso, existem inúmeros tipos de coisas que podem ser criadas além do dinheiro.
Não havia limite para o poder de um mago da pintura. Então, naturalmente, muitas pessoas poderosas os cobiçam; é por isso que os magos da pintura escondem desesperadamente suas identidades. Se fosse pego, você seria confinado e teria que pintar constantemente.
Eventualmente, você acabará sendo forçado a ter um filho. O melhor final seria apenas morder a língua e morrer.
— Eu fui pega. Eu sou uma maga de pintura.
Depois de organizar meus pensamentos, respondi em voz baixa. Então, o arquiduque Schweiden acenou com a cabeça como se sinalizasse que entendia.
— Deve ter sido perseguida.
— Corri para o deserto, mas não tinha papel nem caneta.
— Oh, havia tal restrição.
A magia da pintura significa que deve haver papel, por mais barato que seja. Não importava se você usava caneta, pincel ou carvão. Mas deve haver papel, tecido ou tela. E eu sobrevivi a tal situação.
Eu me elogiei internamente por meu excelente resumo do passado da vilã nº 4 e depois voltei minha atenção para a salada fresca.
— Então você atualmente não tem para onde voltar, certo?
O arquiduque Schweiden perguntou em voz baixa quando puxei a tigela inteira para a minha frente. Ele usou um tom tão sutil que levantei minhas sobrancelhas e o encarei interrogativamente.
Estou planejando ir embora assim que melhorar, então por que você está perguntando? Estou assustada.